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Coronavirus

- Publicada em 24 de Março de 2020 às 21:05

Queda da bolsa abre oportunidades para investidores

Desvalorização acumulada de 45% neste ano fez bolsa ficar abaixo dos 70 mil pontos

Desvalorização acumulada de 45% neste ano fez bolsa ficar abaixo dos 70 mil pontos


REDNUHT/VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
Marcelo Beledeli
Os efeitos do surto de coronavírus da economia levaram o Ibovespa, o principal índice da B3, a ter uma retração de 45% em 2020 (até o pregão de segunda-feira, dia 23). A queda é impressionante: em 23 de janeiro, o índice operava no nível recorde de 119 mil pontos. Agora, está no patamar de 68 mil pontos.
Os efeitos do surto de coronavírus da economia levaram o Ibovespa, o principal índice da B3, a ter uma retração de 45% em 2020 (até o pregão de segunda-feira, dia 23). A queda é impressionante: em 23 de janeiro, o índice operava no nível recorde de 119 mil pontos. Agora, está no patamar de 68 mil pontos.
A desvalorização é a maior entre indicadores das principais bolsas do mundo neste ano. No total, o valor de mercado das empresas listadas na B3 já soma uma perda de R$ 1,746 trilhão no período.
Esse "derretimento" do Ibovespa vem preocupando os investidores, especialmente os mais novatos. Antes da pandemia, a bolsa brasileira registrava um número recorde de proprietários de ações, com mais de 1,9 milhão de pessoas físicas participando do mercado. Mais da metade entrou na B3 nos últimos dois anos. Apenas entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, foram quase 300 mil novos investidores.
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"Muitas pessoas físicas entraram para a bolsa quando ela estava nesse momento bom, com um perfil especulador, investindo quantias altas de sua renda. Agora devem fugir", afirma William Teixeira, sócio e head de renda variável da Messem Investimentos. Entretanto, para os especialista, o ideal é não ter pânico. "Temos recomendado manutenção de posições. Não é momento de sair. Se você pular da montanha russa, é muito alta a chance de se machucar. Para quem tem investimento a longo prazo agora é momento para comprar ações e melhorar seu portfólio", afirma Teixeira.
Essa também é a opinião de Thomaz Fortes, gestor de fundos da corretora digital Warren. "É preciso continuar aportando de forma normal, não dá pra reagir emocionalmente", explica. Além disso, Fortes lembra que essa queda gera oportunidades interessantes de negócios. "Para quem está começando, é um momento de aprender muito. Essa pessoa pode aportar numa bolsa que está voltando muitos anos pra trás em termos de preços."
Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, nessa fase de queda, em que diversos papéis estão atrativos, representa uma chance para fazer carteira. "Não se deve olhar o momento, o mercado é antecipador de ações. A pergunta que o investidor tem que se fazer agora é: o que vai acontecer depois com essa empresa onde quero investir? É preciso calma e racionalidade e analisar seu portfólio para pensar como vai estar daqui a um ano", explica.
Segundo Ribeiro, o ideal é aplicar em empresas sólidas, que estão em nível de preço barato. "Agora não é indicado apostar naquele 'case disruptivo', mas sim em companhias que entregam resultados", avisa ele, que recomenda papéis ligados aos setores elétrico e de saneamento. "A receita deles não será tão afetada. Enquanto muitas empresas da indústria e do comércio sofrerão com fechamento de operações nesse período, mas as elétricas e de saneamento continuarão funcionando e não vão quebrar de uma hora para outra."
Para outros setores, de acordo com Thomaz Fortes, o investidor precisa ter mais cautela. "Às vezes falta fazer matemática, o mercado reage no pânico. O setor de consumo, por exemplo. Alguns, como supermercados, estão tendo até aumento de receita. E temos redes fechadas, mas o que importa é quanto da receita realmente vão perder", explica.
Ribeiro dá como exemplo a Lojas Renner, que fechou temporariamente suas lojas físicas devido ao surto de coronavírus. "É uma empresa bem gerida, tem sólido resultado há muito tempo e estava cara. Agora vai ter um primeiro semestre ruim, mas as pessoas devem voltar a comprar, atender a uma demanda que ficou reprimida. Então é uma empresa que tende a recuperar esse resultado, não é como um Burger King, onde ninguém vai comer 20 hambúrgueres de vez só após a crise por que deixou de comer durante a quarentena", explica.
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Em contrapartida, outros setores, como o de empresas aéreas (que lideram as perdas na B3 durante a crise do coronavírus) não são recomendados. "Para investidor de longo prazo não faz sentido comprar aéreas, elas possuem alavancagem muito alta. Existe até uma brincadeira no mercado, que elas se dividem entre as que quebraram e as que vão quebrar", afirma William Teixeira. "Entretanto, elas deverão ganhar algum auxílio do governo para não falirem, devido ao grande prejuízo que isso causaria para a logística do País. O que é diferente de uma empresa de turismo, como a CVC, que tem menos chance de receber ajuda", comenta.
No entanto, o especialista da Messem lembra que, se o investidor comprar ações com seguro (o mercado de opções), mesmo setores que apresentam maiores dificuldades com a crise podem gerar rentabilidade. "Nesse momento, é preciso pensar que bolsa não vai quebrar, pois todas empresas do brasil não vão quebrar. O Brasil tem condições de continuar crescendo no futuro, e isso que tem que estar na conta do mercado."
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