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Comércio

- Publicada em 16 de Julho de 2021 às 03:00

Lojistas ainda na expectativa pelo "próximo normal"

Sérgio Galbinski avalia que projeto de reforma do IR retira dinheiro do consumo

Sérgio Galbinski avalia que projeto de reforma do IR retira dinheiro do consumo


/AGV/DIVULGAÇÃO/JC
Vitorya Paulo
O termo "novo normal" foi popularizado com a pandemia de Covid-19 para se referir às mudanças no comportamento, no consumo e no relacionamento ocasionadas pelo vírus. Porém, para o presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Axelrud Galbinski, "próximo normal" seria o melhor termo para se referir às mutações do setor. "O novo é todo dia. Falamos sobre o próximo normal porque não sabemos qual será a próxima mudança", afirma. Segundo Galbinski, as transformações para os varejistas serão inúmeras, principalmente no sentido de atender às novas necessidades dos consumidores. Conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no setor varejista do Rio Grande do Sul cresceu 14,6% em maio em comparação com o mesmo mês de 2020. Canais digitais, novas necessidades e mais maleabilidade dos consumidores na hora de fazer as compras estão elencados como os principais fatores que contribuem para essa elevação, segundo o presidente. Com a vacinação em pleno avanço, a perspectiva é que uma forte retomada ocorra nos próximos meses. E para isso, os varejistas devem ir se preparando gradativamente. Nessa entrevista, Galbinski faz uma avaliação sobre o setor e explica sua visão otimista para o varejo gaúcho.
O termo "novo normal" foi popularizado com a pandemia de Covid-19 para se referir às mudanças no comportamento, no consumo e no relacionamento ocasionadas pelo vírus. Porém, para o presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Axelrud Galbinski, "próximo normal" seria o melhor termo para se referir às mutações do setor. "O novo é todo dia. Falamos sobre o próximo normal porque não sabemos qual será a próxima mudança", afirma. Segundo Galbinski, as transformações para os varejistas serão inúmeras, principalmente no sentido de atender às novas necessidades dos consumidores. Conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no setor varejista do Rio Grande do Sul cresceu 14,6% em maio em comparação com o mesmo mês de 2020. Canais digitais, novas necessidades e mais maleabilidade dos consumidores na hora de fazer as compras estão elencados como os principais fatores que contribuem para essa elevação, segundo o presidente. Com a vacinação em pleno avanço, a perspectiva é que uma forte retomada ocorra nos próximos meses. E para isso, os varejistas devem ir se preparando gradativamente. Nessa entrevista, Galbinski faz uma avaliação sobre o setor e explica sua visão otimista para o varejo gaúcho.
Jornal do Comércio - Qual é a avaliação que a AGV faz para o setor neste momento?
Sérgio Axelrud Galbinski - Estamos em recuperação, com os clientes se adaptando aos novos formatos. As próprias lojas estão fazendo novos formatos. O setor de vestuário, por exemplo, está investindo em roupas mais folgadas, largas, porque viu que é uma necessidade do consumidor.
JC - Qual é a perspectiva para o segundo semestre? Espera fechar em alta de quanto?
Galbinski - Esperamos continuar crescendo, com as pessoas saindo, e não ficar no abre e fecha. Temos projeção de aumento de 10% comparado ao segundo semestre de 2020. Mas é difícil comparar com 2020.  A última vez que tivemos um ano assim foi durante a gripe espanhola.
JC - A ampliação da cobertura vacinal repercute favoravelmente sobre o setor até que ponto?
Galbinski - A gente já percebe que favorece. Acompanhamos as estatísticas de contaminação, que já estão baixando, e as pessoas estão ficando mais tranquilas de voltar ao convívio, percebendo que há maneiras de entrar numa loja de forma tranquila. E não só é tranquilo para os consumidores, mas como para os funcionários também.
JC - A prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses anima o comércio?
Galbinski - Vemos o auxílio de forma muito positiva. É provável que esses valores destinem-se à alimentação, mas acaba chegando no varejo de alguma forma. Tudo vem para dar tranquilidade. Sabemos que o nível de desemprego é o maior da história, mas o governo já está fazendo uma segunda rodada do Pronampe - Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte -, então, temos convicção para a retomada.
JC - Quanto ao desemprego, o comércio costuma abrir vagas temporárias próximo do verão, devido às festas. Isto deve se repetir este ano?
Galbinski - Como muitas lojas fazem horários especiais durante as festas, as vagas temporárias se fazem necessárias mesmo sem aumento de vendas, para cobrir as folgas dos colaboradores. Mas pessoas novas é bom para as empresas, oxigena o grupo. A tendência é que as lojas procurem colaboradores com bom atendimento pelo Whatsapp, Facebook e canais digitais, porque esse formato de compra só está crescendo.
JC - O que o setor espera que seja feito em âmbito federal e estadual?
Galbinski - Principalmente, adiantar a vacina dos colaboradores com os grupos prioritários. Não vejo porque não vacinar quem tem contato direto com o público, já que bancários serão vacinados e o pessoal que trabalha em farmácia também foi. Em nível federal, estamos vendo os movimentos para mudar o Imposto de Renda, o que vai aumentar a arrecadação, mas vai tirar esse dinheiro do consumo. A MP 936 está voltando agora, com a ajuda para complementar a renda com o seguro-desemprego, o que é ótimo.
JC - Quais são as projeções para o setor em 2022, teremos uma possível volta à normalidade?
Galbinski - Há muita demanda reprimida. As pessoas ficaram muito tempo sem consumir, então, os lojistas precisam estar preparados para entender que a busca vai ser por outros produtos. Roupas não serão tão formais, mais casuais. Tênis mais procurados do que sapatos. Outro ponto é que há demandas que os clientes nem sabem que têm ainda, porque muita gente engordou ou emagreceu durante esse período em casa. As empresas terão de ajustar até as próprias modelagens, inserindo os centímetros das roupas nos tamanhos, porque muitos não vão querer provar as roupas. Não falamos em "novo normal" porque novo é todo dia. Falamos sobre o "próximo normal", porque não sabemos qual será a próxima mudança.
JC - O cenário eleitoral de 2022 preocupa para o desempenho do comércio em 2022?
Galbinski - Costumamos dizer que os anos de Copa do Mundo e eleição são estranhos. A atenção, normalmente, está toda voltada a esses eventos e o consumo desacelera. Mas esperamos que seja uma eleição tranquila, apesar do cenário que se desenha. Tomara que seja.
 
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