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Coronavírus

- Publicada em 16 de Abril de 2020 às 20:57

Profissionais da saúde são 61% dos casos de Covid-19 em Caxias do Sul

Situação pontual no Hospital da Unimed gerou alto número de infectados

Situação pontual no Hospital da Unimed gerou alto número de infectados


/JULIO SOARES/OBJETIVA/DIVULGAÇÃO/JC
O município de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, é o segundo com mais casos de Covid-19 no Rio Grande do Sul, com 41 ocorrências confirmadas da doença, atrás apenas de Porto Alegre. O quadro, de certa forma, é natural, na medida em que Caxias é a segunda cidade mais populosa do Estado, com quase 500 mil habitantes.
O município de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, é o segundo com mais casos de Covid-19 no Rio Grande do Sul, com 41 ocorrências confirmadas da doença, atrás apenas de Porto Alegre. O quadro, de certa forma, é natural, na medida em que Caxias é a segunda cidade mais populosa do Estado, com quase 500 mil habitantes.
Do total de casos na cidade, 22 pessoas já se recuperaram da doença. Outras 16 foram testadas e aguardam resultado. Quatro pessoas com diagnóstico confirmado seguem internadas na UTI do Hospital da Unimed.
Na tarde desta quinta-feira (16), 26 leitos (76,4% do total) de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) estavam ocupados (oito no Hospital Geral, 16 no Hospital Pompeia e dois no Hospital Virvi Ramos). Na rede privada, 35 leitos de UTI estavam ocupados (53,8% do total).
Dois pontos chamam atenção ao se analisar o perfil da pandemia na cidade serrana. O primeiro diz respeito à alta incidência de casos da doença em profissionais da saúde. Dos 41 casos, 25 (60,9%) são em trabalhadores da área. Conforme o secretário de Saúde de Caxias, Jorge Olavo Hahn Castro, a situação se deu em apenas um hospital da cidade, o da Unimed. Três trabalhadores seguem internados em situação grave.
O segundo ponto, por outro lado, é positivo. Mesmo estando em segundo no ranking de confirmações, o município não registra nenhum óbito causado pela Covid-19.
Caxias conta com três hospitais que atendem pelo SUS - Hospital Geral, Hospital Virvi Ramos e Hospital Pompéia. A cidade tem disponível 1.425 leitos hospitalares (668 SUS e 757 privados). Em Unidades de Tratamento Intensivo, são 34 leitos na rede pública e 65 na rede particular.
Além disso, a rede de atendimento possui duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). Uma delas, a UPA central, foi designada como local de referência para as síndromes gripais. Após triagem, os pacientes com casos entre moderado e grave entram na unidade para serem atendidos. Além disso, as unidades básicas de saúde (UBSs) foram reforçadas, com seis delas tendo atendimento estendido até as 21h.
"Optamos, em um primeiro momento, em não ter hospital de campanha fora de hospitais. Tínhamos dois hospitais com áreas ociosas, o Virvi Ramos e o Pompéia, e foram instaladas áreas de isolamento, com quartos hospitalares, nesses dois locais", afirma o secretário de Saúde municipal.
Dos 34 leitos de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 20 estão no Hospital Pompéia, dez no Hospital Geral e outros quatro no Hospital Virvi Ramos. O Hospital Geral conta ainda com outros 20 leitos de isolamento
A cidade terá um reforço de mais 25 leitos de UTI - dez no Hospital Geral (que devem entrar em funcionamento no começo de maio), dez no Pompéia e outros cinco no Virvi Ramos. "A estrutura da cidade é muito boa. O nível de cobertura da rede privada é bem elevado. E não tivemos praticamente nenhum caso grave em idosos, embora nossa população idosa seja bem alta, de em torno de 12%", destaca o secretário.

O que diz a Unimed

O diretor técnico do Complexo Hospitalar Unimed, Vinícius Lain, respondeu, em nota, os questionamentos da reportagem a respeito do número de infectados no hospital de Caxias do Sul. A seguir, a íntegra do texto:
A pandemia de coronavírus é a maior tragédia que a humanidade tem presenciado após as grandes guerras mundiais. Todos sofreremos do ponto de vista social, psicológico e econômico. Muitos enterrarão seus entes queridos.
A Unimed, acreditando nos números mundiais, montou um esquema de guerra, com a compra de insumos, respiradores, hospitais de campanha e treinamento de pessoal.
Somente a capacitação dos profissionais de saúde reduzirá a mortalidade. Estamos dedicando atenção técnica e psicológica às equipes que fazem o atendimento a esses pacientes. Para nós, verdadeiros heróis, que deixam suas famílias todas as manhãs para ir para a linha de frente auxiliar aqueles que mais precisam.
A recomendação atual do Ministério da Saúde é realizar testes em duas situações: 1. Pacientes graves internados. 2. Profissionais de saúde sintomáticos.
Diante dessa estratégia, é de se esperar que haja mais diagnósticos nos profissionais de saúde, uma vez que não podemos testar toda a população.
A Unimed avalia essa crítica situação com muita preocupação. Apoia o isolamento social e volta sua atenção à maior crise de saúde que o Brasil passará nas últimas décadas. Juntos seremos mais fortes para enfrentar esse inimigo mortal que vem assolando muitos países nos últimos meses.