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AGV

- Publicada em 16 de Julho de 2020 às 03:00

Para a AGV, é importante manter contato com o cliente

Sérgio Galbinski, da AGV, destaca que os empresários cumprem as normas sanitárias

Sérgio Galbinski, da AGV, destaca que os empresários cumprem as normas sanitárias


/LUIZA PRADO/JC
Há iniciativas que, mesmo aparentemente simples, ajudam no fluxo de caixa e, o mais importante, também mantêm o contato com os clientes em um momento de portas fechadas para o varejo gaúcho devido ao coronavírus. De acordo com Sérgio Axelrud Galbinski, presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento Varejo (AGV), a instituição, que reúne 135 entidades entre Sindilojas, Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDLs) e Associações Comerciais (ACIs), com um universo de 27 mil empresas associadas, mantém diversas ações em defesa do setor. O contato e a troca de informações entre os associados são importantes, principalmente neste momento de crise.
Há iniciativas que, mesmo aparentemente simples, ajudam no fluxo de caixa e, o mais importante, também mantêm o contato com os clientes em um momento de portas fechadas para o varejo gaúcho devido ao coronavírus. De acordo com Sérgio Axelrud Galbinski, presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento Varejo (AGV), a instituição, que reúne 135 entidades entre Sindilojas, Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDLs) e Associações Comerciais (ACIs), com um universo de 27 mil empresas associadas, mantém diversas ações em defesa do setor. O contato e a troca de informações entre os associados são importantes, principalmente neste momento de crise.
Galbinski destaca o fundamental papel da AGV em manter um canal permanente entre os associados para prestar orientações e ouvir o que os empresários têm para dizer. O dirigente também relata iniciativas das empresas com o objetivo de manter seu fluxo de caixa. Pelo WhatsApp da AGV chegou uma boa ideia: uma empresa montou uma pequena mala com peças de vestuário e a levou para os seus clientes que, sem sair de suas casas, compraram as mercadorias. "É algo simples, porém o objetivo maior era fortalecer os laços com os clientes", avisa Galbinski.
Pelo contexto que se apresenta, porém, o dirigente manifesta grande preocupação com o agravamento da crise econômica, reflexo da pandemia de Covid-19. Galbinski diz que está apreensivo com as paralisações das atividades comerciais no Rio Grande do Sul, em decorrência das normas restritivas impostas pelo governo do Estado e pelas prefeituras com objetivo de restringir o fluxo de pessoas nas ruas e nos estabelecimentos, como forma de tentar reduzir a taxa de contaminação pelo coronavírus.
Segundo ele, não só as restrições afetam diretamente a sobrevivência das empresas, como também fizeram surgir uma percepção entre os empreendedores de que, de certo modo, a população julgue o setor varejista como culpado pela pandemia. "Claro que as pessoas sabem que o comércio não é o causador desta situação (de abre e fecha dos estabelecimentos), mas ela é gerada a partir do fato de que as pessoas se movimentam e podem carregar o vírus. Porém, a gente fica com este sentimento negativo", diz. O dirigente reforça o fato de que os empresários cumprem integralmente as normas sanitárias e se sentem penalizados pelos governantes.
Galbinski explica que a AGV integra o grupo do comitê de crise da Covid-RS do governo do Estado, para dar opiniões e para defender os interesses dos empresários. Lembra que, em uma ação recente da AGV, conseguiu reverter restrição impostas para o funcionamento de tele-entrega e do drive-thru a partir das mudanças de bandeiras e que separa o Estado por regiões. O dirigente lembra que a AGV também realiza a campanha "Economia local depende da sua ação pessoal". Trata-se de uma ação voltada às pessoas com o objetivo de reforçar os cuidados com à Covid-19 para que a economia local continue, pelo menos, aberta.

