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Comércio

- Publicada em 16 de Julho de 2021 às 03:00

Mais exigente, consumidor vai à loja já sabendo o que deseja comprar

Irio Piva destaca a importância do avanço da vacinação para uma retomada mais consistente das atividades

Irio Piva destaca a importância do avanço da vacinação para uma retomada mais consistente das atividades


CDL POA/Divulgação/JC
João Pedro Rodrigues
Orientar, instrumentalizar e conscientizar. Para além da defesa da reabertura do comércio na Capital, foram estes os principais pontos que pautaram as atividades da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA) durante a pandemia. Frente às novas exigências de um mercado cada vez mais digital, a entidade buscou transmitir aos varejistas conhecimentos para digitalização dos seus negócios, seja através da criação de um canal de atendimento via Whatsapp, Instagram, marketplace ou outra plataforma, seja através do desenvolvimento de um site. Tudo isso com o objetivo de fazê-los chegar aos consumidores de uma nova maneira. Para o presidente da CDL-POA Irio Piva, esta foi uma das grandes atuações da entidade durante este período, mas não foi a única de destaque. A Câmara também teve uma forte atuação na defesa da retomada das atividades, atuando ainda para a conscientização dos seus associados acerca dos protocolos necessários na pandemia. "Trabalhamos muito forte nesse sentido, levando informação, tanto através das mídias tradicionais quanto através da mobilização de pessoas para ir em estabelecimentos comerciais explicar tudo sobre os cuidados", conta.
Orientar, instrumentalizar e conscientizar. Para além da defesa da reabertura do comércio na Capital, foram estes os principais pontos que pautaram as atividades da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA) durante a pandemia. Frente às novas exigências de um mercado cada vez mais digital, a entidade buscou transmitir aos varejistas conhecimentos para digitalização dos seus negócios, seja através da criação de um canal de atendimento via Whatsapp, Instagram, marketplace ou outra plataforma, seja através do desenvolvimento de um site. Tudo isso com o objetivo de fazê-los chegar aos consumidores de uma nova maneira. Para o presidente da CDL-POA Irio Piva, esta foi uma das grandes atuações da entidade durante este período, mas não foi a única de destaque. A Câmara também teve uma forte atuação na defesa da retomada das atividades, atuando ainda para a conscientização dos seus associados acerca dos protocolos necessários na pandemia. "Trabalhamos muito forte nesse sentido, levando informação, tanto através das mídias tradicionais quanto através da mobilização de pessoas para ir em estabelecimentos comerciais explicar tudo sobre os cuidados", conta.
Jornal do Comércio - Qual a percepção da entidade em relação aos seus associados durante a pandemia?
Irio Piva - Nós percebemos que, principalmente o pequeno empresário, ficou muito perdido num primeiro momento. Muitas vezes ele estava acostumado a receber o cliente dentro das lojas e, de repente, ele se viu com o negócio fechado e tendo que sobreviver. Foi aí que a entidade entrou muito forte no sentido de buscar soluções diferenciadas para que esse problema pudesse ser resolvido. Houve uma interação muito grande entre a entidade e os lojistas na busca de saídas para atender os seus consumidores.
JC - Quais têm sido os maiores desafios para o segmento?
Piva - O setor varejista foi dividido entre o essencial e o não-essencial. Aquele que era do segmento essencial teve problemas no primeiro momento e depois ele teve toda a possibilidade de trabalhar e, consequentemente, ele se saiu, em alguns casos, até crescimento. Aquele varejo não essencial ficou com muitas dificuldades. Desde problemas de crédito, por exemplo, para bancar folha de pagamento e fornecedores, até problemas de estoque que não foram vendidos devido ao fechamento do comércio.
JC - De que forma a entidade procurou ajudar esses lojistas?
Piva - Agimos em várias frentes, principalmente tentando, através dos órgãos, orientar eles na questão da suspensão de contratos de trabalho, da redução de jornada, da negociação de aluguel com shoppings ou empreendedores. Contatamos bancos estatais e privados, por exemplo, para buscar linhas de financiamento mais barato, orientamos eles quanto ao que eles deviam priorizar o pagamento e o que podia ser postergado, trabalhamos junto ao governo para prorrogar prazos do pagamento de impostos. Foi um conjunto de ações para ajudar a ter fôlego. Para isso, precisamos estar dentro do problema de cada um e tentar mostrar um caminho.
JC - Como vocês veem a situação do comércio hoje em Porto Alegre?
