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Coronavirus

- Publicada em 07 de Abril de 2020 às 21:47

Com 170 lojas fechadas, Lebes suspende investimentos devido à crise

Enquanto suas lojas estão fechadas, presidente da rede cita que súpers vendem eletrodomésticos

Enquanto suas lojas estão fechadas, presidente da rede cita que súpers vendem eletrodomésticos


NÍCOLAS CHIDEM/JC
Patricia Knebel
São 170 lojas físicas da Lebes espalhadas pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina, todas de portas fechadas em função das restrições impostas a boa parte do comércio como forma de combater o Covid-19. Uma situação que inquieta o presidente da empresa, Otelmo Drebes, que lidera um time de 3,2 mil funcionários.
São 170 lojas físicas da Lebes espalhadas pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina, todas de portas fechadas em função das restrições impostas a boa parte do comércio como forma de combater o Covid-19. Uma situação que inquieta o presidente da empresa, Otelmo Drebes, que lidera um time de 3,2 mil funcionários.
"Estou te dando essa entrevista aqui na sala da minha casa, em frente à TV, no meio da tarde de um dia da semana. Nunca imaginei que isso poderia acontecer", lamenta.
Fundada em 1956, na cidade de São Jerônimo, a Lojas Lebes tornou-se uma das maiores redes do Estado. Está presente em mais de 100 municípios, tem um milhão de clientes ativos e fatura mais de R$ 1 bilhão. O mix de produtos nas linhas de moda feminina, masculina, infantil, acessórios, calçados, móveis, eletrodomésticos e tecnologia, por enquanto, está acessível só pelos canais digitais.
"São medidas discriminatórias. Não quero que o supermercado feche, mas as pessoas entram lá e compram televisores, roupas. E as minhas lojas têm que ficar fechadas", critica. Ele adianta ainda que os investimentos para 2020 foram suspensos. Para auxiliar no combate ao coronavírus, a empresa está produzindo máscaras de proteção que serão doadas às comunidades onde a rede de varejo atua.
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'Não quero que o supermercado feche, mas as pessoas entram e compram televisores, e minhas lojas estão fechadas", reage Drebes
Jornal do Comércio - Como têm sido esses dias de isolamento social e lojas fechadas?
Otelmo Drebes - Eu moro em Eldorado do Sul e temos uma loja no centro da cidade. Nas proximidades, tem bancos, fruteiras, farmácias, dois supermercados, posto de gasolina e padaria. Em todos esses lugares, as pessoas podem entrar, conversar e comprar. Mas se entrar na minha loja, que é grande (1200 m2), limpa, organizada e com profissionais treinados e tomando todos os cuidados, vão pegar coronavírus? Assim tem sido em várias cidades. Tem que isolar, ok? Mas o que me parece é que são medidas totalmente discriminatórias. Não quero que o supermercado feche, mas as pessoas entram lá e compram televisores, roupas. E a minha loja, com meus funcionários do comércio, têm que ficar fechadas.
JC - De que forma esse cenário está impactando os planos Lebes para 2020?
Drebes - Todos os investimentos que haviam sido programados para esse ano estão suspensos. Não foram cancelados, mas nas próximas semanas faremos uma reavaliação para ver como ficará tudo. Isso vale para as oito lojas que estávamos programando inaugurar em 2020. Destas, três já estavam com funcionários contratados e sendo treinados, e com data de abertura marcada. Talvez em 30 a 120 dias as coisas voltem à normalidade e possamos retomar, mas não sei ainda o prazo.
JC - Como tem sido o desafio de manter a operação e os empregos neste cenário?
Drebes - Temos 170 lojas entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 3,2 mil funcionários e 10 mil que diretamente dependem de mim para conseguirem colocar comida na mesa, pagar a conta de luz. As lojas estão todas fechadas, meus funcionários estão recebendo em dia, mas não sei até quando vou conseguir. Essa é a situação. Se isso continuar, vai acontecer com a minha empresa e com outras (de não conseguirem manter os empregos) e as pessoas, especialmente as com menor qualificação, vão ficar sem renda.
JC - Qual a sua visão sobre as determinações para as lojas permanecem fechadas?
Drebes - A grande questão é o efeito colateral que isso trará, que é o desemprego. Será incomensurável o prejuízo de termos tantas pessoas demitidas caso essa situação se prolongue. Os empresários não são a favor do lucro e contra a saúde, isso não faz sentido. Não tem a ver com as empresas, pois elas vão sobreviver, talvez algumas menores fecharão, mas de uma forma geral vão sobreviver. Mas as pessoas de menor renda, sim, vão sofrer muito.
JC - Tanto se fala na transformação digital, e parece que é o Covid-19 que está acelerando as empresas nessa direção, não achas?
Drebes - Sim. Até poucos alguns dias eu estava conversando com algumas pessoas sobre o que está fazendo com que as empresas mudem mais rapidamente na direção do digital e, de fato, é o coronavírus. Projetos que iam levar três ou seis meses de desenvolvimento, tiveram que ser colocados no ar em 48 horas. As empresas tiveram que tomar decisões e fazer mudanças significativas em poucas horas.
JC - Que tipos de movimentos estão sendo feitos na operação digital de Lebes para manter as vendas?
Drebes - Até o final do mês teremos uma novidade, algo inédito. Estamos trabalhando para oferecer o crediário digital, que permitirá que os consumidores façam as compras em todos os canais e paguem em prestações na nossa plataforma digital. Hoje o cliente paga no cartão de crédito ou boleto, e em breve poderá comprar pelo site em prestações e já receber a mercadoria. Também fizemos melhorias no nosso aplicativo e no nosso site para facilitar o uso dos canais digitais e ampliar o acesso. O nosso cliente já tinha a opção de pagar as prestações pelo aplicativo, mas era algo que não dávamos tanto importância, pois a maioria sempre teve o hábito de ir até a loja. Era algo usado pelas pessoas mais tecnológicas. Agora, com esse novo cenário, melhoramos a usabilidade e deixamos o aplicativo mais atrativo para tornar acessível mesmo para quem não tem muita facilidade.
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