"Parece que a culpa pela transmissão é nossa, com esse abre e fecha"

Jornal do Comércio - O que a AGV tem feito para auxiliar os associados neste momento?
Sérgio Galbinski - A Associação Gaúcha para o Desenvolvimento Varejo (AGV) participa do grupo Covid-RS do governo do Estado, que é um comitê de crise. A AGV dá opiniões - tem um grupo, no qual participam também a Fecomércio-RS, a Federasul, participa o governador e alguns secretários. É uma iniciativa importante. A AGV também criou a campanha "Economia local depende da sua ação pessoal", para convencer as pessoas a se cuidarem mais para que a economia local continue, pelo menos, aberta. O objetivo desta campanha não era nem uma questão de consumir mais, mas um alerta para as pessoas: não se contaminem para que as bandeiras não aumentem e que os estabelecimentos possam ficar abertos.
JC - É um alerta sobre a importância do comércio aberto?
Galbinski - As lojas têm que fechar (para evitar o aumento de contágio pela Covid-19) e as pessoas parecem que ficam pensando que é por causa do comércio, mas não é. A população, em geral, se locomove, pega ônibus, as pessoas se encontram, então, é natural que se tenha a contaminação por causa do vírus. A AGV tenta mostrar para as pessoas que, se elas continuarem se contaminando, o comércio vai deixar de existir - o comércio de produtos não essenciais. Porque todo o problema está nos não essenciais. Material de construção pode abrir, ótica pode abrir, de pneus pode abrir, de automóveis pode abrir. E as lojas não essenciais, de roupas e calçados, não podem. Acontece que 90% das lojas são de roupas e de calçados. Então, a gente resolveu fazer esta campanha.
JC - E as lives, como funcionam?
Galbinski - A AGV também tem lives nas quintas-feiras à noite, às 20h. A gente já trouxe José Galló, da Renner; também as Lojas Colombo e demais empresas grandes para falar o que estão fazendo. São lives rápidas, normalmente, de 15 a 20 minutos para contar o que eles estão fazendo. Estamos recebendo entre 80 a 100 pessoas. Então, as lives estão funcionando. A AGV tem o seu grupo de diretoria, que troca ideias, e, por intermédio das mídias, a instituição procura apresentar para população e para o governo do Estado que os lojistas estão passando por necessidades, repercutindo junto à opinião pública.
JC - Como está a imagem do setor hoje?
Galbinski - O comércio está muito chateado com a sensação de que parece que a culpa é do setor. Claro que as pessoas sabem que o comércio não é o causador desta situação, mas ela é gerada a partir do fato de que as pessoas se movimentam e podem carregar o vírus. Porém, a gente fica com este sentimento negativo de ter que fechar as portas. Por outro lado, os ônibus estão cheios de pessoas. E a gente não podia nem utilizar o provador de roupas! A nossa loja nunca será uma sala cirúrgica, tem que passar álcool no vestuário, enquanto no ônibus todos podem sentar e conversar.
JC - A AGV abre espaço para conversar com os associados?
Galbinski - A AGV busca se comunicar com os lojistas, transmitir ideias, reverberar informações. Representamos as entidades de Porto Alegre e do Interior. Muitos lojistas do Interior captam as ideias e as encaminham para o grupo de WhatsApp da entidade. E nós conversamos, realizamos reuniões para tratar tanto dos problemas quanto discutir soluções.
JC - Até que ponto é possível o comércio traçar estratégias para os negócios no atual cenário?
Galbinski - Vou dar um exemplo de uma loja de roupas. Elas trabalham com coleções, como é que o empresário vai ficar comprando mercadorias com base em uma determinada meta? Tipo, no próximo mês, eu vou vender tantas blusas e tantas calças, se ele nem sabe se estará aberto ou fechado em decorrência das bandeiras? Assim, não dá. Para a loja de vestuário e de calçados, que tem coleções de inverno e de verão, o pessoal não fez compras. Eles irão vender o que têm guardado. E vai vender muito menos, porque não fez as encomendas em razão de não saber se estará aberto ou fechado.