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- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 03:00

Sebrae-RS cria soluções para auxiliar pequenos negócios

Diretor-superintendente do Sebrae-RS destaca medidas de socorro implementadas

Diretor-superintendente do Sebrae-RS destaca medidas de socorro implementadas


/MARCELO G. RIBEIRO/arquivo/JC
Micro e pequenas empresas travam uma luta na busca por recursos e, deste modo, continuarem a atuando em meio à crise da pandemia da Covid-19. Isto ficou mais evidente a partir de um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) na primeira semana de abril. O objetivo foi fazer um levantamento das principais necessidades dos pequenos empreendedores e, em contrapartida, desenvolver medidas para socorrer este segmento da economia.
Micro e pequenas empresas travam uma luta na busca por recursos e, deste modo, continuarem a atuando em meio à crise da pandemia da Covid-19. Isto ficou mais evidente a partir de um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS) na primeira semana de abril. O objetivo foi fazer um levantamento das principais necessidades dos pequenos empreendedores e, em contrapartida, desenvolver medidas para socorrer este segmento da economia.
André Godoy, diretor-superintendente do Sebrae-RS, explica que a entidade fez uma articulação nacional na busca de uma solução emergencial, que se tornou realidade com a criação do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). De acordo com Godoy, até 30 de junho, o fundo emprestou quase R$ 2 bilhões. Assim como a criação do Fampe, Godoy também comemora a liberação, com a sanção da Lei nº 13.999/2020 pelo governo federal, da linha de crédito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Entre as iniciativas de sucesso também estão as rodadas de negócios virtuais, produto desenvolvido pelo Sebrae do Rio Grande do Sul e presente, hoje, em vários estados brasileiros. Conforme explica Godoy, a medida permitiu levar, para o ambiente on-line, uma alternativa às reuniões presenciais de negócios, suspensas devido à pandemia.
Godoy cita também um novo produto: marketplace, chamado de A Sua Loja Sebrae, desenvolvido no Rio Grande do Sul para pequenos empreendimentos. "Nós oferecemos, gratuitamente, a hospedagem do negócio na plataforma, de maneira que o (empreendedor) possa ampliar os canais de vendas. Neste primeiro momento, ele consegue disponibilizar sua loja on-line, com os seus produtos, preços e sem custo algum", informa.
Ele diz que as estratégias de sobrevivência dos negócios dependem de seus ramos de atividades. Existem aquelas que podem migrar do presencial para o digital e outras que não tem condições para realizar isto. Cita, por exemplo, um restaurante, que, não podendo abrir para atender ao público, tem condições de continuar faturando com o serviço de tele-entrega - contudo, é preciso um canal de comunicação com os clientes.
Estes canais podem ser por telefone, por meio de site ou outros, como aplicativos. É uma alternativa, segundo Godoy, para manter parte do faturamento enquanto o negócio estiver sem condições de operar plenamente. Por outro lado, Godoy destaca que as academias de ginástica e os salões de beleza dependem da presença do cliente e, deste modo, sofrem impacto maior em suas finanças.

"Com ajustes, acesso ao crédito ficou mais fácil", explica André Godoy

Jornal do Comércio - O que o Sebrae-RS tem feito para auxiliar os pequenos empresários?
André Godoy - São várias as ações, além daquelas que nós usualmente fazíamos. As principais delas foram, inclusive, desenhadas com base em uma pesquisa que nós temos feito desde o final de março, quando pesquisamos os nossos clientes, portanto é uma mostra bastante fidedigna. Nós não estamos pegando empreendedores aleatoriamente. Algumas são mais relevantes. A primeira, que nós lançamos foram as consultorias on-line, com temas mais demandados pelos empreendedores e transformamos do formato presencial, que era dado com aulas, em encontros on-line. Também montamos um pacote emergencial para os empreendedores, com três soluções mais procuradas: que é a questão de fluxo de caixa - ou gerenciamento de caixa, controle de custos e remodelagem de negócios.
JC - Como funcionam as rodadas virtuais?
Godoy - É um produto nosso, aqui do Sebrae do Rio Grande do Sul, que exportamos para vários Estados Brasil essa metodologia. Antes, os empresários se encontravam para negociar, especialmente, durante a realização de feiras. A gente chamava a Rodada de Negócios. As empresas se reuniam em uma sala com 50 a 100 mesas, onde compradores e vetores, ou seja, fornecedores e compradores, negociavam frente a frente. Com a proibição de circulação, nós então levamos esta Rodada de Negócios para o mundo digital e ela passou a se chamar então de Roda de Negócios Virtual. É uma plataforma que funciona com o mesmo objetivo, só que toda on-line. Também foi um produto que teve um sucesso absurdo.
JC - E o marketplace do Sebrae?
Godoy - É o mais novo produto, colocamos no ar semana passada nosso marketplace chamado A Sua Loja Sebrae. Foi feito por nós, aqui no Rio Grande do Sul, exclusivamente para os pequenos negócios gaúchos. Neste primeiro momento, entendendo a necessidade dos empresários, inclusive de ter recursos, nós estamos oferecendo gratuitamente a hospedagem do empreendedor na nossa plataforma. Assim, ele pode ampliar os seus canais de vendas.
JC - Quais as necessidades financeiras dos pequenos negócios hoje?
Godoy - Na pesquisa que fizemos, perguntamos quais eram as principais necessidades. Em abril, no primeiro levantamento, capital de giro sempre esteve em primeiro lugar entre a necessidade dos empreendedores. O Sebrae não oferece crédito, então, como é que nós poderíamos ajudar o empresário? Por meio do Sebrae nacional, fizemos uma articulação e foi criado um produto especialmente com recursos do Sebrae - muito embora o Sebrae não possa emprestar dinheiro, ele pode garantir operações. Surgiu, então o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). São quase R$ 2 bilhões emprestados, dados de 30 de junho.
JC- O governo federal também lançou o Pronampe.
Godoy - Sim, há cerca de 20 dias. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) nós entendemos ser a melhor operação existente hoje no mercado para financiamento dos pequenos negócios. Neste caso, o Tesouro Nacional é que garante as operações e, portanto, tem um valor aí de quase R$ 16 bilhões à disposição para empréstimos.
JC - Quais os entraves para acessar o crédito hoje?
Godoy - Não é que o dinheiro não existisse. O governo imediatamente, logo que fomos para a crise, disponibilizou uma série de operações e com bastante recurso. O que acontecia era o seguinte: as exigências para obtenção dos empréstimos eram muito engessadas e os empreendedores não conseguiam obter este dinheiro. Agora com as correções que foram feitas, o acesso a este financiamento ficou mais fácil. No início existia uma condição de que para o empreendedor acessar o recurso, ele precisaria garantir o emprego - caso da linha de financiamento para a folha de pagamento. A maioria esmagadora dos pequenos negócios não paga os seus funcionários através de convênios com bancos. Ele simplesmente deposita o dinheiro na conta de seus funcionários. Então isto impediu de muita gente de tomar o dinheiro por causa dessa exigência. A outra era de garantia do emprego. Como é que o empresário vai garantir emprego por dois anos, se ele não sabe o que vai acontecer amanhã? Este abre e fecha impede as operações. Essas restrições, também agora, foram votadas pelo Congresso e deixaram de ser exigidas.