Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Combustíveis

- Publicada em 31 de Março de 2020 às 03:00

Venda de gasolina cai 80% em Porto Alegre

Coronavírus - postos de combustíveis - queda nos preços e no movimento - Posto na rua Santana - Porto Alegre

Coronavírus - postos de combustíveis - queda nos preços e no movimento - Posto na rua Santana - Porto Alegre


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Os postos de combustíveis estão entre os diversos setores que sofrem com os reflexos da pandemia do coronavírus. No entanto, os impactos nos revendedores de Porto Alegre e do Interior do Estado são distintos. Enquanto na Capital gaúcha, o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, estima uma queda do consumo de gasolina de cerca de 80%, nos municípios interioranos deve estar na ordem de 30% a 40%.
Os postos de combustíveis estão entre os diversos setores que sofrem com os reflexos da pandemia do coronavírus. No entanto, os impactos nos revendedores de Porto Alegre e do Interior do Estado são distintos. Enquanto na Capital gaúcha, o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, estima uma queda do consumo de gasolina de cerca de 80%, nos municípios interioranos deve estar na ordem de 30% a 40%.
O dirigente argumenta que o consumo no Interior, muito puxado pela safra agrícola, faz com que as consequências nessa região sejam menores. As medidas de combate ao vírus adotadas na Capital, que possui um maior aglomerado de pessoas, também foram mais restritivas.
Dal'Aqua acrescenta que mesmo os postos situados em rodovias e que comercializam principalmente óleo diesel foram atingidos, também com uma redução entre 30% a 40%. O presidente do Sulpetro argumenta que, se por um lado ainda se manteve o transporte de cargas como alimentos, outras atividades, como os caminhões-cegonha que transportam carros, estão estagnadas.
Mais uma dificuldade citada por Dal'Aqua, além da diminuição no volume de combustíveis comercializado, é que as lojas de conveniência dos postos viram suas vendas caírem vertiginosamente. "O cenário é extremamente preocupante, não estamos desassociados da realidade nacional, temos que sair vivos, mas certamente sairemos machucados", frisa o presidente do Sulpetro. Ele lembra que o segmento de revenda de combustíveis tem como característica margens baixas e alto giro de produto o que faz com que seja duramente afetado pelo cenário atual.
Dal'Aqua adverte que a situação tende a se prorrogar. "Nós participamos de grupos de discussões do (governo do) Estado e da prefeitura e eles estão sendo muito claros que não vão flexibilizar sem dados científicos e os dados científicos estão sinalizando para manter as restrições em abril e olhar lá para frente", salienta. O dirigente projeta que, posteriormente, passando os efeitos da pandemia, o perfil do consumo de combustível sofrerá uma mudança. A perspectiva é que, com uma economia ainda fragilizada e possível aumento do desemprego em geral, o abastecimento de gasolina não seja colocado como uma prioridade.
O gerente do posto da Lucas, localizado na Avenida Ipiranga de Porto Alegre e de bandeira Rodoil, Rogério de Moura Mariano, atesta que o número de motoristas que abastecem seus veículos no local diminuiu enormemente desde o começo da pandemia do coronavírus. Ele calcula uma queda de 70% a 80%. O gerente não vê medida possível de ser adotada pelo estabelecimento para amenizar os impactos nas vendas, a não ser esperar a situação melhorar. Nem mesmo a redução do preço da gasolina a partir da diminuição do custo nas refinarias tem adiantado. Inclusive os profissionais de aplicativos de transporte raramente são vistos nos postos ultimamente, diz Mariano. "Estamos (profissionais que atuam nos postos) na linha da frente sem saber se amanhã a gente estará empregado ainda, ao mesmo tempo que gostaríamos que voltasse o movimento a gente olha o jornal e todo mundo pede para segurar, tem os dois lados", comenta Mariano.

Medida de apoio deve atingir poucos postos

O presidente do Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, admite que a melhora da economia depende de medidas do governo federal. A maior dificuldade, segundo ele, é o tempo para essas ações se concretizarem, já que as necessidades são imediatas. O dirigente comenta que o programa anunciado recentemente pela União de auxílio a pequenas e médias empresas para pagarem o salário dos colaboradores abrangerá poucos postos de combustíveis, somente os menores, pois envolverá companhias com até R$ 10 milhões de faturamento ao ano.
Dal'Aqua teme que, se o cenário não melhorar, será inevitável que ocorram demissões. Para amenizar o quadro, foi tratado com o sindicato dos trabalhadores do setor a diminuição do número de pessoal nos postos através de antecipação de férias ou do aproveitamento de banco de horas. Atualmente, o segmento gera em torno de 30 mil vagas de trabalho no Estado, espalhadas por cerca de 3 mil estabelecimentos.