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Inovação

- Publicada em 05 de Julho de 2018 às 23:00

Sustentabilidade está no DNA

Há diversos temas na pauta dos estudos, como desenvolvimento e validação de tecnologias e informações focadas em resultado, melhoria genética e manejo do rebanho

Há diversos temas na pauta dos estudos, como desenvolvimento e validação de tecnologias e informações focadas em resultado, melhoria genética e manejo do rebanho


/CCGL/DIVULGAÇÃO/JC
Cooperativas mostram, diariamente, a vocação para inovar e contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Dividem, entre diversas pessoas, a propriedade de um empreendimento em que as decisões são tomadas de maneira democrática, e os resultados são distribuídos entre os associados na proporção de suas operações, e não em virtude do capital investido. Isso, por si só, já é algo tido como inovador. Das cooperativas, surge um modelo econômico em que o próprio produtor ou trabalhador recebe os resultados na proporção de sua produção, de seu trabalho. Em nota oficial recentemente publicada pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), a entidade destaca o potencial transformador das cooperativas. "A capacidade inerente das cooperativas de inovar e se adaptar para satisfazer as necessidades da comunidade pode ser uma ferramenta para trazer democracia, igualdade e sustentabilidade para o ambiente de trabalho", afirma o comunicado.
Cooperativas mostram, diariamente, a vocação para inovar e contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Dividem, entre diversas pessoas, a propriedade de um empreendimento em que as decisões são tomadas de maneira democrática, e os resultados são distribuídos entre os associados na proporção de suas operações, e não em virtude do capital investido. Isso, por si só, já é algo tido como inovador. Das cooperativas, surge um modelo econômico em que o próprio produtor ou trabalhador recebe os resultados na proporção de sua produção, de seu trabalho. Em nota oficial recentemente publicada pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), a entidade destaca o potencial transformador das cooperativas. "A capacidade inerente das cooperativas de inovar e se adaptar para satisfazer as necessidades da comunidade pode ser uma ferramenta para trazer democracia, igualdade e sustentabilidade para o ambiente de trabalho", afirma o comunicado.
Tecnologia é inovação. Mas esse é um tema bem mais amplo. Em um momento em que se fala muito em "economia do compartilhamento", vertente econômica que atenta para o uso racional dos recursos, as cooperativas já vivem este contexto muito antes do assunto se tornar pauta ou tendência e trazem em seu DNA os pilares da sustentabilidade. Além disso, as cooperativas participam ativamente do desenvolvimento da sociedade. Os recursos gerados em uma determinada região permanecem nela, colaborando para seu desenvolvimento econômico, social e ambiental, base para a sustentabilidade.
De acordo com Mário De Conto, gerente jurídico do Sistema Ocergs-Sescoop-RS, "as cooperativas surgem para satisfazer as necessidades econômicas de seus associados e atuam no que a economia chama de falha de mercado. Buscam, efetivamente, melhorar as condições de renda de seus associados através de um empreendimento comum", explica. Neste sentido, a sustentabilidade econômica é um dos fundamentos do próprio modelo cooperativo. As cooperativas, ao atenderem às necessidades dos associados e vincularem-se com as comunidades, desempenham a sustentabilidade social. "Essa característica ainda é fundamental para compreender a responsabilidade ambiental das cooperativas, que, por possuírem área de ação definida e serem constituídas por associados sediados na comunidade, tendem a ter decisões que impactem positivamente no meio ambiente local", observa.
Uma vez que os associados são donos e usuários do empreendimento, há uma busca pela satisfação de suas necessidades comuns, o que justifica investir em inovação. "Em face das mudanças pelas quais passa a sociedade e, consequentemente, das necessidades dos associados, as cooperativas precisam inovar constantemente", explica De Conto. O executivo também é responsável pela organização do Seminário Gaúcho do Cooperativismo, evento que terá, em sua programação, a apresentação de cases de inovação e sustentabilidade das cooperativas gaúchas. Neste ano, o seminário chega à sua 18ª edição e ocorre nos dias 8 e 9 de novembro, no Hotel Dall'Onder, em Bento Gonçalves, na serra gaúcha.

