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Coronavirus

- Publicada em 06 de Maio de 2020 às 20:54

Pandemia migra da rede privada para a pública em Porto Alegre

Percentual de notificações na rede pública passou de 38% para 60%

Percentual de notificações na rede pública passou de 38% para 60%


MARCO QUINTANA/JC
Juliano Tatsch
No dia 8 de março, Porto Alegre registrou o primeiro caso do novo coronavírus, ligando o alerta dos órgãos de saúde da cidade para o que estaria por vir. A partir daí, medidas de combate à doença foram tomadas, como a paralisação de atividades e a adoção do isolamento social, apontada por cientistas como a única forma de controlar a progressão da pandemia.
No dia 8 de março, Porto Alegre registrou o primeiro caso do novo coronavírus, ligando o alerta dos órgãos de saúde da cidade para o que estaria por vir. A partir daí, medidas de combate à doença foram tomadas, como a paralisação de atividades e a adoção do isolamento social, apontada por cientistas como a única forma de controlar a progressão da pandemia.
Assim como em praticamente todo o Brasil, o vírus ingressou na cidade por meio das classes sociais mais altas. "Essa doença entrou pela elite do Brasil, elite econômica", afirmou, no final de abril, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Pessoas que estavam em viagem pela Ásia ou pela Europa retornaram ao País infectados e transmitiram para o seu círculo social. Essas pessoas, em sua maior parte, buscaram atendimento em instituições privadas, sejam hospitais ou clínicas. Com o passar dos dias, porém, esse cenário mudou. A Covid-19 chegou nas classes mais baixas da sociedade, e o sistema público de saúde começou a ficar sobrecarregado.
Em Porto Alegre, essa mudança no perfil social da pandemia também ocorreu, mesmo que não tenha levado, ainda, ao colapso da rede que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A reportagem do Jornal do Comércio analisou as 500 primeiras notificações de casos confirmados do novo coronavírus na Capital. A constatação é de que a pandemia na cidade mudou de padrão.
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Nos primeiros 100 casos, registrados entre 8 de março e 24 de março, 53% das notificações se deram em hospitais ou serviços que atendem, exclusivamente, de forma privada, enquanto 38% ocorreram em instituições ou serviços que atendem, exclusivamente, pela rede pública.
Esse padrão foi se invertendo no decorrer dos últimos dois meses. Nos últimos 100 casos, ocorridos entre os dias 18 de abril e 4 de maio, o percentual de notificações na rede privada foi de 30%. Já os registros na rede pública subiram para 60%.
A mudança no quadro de contaminação se dá no momento em que a circulação da população nas ruas de Porto Alegre aponta para a necessidade de reforço no sistema público de saúde e para a importância da manutenção do isolamento social no maior nível possível. Até agora, as ações tomadas pela prefeitura e pela população deram resultado.
A cidade mantém a ocupação dos leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) ao redor dos 70%. Além disso, a evolução da pandemia tem se mostrado mais lenta. Os primeiros 100 casos levaram 15 dias para serem confirmados. Os 100 casos seguintes foram registrados em oito dias. Mais dez dias foram necessários para se chegar à ocorrência de número 300. Outros 11 dias se passaram entre o caso 300 e o 400. Os últimos 100 casos - entre a notificação 400 e 500 - foram confirmados em um período de 14 dias, mostrando uma redução na velocidade de propagação da doença.
Atualmente, a letalidade da doença na Capital é de 3,2% (ou seja, a cada 100 contaminados, três morreram). A letalidade no Rio Grande do Sul é de 4,3% e, no Brasil, é de 6,8%. A doença vem em crescimento de casos e letalidade, tanto no Estado quanto no Brasil.
No fim da tarde desta quarta-feira, o percentual de ocupação das UTIs da cidade era de 71,9%. Havia 38 pessoas internadas em UTI com diagnóstico confirmado para Covid-19. O número é o mais alto desde o dia 19 de abril. Outras 23 pessoas com suspeita de contaminação também estavam hospitalizadas em UTIs na cidade.
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