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conjuntura

- Publicada em 24 de Março de 2020 às 03:00

BC eleva em R$ 1,2 trilhão a liquidez nos bancos

O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) anunciaram nesta segunda-feira um pacote de medidas para aumentar a liquidez do sistema financeiro e do mercado de dívidas de empresas durante a crise gerada pelo novo coronavírus. De acordo com o presidente do BC, Roberto Campos Netto, a estimativa é de que as ações tenham um impacto de
O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central (BC) anunciaram nesta segunda-feira um pacote de medidas para aumentar a liquidez do sistema financeiro e do mercado de dívidas de empresas durante a crise gerada pelo novo coronavírus. De acordo com o presidente do BC, Roberto Campos Netto, a estimativa é de que as ações tenham um impacto de
R$ 1,2 trilhão.
"A gente colocou uma estimativa aqui de R$ 1,216 trilhão. Obviamente tem um mix de medidas de liquidez e medidas de direcionamento. São muito mais potentes do que o que foi feito no passado. Isso vai ser claramente percebido pelo mercado", afirmou durante entrevista coletiva.
Liquidez é a facilidade com que um ativo financeiro pode ser convertido em dinheiro. "Este é o maior plano de injeção de liquidez da história. Eu gostaria de passar tranquilidade para todo mundo, o Banco Central está atento, focado e entende quais são os instrumentos para atuar em cada momento", afirmou Campos Neto.
O CMN autorizou que bancos captem dinheiro por depósitos a prazo usando o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) como garantia. Essa modalidade de depósito a prazo é garantida pelo FGC até o limite de R$ 20 milhões por titular e, de acordo com o Banco Central, foi um instrumento utilizado com sucesso durante a crise mundial de 2008.
Campos Neto disse que, enquanto para os consumidores a incerteza os leva a querer estocar comida e álcool em gel, as empresas buscam ter recursos para atravessar a crise. "O mundo empresarial não é muito diferente. As empresas, principalmente as pequenas e médias, têm incerteza de quanto tempo elas vão ter que navegar nessa crise, quanto tempo vão ter que ficar sem receber o dinheiro das atividades do dia a dia. Então, tem uma busca por liquidez", completou ele.
 

Governo descarta falência de instituições financeiras

O Banco Central (BC) descarta, neste momento, a possibilidade de quebra de bancos no Brasil como consequência da pandemia de coronavírus. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, defendeu que a crise atual é diferente da ocorrida em 2008 e 2009, quando dezenas de instituições financeiras quebraram ou foram absorvidas por outras em todo o mundo. "Em 2008, a incerteza era se o banco ia quebrar ou não. Agora, não falamos disso", afirmou Campos Neto.
O presidente do BC pontuou que, hoje, as instituições financeiras no Brasil têm "bastante folga" no chamado Índice de Basileia, que mede a relação entre o patrimônio de um banco e seus ativos ponderados pelo risco.
Pelas regras atuais seguidas pelo BC, cada instituição precisa ter Índice de Basileia mínimo de 8%. Os dados da autarquia mostram que, na média, o índice para o sistema financeiro estava em 17,12% em março deste ano. Em março de 2009 - pouco após o estouro da crise financeira global - o índice médio era de 18,13%. Na época, porém, a exigibilidade era maior, de 11%.
"Temos um sistema bem provisionado, com boa liquidez e capital sobrando", disse Campos Neto. "Nenhuma instituição financeira hoje tem Índice de Basileia abaixo ou perto do recomendado (8%). Ainda não precisamos socorrer nenhuma instituição", acrescentou.
Por fim, o BC anunciou a possibilidade de as instituições financeiras acessarem empréstimos com lastro em debêntures. Na prática, a autarquia vai liberar recursos para o banco que necessitar. Em contrapartida, terá debêntures como garantia. Poderão fazer parte desta garantia as debêntures adquiridas pelos bancos entre 23 de março e 30 de abril. O potencial da medida é de R$ 91 bilhões.