Mais de 80 laboratórios das redes de pesquisa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com capacidade de análise de mais de 76 mil amostras por dia para detecção do Coronavírus reforçarão a estrutura nacional de combate ao avanço da pandemia. O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDAs) do Rio Grande do Sul é um dos que se integram à rede nacional de combate à doença em breve.
Especializado em analisar e identificar, por exemplo, febre aftosa e influenza aviária em animais, o LFDA, localizado na Zona Sul de Porto Alegre, começará a analisar a presença da Covid-19 em seres humanos na próxima, assim que os insumos já adquiridos pela secretaria da Saúde chegarem ao Estado, explica o coordenador do laboratório no Rio Grande do Sul, Fabiano Barreto.
"Temos equipamentos para fazer os testes RT-PCR e estrutura. Inicialmente teremos condições de analisar cerca de 500 amostrar por dia, contando com cerca de 14 profissionais que agora atuarão nesse trabalho", calcula Barreto.
Além dos LFDAs, unidades da Embrapa e da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), com 89 equipamentos, entrarão na batalha contra o vírus. Os laboratórios, de acordo com o Mapa, estão em 42 instalações localizadas em 19 Estados e 27 cidades. Os equipamentos deverão ser realocados com base na demanda estratégica do Ministério da Saúde. O Mapa vai disponibilizar a capacidade instalada, infraestrutura e equipes técnicas para ajudar na análise dos testes em 84 laboratórios.
De acordo com o Mapa, há um total de 108 profissionais qualificados para operar equipamentos e ensaios, que poderão ser alocados conforme a necessidade. Do total de laboratórios, 62 têm nível de biossegurança NB1, que não podem fazer a manipulação de material biológico. Neste caso, os equipamentos podem apenas ser emprestados, e outros 18 laboratórios possuem nível de biossegurança NB2, que podem ser efetivamente cedidos para a rede de saúde para operar os ensaios.
A Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa sobre o tema valerá, em princípio, por seis meses, mas poderá ser renovada enquanto reconhecida pelo Ministério da Saúde a emergência relacionada à pandemia do novo coronavírus. A previsão da utilização de laboratórios da Embrapa deverá ocorrer em uma segunda etapa.
A segurança do sistema
- Do total de laboratórios, 62 têm nível de biossegurança NB1, que não podem fazer a manipulação de material biológico. Neste caso, os equipamentos podem ser emprestados para outros laboratórios ou eles podem receber as amostras prontas para análise.
- Outros 18 laboratórios possuem nível de biossegurança NB2, que podem ser cedidos para a rede de saúde para operar os ensaios.
- Quatro laboratórios têm nível máximo de biossegurança NB3, sendo que três têm condições de operar em nível 4 de segurança biológica, com o uso de escafandro, e dois deles (Campinas-SP e Pedro Leopoldo-MG) têm estrutura robotizada para o preparo das amostras e a realização dos ensaios. Esses podem ser disponibilizados para apoiar a rede de saúde a manusear o vírus ou para atividades que requerem a máxima proteção do operador, e para criação de centrais de preparo de amostras em grade escala.