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Construção Civil

- Publicada em 22 de Outubro de 2021 às 15:58

Alta da Selic e ano eleitoral exigem cautela do mercado

Futuro do setor depende também do ritmo de crescimento do País

Futuro do setor depende também do ritmo de crescimento do País


LUIZA PRADO/JC
A escalada da Selic coloca um ponto de interrogação sobre de que forma o setor imobiliário deverá se comportar no futuro e se continuará aquecido. Na última atualização, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual, chegando a 6,25%, e deve subir mais. Como a Selic serve de referência para outras taxas, quanto mais alta estiver, mais caro o crédito.
A escalada da Selic coloca um ponto de interrogação sobre de que forma o setor imobiliário deverá se comportar no futuro e se continuará aquecido. Na última atualização, o Banco Central elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual, chegando a 6,25%, e deve subir mais. Como a Selic serve de referência para outras taxas, quanto mais alta estiver, mais caro o crédito.
"A subida da Selic está refletindo nos financiamentos imobiliários, por isso, não creio que esse mercado continue crescendo como nos últimos 12 meses”, prevê Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV IBRE.
Segundo ela, o futuro do desempenho da indústria de construção civil dependerá também da própria reação do País. "Uma economia caminhando devagar cria empecilhos ao mercado. A continuidade dessa contínua melhora do setor depende de uma economia crescendo, com mercado de trabalho e renda evoluindo e tendo crédito de forma acessível", enumera.
Conforme a projeção do estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º Trimestre de 2021, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o crescimento do setor deve ser de 4% neste ano, o que seria a maior alta para o segmento desde 2013.
Na apresentação do estudo, divulgado em julho, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, disse que, apesar dos resultados positivos, a construção está crescendo bem abaixo de sua capacidade. “A construção é como uma Ferrari com freio de mão puxado. Poderia ser um ano histórico em termos de crescimento e contratação de trabalhadores. Mas alguns fatores, como o aumento dos insumos, criaram temor nos empresários e acabou que não estamos com a atividade que poderíamos estar”, afirmou Martins.
Em 2022, um dos fatores que pode contribuir para um desenvolvimento mais intenso do setor são as eleições. "O ciclo eleitoral tem uma importância no segmento. Já estamos vendo estados anunciarem os seus planos de investimento, o que tem um efeito na realização de obras. Isso também deve contribuir positivamente para o setor", afirma Castelo.
Para o professor e coordenador do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da PUCRS, Felipe Brasil Viegas, não só as definições das eleições como o processo de controle da inflação administrado pelas autoridades públicas, terão um papel fundamental na definição dos cenários futuros. "Uma condição de crescimento do país é essencial para a alavancagem geral dos negócios", acrescenta.
Outra previsão a se fazer para o setor, que pode ser apontado como tendência, é a preocupação crescente com questões que envolvem o meio ambiente. Dados de 2020 divulgados pelo USGBC (United States Green Building), criador do sistema LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental, em português), mostram que o Brasil ocupa a quinta posição entre 180 países no ranking mundial de sustentabilidade. Atualmente, são mais de 1.500 construções sustentáveis no país, sendo 641 já registradas e 50 milhões de metros quadrados ainda em busca de certificação.
Para a especialista do FGV IBRE, esse movimento de consciência ambiental no setor deve ter continuidade no futuro. "Algo que veio para ficar são as práticas ESG, promoção de sustentabilidade e a preocupação em melhorar a produtividade do setor. É algo que observamos numa crescente. Mas ainda não é possível dizer que está disseminado na construção. É uma preocupação que prevalece, especialmente, em maiores empresas, com condições de investir em novos processos e inovação", pondera.
Apesar de alguns avanços, há muito a ser trilhado na chamada construção verde. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a infraestrutura construída – de edifícios a usinas de energia – responde por 70% das emissões de gases.
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