Investimento em pesquisa ajuda a qualificar os produtores gaúchos

A Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), ao definir seus diferenciais competitivos, entendeu que investir em pesquisa seria importante para qualificar seus produtores, com foco na sustentabilidade, na produção em escala e na rentabilidade. A CCGL TEC, unidade dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias, entre muitos projetos, dedica-se aos estudos sobre a produção do leite.
No tambo experimental, os profissionais fazem pesquisas e validações que servem de suporte para os técnicos do setor de difusão de tecnologia, que, por sua vez, levam as informações aos produtores. Há diversos temas na pauta dos estudos, como desenvolvimento e validação de tecnologias e informações focadas em resultado; melhoria genética e manejo do rebanho, do solo; e produção de forragem, até gestão e controle de custos de produção. "O grande objetivo do tambo experimental é chegar na fórmula da qualidade ao promover maior rentabilidade através de informações simples e replicáveis. A aplicação da pesquisa é a parte mais importante, e, para isso, o produtor precisa visualizar que pode aplicar", afirma Luis Otávio Lima, supervisor técnico do tambo experimental da CCGL.
O projeto de leite da CCGL envolve 22 cooperativas, 4,6 mil produtores e 50 técnicos. "Não depende de tamanho ou volume de produção para participar deste programa de difusão de tecnologia. Neste momento, 550 produtores recebem este gerenciamento. Nosso desafio é melhorar a produtividade da vaca e da terra", comenta Lima. As pesquisas trazem resultados relevantes no campo. Em um ano, a CCGL registra um incremento de 20% no volume de leite vendido pelas propriedades que aderiram às orientações oriundas do tambo experimental. "Já registramos casos de produtores que tiveram 65% mais renda por área. A intenção é essa, organizar a propriedade para que seja mais rentável. O que a gente percebe é que o produtor, quando aplica os conhecimentos desenvolvidos na pesquisa, tem resultados até melhores do que o tambo experimental, pois tem ainda mais engajamento", comemora.
 

Boa safra de pesquisas qualifica os cooperados

Nesta área experimental são testadas e avaliadas diversas alternativas para a agricultura da região, com inúmeros experimentos conduzidos por renomados pesquisadores

Nesta área experimental são testadas e avaliadas diversas alternativas para a agricultura da região, com inúmeros experimentos conduzidos por renomados pesquisadores


COTRIPAL/DIVULGAÇÃO/JC

Qualificar a entrega do produtor, safra após safra, é busca constante da Cotripal Agropecuária Cooperativa, referência na Região de Panambi. É em seu campo experimental, situado junto à BR-
-158, no município de Condor, que pesquisadores e técnicos dedicam-se a estudar formas de aprimorar o trabalho do cooperado e, à medida do possível, fazer diferente e melhor na safra seguinte. Nesta área experimental são testadas e avaliadas diversas alternativas para a agricultura da região, com inúmeros experimentos conduzidos por renomados pesquisadores, engenheiros e técnicos altamente especializados. "Profissionais experientes, como Mauro Tadeu Braga da Silva, especialista em entomologia agrícola, ou Carlos Alberto Forcelini, professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) e doutor em fitopatologia, desenvolvem pesquisas conosco, justamente, pela nossa capacidade de aplicar os testes neste campo experimental", reconhece Denio Oerlecke, supervisor do Departamento Técnico da Cotripal e engenheiro agrônomo.

O campo experimental da Cotripal, desde os anos 2000, vem cumprindo um papel importante na construção de conhecimento e, ao longo do tempo, ganhou mais e mais complexidade com a introdução de tecnologia. Entre os destaques está a colheitadeira de parcelas, que permite aprofundar o conhecimento da área. "Mas acredito que o mais importante de tudo seja a agilidade com que conseguimos entregar respostas ao nosso produtor. Temos técnicos prestando orientações e acompanhando as lavouras e, quando eles se deparam com qualquer situação adversa, trazem a demanda para o time do campo experimental. A intenção é que, para a próxima safra, já tenhamos novas orientações."
De acordo com Oerlecke, os pesquisadores e o trabalho de disseminação das informações têm credibilidade entre os produtores que costumam colocar em prática as orientações. Eles já colhem resultados. "Na última safra, o Rio Grande do Sul teve média de produtividade da soja próxima dos 49,6 sacas por hectare, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na região em que a Cotripal atua esta média ficou em 66 sacas por hectare, o que é acima também da média brasileira que ficou em torno de 55 sacas por hectare. Alguns produtores chegaram em 80 sacas por hectares", revela.

