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OBRAS

- Publicada em 27 de Setembro de 2018 às 22:54

Burocracia desafia as edificações industriais

Demora no RS é maior que o normal, afirma Silber

Demora no RS é maior que o normal, afirma Silber


JONATHAN HECKLER/JC
A expansão do complexo industrial da Yara, em Rio Grande, e a ampliação do aeroporto Salgado Filho, concedida à alemã Fraport, têm em comum a empresa que toca cada uma das obras. A Construtora Tedesco é uma das contratadas pelas multinacionais para gerir as duas ampliações - no aeroporto, as obras ficarão a cargo do grupo formado por HTB, Tedesco e Barbosa Mello - que prometem impulsionar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Há 70 anos no ramo da construção civil, seja em obras industriais ou de edificações, a Tedesco é controlada pela também alemã HTB.
A expansão do complexo industrial da Yara, em Rio Grande, e a ampliação do aeroporto Salgado Filho, concedida à alemã Fraport, têm em comum a empresa que toca cada uma das obras. A Construtora Tedesco é uma das contratadas pelas multinacionais para gerir as duas ampliações - no aeroporto, as obras ficarão a cargo do grupo formado por HTB, Tedesco e Barbosa Mello - que prometem impulsionar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Há 70 anos no ramo da construção civil, seja em obras industriais ou de edificações, a Tedesco é controlada pela também alemã HTB.
O CEO da Tedesco, Pedro Silber, conta que a parceria com os germânicos trouxe benefício para a empresa gaúcha em relação à gestão dos projetos. Segundo ele, a forma como é pensado o passo a passo da construção trouxe eficiência, tanto no andamento da obra quanto no cumprimento dos prazos de entrega. "Fazemos uma análise da nossa necessidade antes de colocar a mão na massa. Isso nos dá uma visão geral e diminui a chance de termos imprevistos durante a execução", conta.
O CEO da construtora, no entanto, percebe algumas dificuldades no que tange à aprovação de projetos e liberação das licenças para início das obras, admitindo que há uma burocracia maior que o normal para obter autorizações no Rio Grande do Sul em relação aos outros estados brasileiros. "Isso (a demora) dificulta muito o desenvolvimento e a execução dos projetos. Muitas vezes, começamos obras em uma realidade e entregamos em outra, completamente diferente. O Estado, via de regra, gera mais dificuldades para nós", afirma. Silber relata casos de espera por cerca de dois anos para receber uma liberação e, enfim, poder iniciar os trabalhos.
Diferentemente de outras empresas do setor, a Tedesco deve sentir os efeitos da crise econômica somente no próximo ano. Isso porque houve redução na contratação de novas ampliações ou construções em 2016, porém as que foram negociadas anteriormente estão em andamento. Como há o trâmite das liberações, essas obras foram iniciadas ou terão início até 2019. Conforme levantamento da HTB, a retração foi 54% na entrada de valores oriundos de contratos entre 2015 e 2016, mas, no ano passado, o volume foi retomado quase na sua totalidade.
Para que os investimentos permaneçam e o crescimento se solidifique, Silber crê em um conjunto de medidas visando à desburocratização dos processos de licenças e uma maior segurança jurídica às empresas. "A intervenção pública no setor privado cria um problema de insegurança para nós. Precisamos ser eficientes e ajudar a quem quer empreender, não só no Brasil, mas também no Estado, sob o risco de perder novos investimentos", conclui.

Área tecnológica é trunfo para atrair investimentos para o Estado

A atração de novos investimentos para o Rio Grande do Sul ainda é um desafio para o governo estadual. Para sanar o grave cenário econômico, a ideia é incentivar as empresas já existentes a confiar na recuperação do Estado e, aos interessados em empreender, apresentar um plano de reestruturação, sobretudo em áreas fundamentais como a infraestrutura.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Susana Kakuta, observa que nos últimos meses várias multinacionais anunciaram investimentos em solo gaúcho, porém, destaca como mais importantes aqueles ligados à tecnologia. A alemã Stihl ampliará sua planta em São Leopoldo, no Vale do Sinos, e construirá um centro de pesquisa e desenvolvimento voltado para a criação de produtos, otimização de processos e inovação. Até 2022, o valor despendido deve chegar a R$ 500 milhões. "Esse investimento chama atenção do mundo inteiro. Quando empresas de fora enxergam no Rio Grande do Sul locais com tecnologia de ponta, chama a atenção para atrair novos negócios", afirma a secretária.
A busca por empresas que tragam novas tecnologias é um dos principais objetivos, contudo, segundo Susana, é necessário estudar os gargalos existentes para atração de investimentos considerados "portadores de futuro", como, por exemplo, aqueles ligados à Tecnologia da Informação (TI), nanotecnologia, automação e energia renovável. No mês de outubro, a secretária viajará à China para apresentar os projetos já aprovados de desenvolvimento econômico e buscar novas parcerias com o país asiático. "Temos que deixar de ser quem faz e buscar a expertise em quem sabe fazer. A China tem recursos importantes, e queremos atraí-los para o Estado", explica.
Um dos cases é a RGE, empresa de energia que é administrada pela State Grid. A RGE é responsável por atender 70% da população gaúcha. Na visão da secretária, as Parcerias Público-Privadas (PPP) são um "caminho sem volta", sobretudo para o desenvolvimento na área de infraestrutura do Rio Grande do Sul. A secretária vê nesse modelo uma oportunidade de o governo reformular áreas imprescindíveis à economia em tempos de dificuldades financeiras. "Contudo, é um modelo que precisa estar bem claro, pois precisamos entregar resultado ao cidadão e ao empreendedor", justifica.
A redução de desigualdades regionais também é vista como um impulsionador de crescimento. Para isso, o governo precisa alinhar qual tipo de investimento cada região necessita e colocar as empresas no lugar certo. "Grandes empresas geram gatilhos na economia local. Queremos dinamizar as regiões para reduzir desigualdade", completa.