Resilientes à crise, cooperativas gaúchas têm novo recorde de faturamento

Em uma economia ainda castigada pelos efeitos da pandemia do coronavírus, saber que as cooperativas do Rio Grande do Sul registraram R$ 52,1 bilhões em faturamento no ano passado é uma vitória, ainda mais quando se percebe que este resultado foi 6,4% superior ao de 2019. Os dados são da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) e foram divulgados nesta semana.

Os dados positivos não param por aí. No último ano, o crescimento registrado nas sobras apuradas foi de 22,5%, atingindo o valor de R$ 2,9 bilhões, o que representa uma expansão de 121,98% nos últimos cinco anos. Portanto, há muito o que comemorar neste Dia Internacional do Cooperativismo, em 3 de julho.

Neste especial, o Jornal do Comércio entrevista gestores das maiores cooperativas gaúchas e dos mais importantes ramos: agroindústria, saúde, crédito e energia. Em comum, todos ressaltam a importância da união entre os associados para que a cooperativa permaneça em atividade mesmo em momentos de dificuldades econômicas, como na atualidade.

Diversas são as razões para esse cenário positivo. Boa parte das cooperativas tem no agronegócio seu pilar fundamental. Embora a safra do ano passado tenha sido prejudicada devido à estiagem, a valorização das commodities no cenário nacional e internacional repercutiu positivamente no faturamento das cooperativas gaúchas: apenas em 2020, a soja subiu 74% e o milho valorizou 57%. Esses negócios no campo puxam o desempenho também do cooperativismo de crédito, por exemplo, que segue crescendo e expandindo a rede de atendimento enquanto os bancos comerciais enxugam suas operações.

O número de associados às 455 cooperativas gaúchas passou de 2,97 milhões para 3,06 milhões em 2020, o que reforça a confiança da sociedade no sistema cooperativista. A participação da população gaúcha envolvida no cooperativismo é de 53,4%, considerando que a família de cada associado se constitui, em média, de duas pessoas.

Os dados são positivos também no emprego. No acumulado de 2020, o saldo de vagas com carteira assinada nas cooperativas foi de 3.683 posições, alta de 5,7%. A expansão de postos de trabalho no setor, que em 2020 registrou 68.303 empregos diretos, contrasta com o cenário do Rio Grande do Sul, que amargou no ano passado o segundo pior saldo no mercado de trabalho formal do Brasil, com o fechamento de 20.220 empregos.