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Coronavirus

- Publicada em 24 de Julho de 2020 às 12:52

Coronavírus já infectou 5,8 mil profissionais da saúde no RS

Atuando na linha de frente de combate, trabalhadores estão diariamente expostos ao vírus

Atuando na linha de frente de combate, trabalhadores estão diariamente expostos ao vírus


MICHAEL DANTAS/AFP/JC
Juliano Tatsch
Há quatro meses e meio, o novo coronavírus está presente entre os gaúchos. O primeiro caso registrado da doença no Estado foi confirmado no dia 29 de fevereiro, na cidade de Campo Bom. De lá para cá, já são 54.841 ocorrências confirmadas da doença, resultando em 1.456 óbitos. Ainda que as atividades diversas da economia tenham sido suspensas – total ou parcialmente – setores considerados essenciais nunca fecharam as portas. Assim, seus trabalhadores acabam se expondo mais ao vírus, mesmo que protocolos de segurança sanitária sejam adotados.
Há quatro meses e meio, o novo coronavírus está presente entre os gaúchos. O primeiro caso registrado da doença no Estado foi confirmado no dia 29 de fevereiro, na cidade de Campo Bom. De lá para cá, já são 54.841 ocorrências confirmadas da doença, resultando em 1.456 óbitos. Ainda que as atividades diversas da economia tenham sido suspensas – total ou parcialmente – setores considerados essenciais nunca fecharam as portas. Assim, seus trabalhadores acabam se expondo mais ao vírus, mesmo que protocolos de segurança sanitária sejam adotados.
Atuando diretamente com os doentes, os profissionais da saúde são os mais propensos a serem contaminados. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), já são 5.850 casos confirmados em trabalhadores da saúde no Estado. Destes, 4.449 são mulheres, representando 76% dos profissionais infectados.
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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) não possui um levantamento acerca do número de profissionais infectados. O Sindisaúde, sindicato que representa diversas categorias que atuam no setor, também não possui dados totais a respeito do impacto do novo coronavírus nos trabalhadores.
No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), já são ao menos 487 profissionais que contraíram a Covid-19. Este número deu um salto nos últimos 45 dias, com um aumento de 338,7%. No dia, 9 de junho, o hospital tinha o registro de 111 casos. Do total de contaminados, 237 já retornaram ao trabalho.
No Grupo Hospitalar Conceição (GHC), são 806 casos positivos, sendo que 379 seguem afastados de suas funções – nove hospitalizados – e 427 voltaram ao trabalho. Dois óbitos de servidores do complexo hospitalar foram registrados.
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Como cada profissional positivado para o vírus precisa se afastar das atividades por, pelo menos, duas semanas, a força de trabalho das instituições sofre um baque, o que dificulta, inclusive, a abertura de novos leitos hospitalares para o tratamento dos pacientes. Além de médicos, a doença também afeta outros profissionais que atuam em hospitais e clínicas. “São muitos técnicos de enfermagem, mas também atendentes de nutrição e auxiliares de higienização”, afirma o presidente do Sindisaúde, Júlio Jesien.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) possui um observatório que reúne dados a respeito de como a pandemia tem afetado a categoria no Brasil. Conforme a plataforma, já são cerca de 29,1 mil profissionais da área infectados ou com suspeita de infecção em todo o País. No Rio Grande do Sul, o número é de, ao menos, 1.923 trabalhadores da enfermagem afetados. “Quem fica 24h junto ao paciente são os enfermeiros e técnicos, que são quem medica, troca a fralda, troca o lençol. Na UTI, temos de trabalhar vários junto ao mesmo paciente. Ficamos muito mais tempo ao lado do paciente do que os médicos”, afirma a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Cláudia Franco.
Conforme ela, há relatos de trabalhadores que chegam a passar 12h sem tomar água e sem ir ao banheiro, para não precisarem se desparamentar e, depois, se paramentar novamente. “Isso toma tempo, tem equipamentos que precisam ser descartados, e corre-se o risco de não ter outro para colocar, pois sabemos que algumas instituições estão dando poucos EPIs. Trabalhamos no limite do estresse físico e emocional. As pessoas estão trabalhando cansadas e no limite do erro”, enfatiza Cláudia.
O Sergs critica o Testar RS, plano divulgado na quinta-feira (24) pelo governo do Estado, que pretende aumentar em 7 mil o número diário de testes realizados no Rio Grande do Sul pelo Laboratório Central ou laboratórios parceiros de universidades. “Estamos muito chocados com a posição do governo do Estado com a política de testagem anunciada na quinta-feira. O Testar RS não inclui os profissionais de saúde como prioridade na primeira fase. Inclui as pessoas privadas de liberdade, os asilos, e achamos que tem de incluir nessa lista os trabalhadores da saúde”, reivindica Cláudia.
Representante dos estabelecimentos de saúde, o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) garante que o afastamento de profissionais é uma preocupação permanente das instituições de saúde da capital. “Os hospitais e clínicas têm atuado com a realocação interna de recursos humanos ou contratação de novos profissionais, para garantir que não haja prejuízo ao atendimento dos pacientes”, destaca em nota. Sobre a quantidade de profissionais afastados, o sindicato patronal indica que os números são dinâmicos, variando de acordo com a ausência ou retorno dos colaboradores às suas funções.
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