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Coronavirus

- Publicada em 02 de Agosto de 2020 às 21:31

Pandemia atinge já 98% das cidades do Brasil

Covid-19 concentra 58% dos casos mais recentes em cidades do interior

Covid-19 concentra 58% dos casos mais recentes em cidades do interior


Camila Surian/Arte/JC
Cinco meses após confirmar o primeiro caso de um infectado pelo novo coronavírus, o Brasil tem 98% dos municípios com registros da doença. O número de cidades ainda sem casos diminui dia após dia.
Cinco meses após confirmar o primeiro caso de um infectado pelo novo coronavírus, o Brasil tem 98% dos municípios com registros da doença. O número de cidades ainda sem casos diminui dia após dia.
Dados do Ministério da Saúde, tabulados pela Folha de S.Paulo, apontam ao menos 5.442 cidades com casos confirmados de Covid-19. Em contrapartida, apenas 128 ainda não tinham registros até 30 de julho. Como comparação, três meses antes, no fim de abril, o total de cidades com ao menos um caso de Covid-19 era de 2.072. Em maio, o número passou a 4.074, ou 73%, e, no fim de junho, para 5.096, ou 91%. Agora, já se aproxima de 100%.
Nesses municípios com casos confirmados, viviam ao 209 milhões de pessoas em 2019, segundo estimativas do ministério. As cidades sem caso tinham 599 mil habitantes.
A mudança nos números de cidades com registros do novo coronavírus evidencia um processo de interiorização da epidemia, o qual tem ficado mais visível nos últimos dois meses. Atualmente, a Covid-19 concentra 58% dos casos mais recentes em cidades do interior, contra 42% em capitais e regiões metropolitanas. É o inverso do que ocorria até o fim de maio deste ano.
Pouco a pouco, a epidemia derruba novas fronteiras. Em comum, a maioria das cidades ainda sem registros da doença têm menos de 10 mil habitantes (das 128, são apenas 11 acima desse total, mas ainda com menos de 25 mil habitantes).
"É a lógica dessa doença: ela chegou primeiro nas cidades maiores e depois vai para as cidades pequenas, que estão mais isoladas. São cidades onde a epidemia leva mais tempo para chegar, uma vez que não há um fluxo tão grande de pessoas e mercadorias", afirma o epidemiologista Diego Xavier, da Fiocruz. O infectologista da Fiocruz chama a atenção para a velocidade de propagação. "Se for pensar na dimensão territorial do Brasil e onde esses municípios estão, atingir (quase 100%) em cinco meses é rápido. No Amazonas, o vírus chegou até de barco", diz Xavier.
Especialistas alertam ainda para a possibilidade de subnotificação. "A doença está indo mais para o interior, região com menos acesso a dados e testes", diz o epidemiologista Wanderson Oliveira, ex-secretário de Vigilância do Ministério da Saúde.
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