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CRÉDITO

- Publicada em 27 de Setembro de 2018 às 22:59

Caixa reduz taxa de juros de financiamentos

Conforme levantamento, maior procura no Estado é por imóveis de até R$ 200 mil

Conforme levantamento, maior procura no Estado é por imóveis de até R$ 200 mil


JONATHAN HECKLER/arquivo/JC
Realizar o sonho de comprar a casa própria requer uma série de cuidados por parte das famílias brasileiras, sobretudo quando o assunto é buscar crédito junto às instituições financeiras. A dificuldade em aliar taxas de juros que caibam no bolso e a convicção do cumprimento do contrato, com o pagamento em dia ajudou a alavancar a estagnação do mercado da construção civil. Contudo, as notícias divulgadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) para o segundo semestre prometem trazer um alento a quem planejar comprar ou trocar de imóvel.
Realizar o sonho de comprar a casa própria requer uma série de cuidados por parte das famílias brasileiras, sobretudo quando o assunto é buscar crédito junto às instituições financeiras. A dificuldade em aliar taxas de juros que caibam no bolso e a convicção do cumprimento do contrato, com o pagamento em dia ajudou a alavancar a estagnação do mercado da construção civil. Contudo, as notícias divulgadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) para o segundo semestre prometem trazer um alento a quem planejar comprar ou trocar de imóvel.
O presidente da autarquia, Nelson Antônio de Souza, anunciou uma redução na taxa de juros para o financiamento imobiliário. Para imóveis inseridos no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) - que englobam aqueles cujo preço é de até
R$ 800 mil, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite é de R$ 950 mil - a diminuição foi de 0,25%, de 9% para 8,75% ao ano, mesmo índice para os integrantes Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), com valores acima dos limites previstos no SFH, cujo percentual de juros chegava a 10% ao ano. É a segunda redução no ano feita pela CEF. Para Souza, o ajuste trará reflexos ainda este ano. As taxas passaram a vigorar desde o dia 24 deste mês. "Não tenho dúvidas que as medidas vão ajudar a termos um segundo semestre bem diferente, com maior procura e agilidade para liberação do crédito".
Líder de mercado em financiamentos para habitação, a Caixa detém cerca de 70% das cartas de crédito ativas. Somente em 2018, a expectativa é de liberar R$ 85 bilhões para compra de novas moradias. Conforme levantamento, no Rio Grande do Sul a maior procura é por imóveis até R$ 200 mil - cerca de 70% dos pedidos estão nessa faixa. O perfil do comprador ainda leva em conta a idade (entre 26 e 35 anos) e a renda média (entre R$ 2 mil e R$ 4 mil/mês).
Outra medida para alavancar as vendas é o aumento da cota de financiamento para imóveis usados. No auge da crise econômica, a Caixa chegou a reduzir para 50% do valor. Agora, será possível financiar até 80% do total. Com isso, será possível reduzir o valor da entrada no negócio e deve possibilitar às construtoras um giro de vendas maior em relação aos usados recebidos em dação para compra de novos lares. A expectativa também é que o anúncio feito pela autarquia gere um efeito cascata aos outros bancos, sobretudo os privados, com maior competitividade entre os principais bancos do Brasil. Conforme levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), ainda que a Caixa detenha liderança geral no mercado em número de unidades financiadas, Bradesco, Santander e Itaú apresentam maior valor financiado em 2018, ou seja, menos imóveis, porém mais caros. No Brasil, o crédito imobiliário chegou a R$ 6 bilhões somente em julho, conforme levantamento da associação, alta de 22,2% em relação ao mês anterior.
Além da preocupação dos compradores, as construtoras reclamam da burocracia na liberação de recursos para as obras, o que gera atraso nos prazos programados e dor de cabeça para o início das construções. A promessa do presidente é dar maior celeridade ao processo. "Temos que ser ágeis para levar crédito a quem produz. Temos recursos disponíveis, reduzimos os juros e aumentamos o percentual financiado. Seremos parceiros na retomada do crescimento econômico", afirmou Nelson Souza.

Mudanças no Minha Casa Minha Vida e FGTS são previstas para 2018

Aguardada para entrar em vigor a partir de janeiro de 2019, a elevação do teto do valor de compra para quem pretende utilizar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve ser antecipada para esse ano. O Conselho Monetário Nacional (CMN) promete incluir o assunto na pauta de debate e viabilizar o quanto antes essa possibilidade. O teto utilizado é o mesmo do SFH (R$ 950 mil para RJ, SP, MG e DF e R$ 800 mil para os demais estados), porém, com a nova proposta, haverá unificação de valores para R$ 1,5 milhão para aquisição. O objetivo da proposta é incentivar a compra e gerar novos empregos na construção civil a partir da demanda por moradia. No entanto, não haverá mudança na taxa de juros para pró-cotistas - a taxa atual é de 7,5% ao ano. A previsão da Caixa Econômica Federal é de disponibilizar R$ 400 milhões em recursos do FGTS até o fim desse mês para em crédito imobiliário. No primeiro semestre desse ano, o financiamento imobiliário via FGTS interrompeu uma sequência de altas e terminou com retração de
6,8%.

Outra mudança prometida pela autarquia se refere ao programa Minha Casa Minha Vida. As atuais quatro faixas de renda dos compradores devem sofrer um reajuste, a fim de atualizar o limite que não é mexido há três anos. A iniciativa do governo federal, com subsídios às famílias mais pobres e maior facilidade na compra de imóveis residenciais foi uma das poucos alheias ao movimento de queda na construção civil nos últimos anos.

No primeiro semestre de 2018, conforme levantamento da CEF, foram comercializadas 265 mil unidades em todo o País, com maior procura nas faixas 1, 1,5 e 2, disponível para famílias com renda mensal entre R$ 1,8 mil e
R$ 4 mil. O presidente da Caixa, Nelson de Souza, vê a necessidade de medidas mais enérgicas do governo federal, sobretudo do novo presidente, que assumirá em 2019, para ajudar o setor da construção a atingir níveis de crescimento como aqueles vistos antes da crise econômica.

Souza acredita que o movimento será paliativo se não houver a presença do Poder Executivo. "As reformas estruturantes, como a previdenciária e a tributária é que darão suporte às medidas que tomamos para aquecer a economia. Sem elas, podemos sofrer novas oscilações", entende o presidente da Caixa.