Fertilidade, sinal de colheita farta

Ciclus, programa de agricultura de informação da Cotrijal, atua na amostragem que avalia o estado nutricional da terra e na geração das recomendações técnicas para correção do solo

Ciclus, programa de agricultura de informação da Cotrijal, atua na amostragem que avalia o estado nutricional da terra e na geração das recomendações técnicas para correção do solo


COTRIJAL/DIVULGAÇÃO/JC
Um solo bem tratado e adubado da forma correta parece ser um dos segredos para os bons resultados que os produtores da Cotrijal - Cooperativa Agropecuária e Industrial estão alcançando. A partir do avanço do Ciclus, programa de agricultura de informação da Cotrijal, a média nas lavouras dos 32 municípios onde a cooperativa possui associados está próxima de 70 sacas por hectare. O programa alia tecnologia e ajuste na correção da fertilidade do solo e adubação de culturas. Há pouco mais de 10 anos, quando teve início o Ciclus, a agricultura de precisão começava a ganhar mais espaço no mercado e os produtores demonstravam interesse em saber sobre o assunto e aplicá-lo no campo.
O Ciclus atua em duas frentes: a amostragem que avalia o estado nutricional da terra e a geração das recomendações técnicas para correção do solo. "Qualquer produtor associado à Cotrijal tem acesso a esse serviço. Dos pequenos aos grandes produtores. Basta ter interesse e solicitar a qualquer momento ao técnico da região. Ao resolver problemas de fertilidade do solo, a produtividade aumenta. Sempre é importante reforçar que esta é uma etapa do processo. Há que se ter cuidado com outros aspectos do processo produtivo. Só assim se extrairá o melhor da agricultura de precisão", comenta Juliano Recalcatti, gerente de Produção Vegetal.
Para o coordenador do programa Ciclus, Leonardo Kerber, o desafio atual é conseguir fazer o cruzamento e as relações entre as muitas informações geradas a partir do uso das ferramentas da agricultura de precisão. "A tecnologia permite acessar inúmeros dados sobre o solo. Precisamos entendê-los para transformar em ação. Os avanços acontecem muito rapidamente e nós estamos sempre buscando o novo. Recentemente, investimentos em equipamentos, drones e imagens via satélite. Tudo para que o produtor possa produzir mais. Entre os destaques está o amostrador de solo que permite observar as características de diferentes camadas do solo: mais superficial e mais profundamente", revela.

Novas embalagens trazem mais transparência

A Cooperativa Languiru, considerada uma das maiores cooperativas de produção do Rio Grande do Sul, investe na transparência e na qualidade de suas entregas. Para dar mais tranquilidade aos consumidores, especialmente após a Operação Leite Compensado, a Languiru, em parceria com a SIG Combibloc, líder em fabricação de embalagens para alimentos e bebidas, desenvolveu um sistema de rastreabilidade de produtos através de QR Code. As novas caixinhas de leite, que levam o código, permitem a verificação da procedência - a partir da industrialização do leite até o ponto de venda - e também da composição de unidade.
A Languiru assume a busca pela qualidade total em seu processo. "Atuamos num raio pequeno. Assim, a matéria-prima vem do produtor diretamente para a indústria", explica Dirceu Bayer, presidente da cooperativa. O QR Code dá agilidade para solucionar eventuais problemas que, desta forma, são mais facilmente identificados em qualquer ponto da cadeia de valor. Os cooperados da Languiru aprovaram a tecnologia. "Todos entendem que isso é fundamental para fortalecimento da nossa marca no mercado", reconhece.
A iniciativa teve ainda repercussão mundial. Em visita institucional, Rolf Stangl, CEO da SIG Combibloc, afirmou que a Languiru é lembrada como a primeira indústria de laticínios a oferecer uma rastreabilidade cirúrgica de seus produtos aos consumidores. "Atualmente, outras empresas utilizam a tecnologia QR para redirecionar a sites institucionais ou a hotsites de campanhas. A Languiru é a primeira a oferecer a rastreabilidade de seus produtos por unidade, ou seja, em cada embalagem e com informações relacionadas ao leite que está dentro da caixinha e sem a necessidade de digitar nada, tudo de forma prática e rápida, atendendo às novas tendências globais. É o que chamamos de connected pack, uma plataforma de soluções personalizadas alternativas que integra toda a cadeia de valor e proporciona transparência total."