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Coronavirus
- Publicada em 03 de Abril de 2020 às 15:19Compra e venda de dólar turismo estão paradas; preços estão abaixo do comercial
Com viagens paradas, dólar turismo está em queda, com valor R$ 1,00 a menos que o comercial
AGÊNCIA DE CÂMBIO PRONTUR/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Quem está acompanhando o mercado de câmbio no Brasil nas últimas semanas já vinha tendo falta de ar. Imagina nesta sexta-feira (3) que o dólar oficial bateu nos R$ 5,30? Nas agências de câmbio, que praticam o chamado dólar turismo, o dia não está sendo fácil. Uma situação, no mínimo, inusitada está acontecendo: a moeda norte-americana é vendida a preços bem abaixo da cotação oficial. O motivo: está tudo parado.
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Quem está acompanhando o mercado de câmbio no Brasil nas últimas semanas já vinha tendo falta de ar. Imagina nesta sexta-feira (3) que o dólar oficial bateu nos R$ 5,30? Nas agências de câmbio, que praticam o chamado dólar turismo, o dia não está sendo fácil. Uma situação, no mínimo, inusitada está acontecendo: a moeda norte-americana é vendida a preços bem abaixo da cotação oficial. O motivo: está tudo parado.
A Prontur, uma tradicional agência de câmbio em Porto Alegre e que adotou home-office desde que decreto em Porto Alegre proibiu a operação do comércio, está vendendo a moeda a R$ 4,88 e comprando (quando uma pessoa tem dólar para vender à agência) por R$ 4,25 (foto). O valor de compra está mais de R$ 1,00 abaixo da cotação oficial.
"Só vi isso após a crise financeira de 2008, no começo de 2009, quando o dólar foi a R$ 4,00 e vendemos a R$ 3,80", recorda Pietro Predebon, gerente da Prontur. "O dólar turismo não consegue acompanhar o comercial, que está com preço muito inflado", constata Predebon.
Há algumas semanas, quando a aceleração mais forte da moeda começou - até pela chegada do coronavírus ao Brasil -, o valor de compra ainda conseguia acompanhar. Agora só que tem muita necessidade de fazer dinheiro, vendendo dólar, guardado em casa ou que tinha comprado para viajar, está se desfazendo da moeda. "As pessoas ligam, ouvem o valor e dizem que vão esperar 'melhorar'", descreve o gerente.
Um fluxo que tem crescido é de remessas de valores de pessoas que residem no Rio Grande do Sul para familiares no exterior. "Muitos estão sem trabalho nos países que sofrem com a pandemia aí os familiares estão tendo de enviar dinheiro", justifica.
Já a compra de dólar está parada. "Ninguém está comprando moeda. As pessoas não podem viajar, navios de cruzeiros estão ancorados devido a limitações nos países, companhais aéreas cancelaram voos", lista o operador.
Fatores políticos, como temores de queda do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, devido a declarações e divergências do presidente Jair Bolsonaro, estão deixando o mercado volátil e extremamente sem parâmetro. "Tem analista projetando dólar a R$ 6,00 e R$ 7,00", observa.
