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Coronavirus

- Publicada em 07 de Abril de 2020 às 21:49

Páscoa do coronavírus: venda de peixe em baixa e fila no Mercado Público devido a restrições

Sem Feira do Peixe este ano devido à pandemia, Mercado Público tem fila para acessar peixarias

Sem Feira do Peixe este ano devido à pandemia, Mercado Público tem fila para acessar peixarias


MARCO QUINTANA/JC
Jefferson Klein
Tradicionalmente, o período próximo da Páscoa é o momento de maior volume de venda de peixes no Rio Grande do Sul. Porém, neste ano, a data foi impactada fortemente pela pandemia do coronavírus. O secretário executivo do Conselho Gaúcho de Aquicultura e Pesca Sustentáveis (Congapes), Ricardo Núncio, estima a queda das vendas de pescados no Estado em torno de 40% devido às consequências geradas pelo vírus.
Tradicionalmente, o período próximo da Páscoa é o momento de maior volume de venda de peixes no Rio Grande do Sul. Porém, neste ano, a data foi impactada fortemente pela pandemia do coronavírus. O secretário executivo do Conselho Gaúcho de Aquicultura e Pesca Sustentáveis (Congapes), Ricardo Núncio, estima a queda das vendas de pescados no Estado em torno de 40% devido às consequências geradas pelo vírus.
O maior problema, frisa o dirigente, é quanto aos peixes frescos. Ele recorda que, geralmente, são mais de 400 pequenas feiras que fazem a distribuição dessas mercadorias para os consumidores nesse período, contudo esses eventos foram prejudicados com a pandemia. A 240ª Feira do Peixe de Porto Alegre, por exemplo, foi cancelada devido às medidas de contenção do coronavírus determinadas pela prefeitura. "Com certeza, teremos uma queda bastante grande, apesar da safra ser boa, tanto na parte marítima como no peixe cultivado", destaca. No caso do segmento de peixes cultivados, como a orientação das autoridades de saúde é evitar as aglomerações, a sugestão que o governo do Estado está passando para os produtores é comercializar as produções nas próprias propriedades.
Quanto aos espécimes cultivados, as carpas representam a maior quantidade dos pescados vendidos seguidas das tilápias. Núncio informa que o Rio Grande do Sul verifica aproximadamente uma produção de 20 mil toneladas ao ano de carpas e de 3 mil toneladas de tilápias. Ele acrescenta que de 40% a 50% desse volume é comercializado no período da Semana Santa. Já sobre a pesca artesanal, o secretário diz que as vendas são mais distribuídas e é mais difícil precisar um número da comercialização. Esse tipo de atividade, que envolve peixes como a tainha, está tendo uma safra satisfatória, contudo Núncio reitera que o problema é fazer com que o produto chegue ao consumidor final nesse momento de limitações impostas pelo coronavírus.
O secretário comenta que as peixarias estão tentando se adaptar à situação e uma alternativa buscada pelos clientes foi a da tele-entrega. O diretor da Peixaria Japesca Gabriel Antônio Mendo da Cunha destaca que a empresa sempre teve o canal de delivery, entretanto a opção nunca foi tão procurada como agora. Mesmo assim, de acordo com ele, esse tipo de negociação não compensa a redução das vendas presenciais, que foram na ordem de 40% a 50%. Durante a passagem de uma Semana Santa normal, sem os efeitos da pandemia, Cunha comenta que são comercializadas pela companhia em torno de 100 toneladas de pescado.
O diretor da Jaspeca diz que a expectativa para a Páscoa era ainda pior, pois o Mercado Público da Capital, onde está localizada a peixaria, estava com limitação de horários e na forma de trabalho. No entanto, no final de semana passada, houve uma flexibilização por parte da prefeitura que ampliou o período de atendimento do complexo, passando das 7h30min às 21h na semana que antecede à Páscoa.
Na Sexta-feira Santa, o funcionamento ocorrerá das 7h30min às 13h, e no sábado, das 7h30min às 18h30min. Após o fim da Semana Santa, o diretor da Japesca prevê que será um "novo mundo", com a companhia tendo que se adaptar ao mercado impactado pelo coronavírus, além de aguardar como ficará a questão do horário de operação do mercado público.
O delegado sindical do Sindicato dos Armadores de Pesca do Rio Grande do Sul, Alexandre Novo, também confirma os prejuízos causados pelo coronavírus no setor pesqueiro. Ele ressalta que a maior parte do pescado obtido na costa gaúcha segue para a indústria de Santa Catarina. Como o cenário da pandemia causou vários problemas logísticos, o produto teve que encontrar outros mercados e baixar seu preço.
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