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Coronavirus

- Publicada em 24 de Junho de 2020 às 18:10

Pesquisa identifica presença do coronavírus no esgoto de Porto Alegre e da RMPA

Coletas vêm sendo feitas em pontos de esgoto da Capital desde 11 de maio

Coletas vêm sendo feitas em pontos de esgoto da Capital desde 11 de maio


SERGIO LOURUZ/PMPA/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Um estudo pioneiro no Sul do Brasil, desenvolvido por uma pesquisadora da Universidade Feevale, vêm analisando desde maio amostras de água coletadas em estações de esgoto em Porto Alegre e cidades da Região Metropolitana para verificar a circulação do novo coronavírus em determinadas áreas populacionais. 
Um estudo pioneiro no Sul do Brasil, desenvolvido por uma pesquisadora da Universidade Feevale, vêm analisando desde maio amostras de água coletadas em estações de esgoto em Porto Alegre e cidades da Região Metropolitana para verificar a circulação do novo coronavírus em determinadas áreas populacionais. 
Para isso, coleta material em pontos de captação do esgoto para detectar a presença e propagação da Covid-19 nas comunidades. Até o momento, de 29 amostras pesquisadas, cinco acusaram a presença do vírus em estações de tratamento de água e em saídas de esgoto de hospitais.
Desenvolvido por meio de um convênio firmado entre a universidade e o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), o trabalho é coordenado pela bióloga Caroline Rigotto, professora do mestrado em Virologia da Feevale. Segundo ela, o principal objetivo da pesquisa é, a partir da verificação da circulação do coronavírus, dar suporte às autoridades de saúde para a tomada de decisão em relação às medidas de prevenção.
“Além disso, é fundamental avaliarmos o uso desse monitoramento como uma ferramenta de vigilância da Covid-19. E, após a pandemia, ter essa metodologia como forma de identificar a presença de vírus, antecipando casos e atuando com rapidez para conter a transmissão local da doença”, diz a pesquisadora.
Diversas iniciativas semelhantes de monitoramento do vírus em amostras têm sido bem-sucedidas em diferentes países e regiões do Brasil, no sentido de ajudar a estimar a presença e até a prevalência da Covid-19 nas comunidades.
As coletas na capital gaúcha e em cidades da região do Vale do Sinos estão sendo feitas em pontos estratégicos, com apoio dos órgãos municipais e estaduais envolvidos, e os testes ocorrem no Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale. São consideradas amostras de água bruta de mananciais e residuais de esgoto (que entra e sai), inclusive de hospitais.
Do total das 29 amostras de 10 pontos de coletas - distribuídos em duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), duas Estações de Bombeamento de Esgoto (EBE), um manancial altamente impactado e quatro hospitais e uma Estação de Tratamento de Água (ETA)- já analisadas desde 11 de maio, cinco (17%) apresentaram resultados positivos, sendo quatro na Capital, na medição mais recente, feita entre 1 e 5 de junho.
No ponto de monitoramento da Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE) Baronesa do Gravataí, em Porto Alegre, houve a presença do vírus em 100% das amostras de esgoto bruto nas duas coletas realizadas. Nas amostras analisadas em pontos de monitoramento dos efluentes de hospitais verificou-se resultado positivo na terceira semana de coleta.
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Amostra foi coletada no Arroio Dilúvio nesta quarta-feira. Foto Sergio Louruz/PMPA/JC
Entre as ETEs da cidade, a São João Navegantes, segunda unidade de esgotos de Porto Alegre em termos de capacidade de tratamento, e que atende bairros como Navegantes, Vila Farrapos, São Geraldo, São João, Auxiliadora, Higienópolis, Santa Maria Goretti, IAPI, Dona Teodora, Humaitá e Aeroporto, apresentou reação positiva na maior porcentagem de amostras.
“Essa estação dá vazão para mais de 700 mil pessoas e foi a que apresentou mais reação positiva. Agora, nas próximas etapas, vamos repetir a coleta e ampliá-la para três hospitais, para a água do Lago Guaíba, Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, e Vale do Sinos e Rio do Sinos”, comenta Caroline.
No Dilúvio, coleta foi realizada nesta quarta-feira (24), com apoio de técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A pesquisadora reforça que o estudo pode ajudar as prefeituras e o governo do Estado a entender melhor por onde o vírus está circulando mais, comparar as áreas de contaminação e, a partir daí, aplicar restrições e políticas mais específicas. “Já que não podemos testar todo mundo, podemos monitorar a circulação do vírus e ver onde estão os focos de contaminação”, ressalta.
O estudo será apresentado à Secretaria da Saúde do Estado, com o intuito de viabilizar recursos para sua ampliação. Nesta primeira fase, o trabalho analisará 50 amostras até metade de julho e a intenção é conseguir estender a pesquisa para 10 meses e com abrangência em outros pontos do Estado. “Seria importante viabilizar isso, pois acreditamos que a cada semana, com o aumento de casos positivos, vão aumentar também as amostras positivas, por isso buscamos novos focos exatamente em regiões mais próximas de arroios, de alta concentração populacional e vulnerabilidade social”, completa Caroline.
Alguns resultados esperados
  • Identificar precocemente e monitorar comunidades infectadas
  • Auxiliar na tomada de decisão nas medidas de distanciamento
  • Monitorar a presença do coronavírus em áreas sem saneamento básico (em especial nas de maior vulnerabilidade social e densidade populacional)
  • Gerar impacto econômico positivo ao fornecer informações necessárias ao acompanhamento da Covid-19, na impossibilidade de testagem em massa
  • Após período pandêmico, ter como alertar a presença de vírus, antecipando os casos e atuando com rapidez para conter a transmissão local da doença
Amostragem em Porto Alegre
Foram selecionados pontos estratégicos de coletas nos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) que representassem a maior parte da população: Navegantes, Ponta da Cadeia e Salso. Neste último encontra-se a maior unidade de tratamento de esgoto do Rio Grande do Sul: a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Serraria, que integra as SES Ponta da Cadeia, Cavalhada, Zona Sul e Salso. Também foram selecionados quatro hospitais de grande porte – públicos e privados – que recebem pacientes com Covid-19.
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