Piva - O comércio está melhorando a cada dia. Estamos vivendo um momento de grande otimismo. Esta é a palavra. Estamos vendo melhorias em todas as áreas e também vivendo uma melhoria do PIB no Rio Grande do Sul (o Estado registrou crescimento de 4% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com os últimos três meses de 2020). Além disso, nós estamos vivendo um inverno com um frio constante, o que é bom para o varejo porque estimula o consumo, e também temos uma aceleração da vacinação. À medida que isso vai acontecendo, as pessoas vão voltando às ruas. E há uma demanda reprimida importante, já que, no ano passado, as lojas ficaram muito tempo fechadas, e as pessoas deixaram de comprar. Então, são vários motivos que levam a essa melhoria.
JC - Como essa demanda tem se refletido no dia-a-dia?
Piva - No Dia dos Namorados (12 de junho), por exemplo, nós tivemos um desempenho melhor do que no Dia das Mães (9 de maio), sendo que o Dia das Mães é a segunda data mais importante do varejo (atrás somente do Natal). Isso porque o Dia dos Namorados aconteceu em um período em que a situação já estava melhor. Então, nós seguimos melhorando mês a mês. Eu venho acompanhando o desempenho dos lojistas de maneira gradativa. Toda semana nós percebemos uma melhora em relação à semana anterior.
JC - A reabertura do comércio influencia nas vendas pelo e-commerce?
Piva - Sem dúvida, porque à medida que o comércio abre, várias atividades também abrem. À medida que a pessoa tem um motivo para sair de casa e ir pra rua, ela tem, por exemplo, um motivo para ela se vestir melhor, comprar um calçado ou um acessório. Na verdade, essas coisas sempre se complementam. Se a pessoa está fechada dentro de casa, ela não consome no restaurante. A pessoa pode comprar uma roupa através do digital, mas quando ela vai usar se ela não sai de casa? Então, à medida que essas atividades vão sendo retomadas, elas também estimulam a retomada de outras. E, com certeza, tanto no digital quanto no físico, os negócios tendem a melhorar quando uma certa normalidade vai se estabelecendo.
JC - Como essa realidade se reflete nas vagas de trabalho?
Piva - O índice de pessoas com carteira assinada vem aumentando. Estamos vivendo um momento em que muitos segmentos do comércio estão com quantidades significativas de vagas abertas para contratação. E isso deve seguir nos próximos meses, porque não foi só uma pequena onda. A tendência é de que o mercado de trabalho continue aquecendo. Uma coisa vai levando a outra.
JC - O perfil dos profissionais é o mesmo de antes da pandemia?
Piva - A exigência está aumentando para novos jeitos de atender o consumidor. Um dos grandes trabalhos da CDL foi mostrar para o empresário novas formas de se comunicar e de atender os seus clientes. À medida que eu começo a utilizar novas ferramentas, eu preciso de pessoas preparadas para utilizar essas ferramentas. Então, a exigência aumentou.
JC - De que forma a exigência está aumentando?
Piva - O consumidor está chegando dentro da loja já sabendo o que ele quer, porque, na maioria das vezes, ele já se utilizou das mídias sociais para fazer a sua escolha. Quem efetivamente está mais preparado para levar essa experiência de maneira digital para o consumidor tem maior vantagem. Uma grande empresa já tem um departamento ou uma agência que produz os materiais para ela, mas o pequeno negócio exige que o atendente seja a pessoa que publique materiais nas redes sociais e sites. De maneira prática, em uma pequena empresa, hoje, são pequenas atitudes exigidas de uma pessoa que vão fazer a diferença no desempenho do negócio, seja a publicação de fotos e vídeos dos produtos nas diferentes plataformas, seja mostrando os benefícios dos seus produtos ao consumidor. Uma pessoa que está preparada para fazer isso e sabe utilizar as mídias tem mais valor no mercado. As pessoas estão mais multifuncionais.
JC - Quais são os objetivos da CDL-POA para o restante do ano?
Piva - A CDL é uma entidade que leva soluções para o varejo. Então, nós estamos aí para ser uma ferramenta de apoio para o lojista. A ideia é dar instrumentalização ao lojista para uma tomada de decisão mais segura. Este é um dos grandes trabalhos que nós fazemos em prol do associado.
JC - E as expectativas?
Piva - São muito positivas, de um mercado crescente. Até o fim do ano, acreditamos que haverá melhora gradativa mês após mês e que praticamente todas as atividades vão estar vivendo um momento melhor daqui para frente. Por isso, são importantes o avanço da vacinação, a melhora da condição econômica e este clima de otimismo, porque consumir é um estado de espírito.
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