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Coronavirus

- Publicada em 28 de Março de 2020 às 11:46

Especialista sugere como empresas devem lidar com impactos da Covid-19

Para Kalkmann, empresas devem revisar custos, planejar a curto prazo e preservar liquidez de caixa

Para Kalkmann, empresas devem revisar custos, planejar a curto prazo e preservar liquidez de caixa


Spindler Comunicação/Divulgação/JC
Com a disseminação dos casos de coronavírus no País e a limitação de atividades, cresce a apreensão no meio empresarial quanto aos reflexos da pandemia para a economia e o futuro dos negócios. Sócio da Rebuild, consultoria que atua na área jurídica, econômica e de reestruturação de empresas, Cristiano Kalkmann projeta um cenário difícil para as empresas nos próximos 90 dias. Nesta entrevista, ele projeta o aumento dos pedidos de recuperação judicial e das demissões e a falta de recursos para pagamento de fornecedores. Para minimizar os efeitos, sugere a revisão de custos, o estabelecimento de planejamentos a curto prazo e aponta a preservação da liquidez de caixa como prioridade para ajudar na manutenção das empresas. "A crise já é real e a estratégia no momento é de guerra", enfatiza.
Com a disseminação dos casos de coronavírus no País e a limitação de atividades, cresce a apreensão no meio empresarial quanto aos reflexos da pandemia para a economia e o futuro dos negócios. Sócio da Rebuild, consultoria que atua na área jurídica, econômica e de reestruturação de empresas, Cristiano Kalkmann projeta um cenário difícil para as empresas nos próximos 90 dias. Nesta entrevista, ele projeta o aumento dos pedidos de recuperação judicial e das demissões e a falta de recursos para pagamento de fornecedores. Para minimizar os efeitos, sugere a revisão de custos, o estabelecimento de planejamentos a curto prazo e aponta a preservação da liquidez de caixa como prioridade para ajudar na manutenção das empresas. "A crise já é real e a estratégia no momento é de guerra", enfatiza.
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Qual a repercussão entre empresários da crise gerada pelo coronavírus?
Cristiano Kalkmann – Desde as primeiras notícias a respeito do coronavírus já começamos a notar entre os empresários certa angústia em relação aos efeitos desastrosos que estariam por vir. A partir do reconhecimento da Covid-19 como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e imediata publicação de decretos de restrições e isolamento pelos entes públicos, a angústia se tornou enorme preocupação, pois de uma semana para outra começaram a ocorrer cancelamentos de pedidos, suspensão das atividades. São fatos catastróficos para a classe empresarial.
E qual será o efeito dessa crise para as empresas?
Kalkmann – Empresas serão obrigadas a passar por forte reestruturação devido ao colapso gerado pelo coronavírus. Para os próximos 90 dias estamos projetando aumento vertiginoso de pedidos de recuperação judicial. As empresas, certamente, deixarão de pagar impostos e fornecedores. Haverá também muitas demissões.
E o que as empresas podem fazer para tentar amenizar os efeitos dessa grave crise?
Kalkmann – Na verdade, ainda há muita incerteza, mas algumas medidas podem ser adotadas no intuito de minimizar o impacto da pandemia do coronavírus e a restrição, o isolamento, que repercute fortemente nos negócios. O primeiro passo é o empresário reunir os profissionais que possam auxiliar na tomada das decisões, como diretoria, contadores, advogados, dentre outros. Esse grupo irá auxiliá-lo a analisar os riscos do cenário como um todo. Cada dia que passa o cenário pode mudar e as decisões devem ser tomadas considerando todos os pontos de vista. Além disso, redefinir o planejamento é primordial, e ele passa a ser diário e semanal. Tudo está mudando muito rápido. O empresário precisa ter em mente que a prioridade no momento é manter a liquidez de caixa, projetando, na medida do possível, perspectivas de despesas fixas e futuros recebíveis. Os custos fixos devem ser revisados e renegociados para que a empresa tenha fôlego nos próximos meses.
E como ficam as questões dos impostos? E os funcionários?
Kalkmann – Sinceramente, impostos não são preocupação nesse momento. O governo federal já até flexibilizou os pagamentos para frente de alguns deles. Lamentavelmente, como forma de manter viva a empresa, contratos de trabalho devem passar por avaliação. Será impossível para as empresas manter todo o contingente nos próximos seis meses. Muitos negócios poderão demorar muito mais tempo para retomar, pois o consumidor vai demorar a voltar a adquirir certas mercadorias. A crise já é real e a estratégia no momento é de guerra.
Quais setores sentirão a crise de forma mais aguda? 
Kalkmann – Empresas e indústrias que não atuam no fornecimento de itens de primeira necessidade serão os primeiros a sofrer. Mas é preciso avaliar também a cadeia produtiva. De qualquer forma, por exemplo, setores como os de estruturas metálicas, colchões, automotivo e peças, eletromecânica, móveis, construção e turismo são os primeiros afetados e de forma muito grave. Tentando projetar um cenário, imagine que, de uma semana para outra, simplesmente, os pedidos parem ou não há mais hóspede no hotel. Se uma indústria, por exemplo, ficar paralisada por 20 dias que seja, já basta para a operação ser completamente comprometida. E é o que seguramente ocorrerá. Já está ocorrendo, na verdade.
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