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ENTIDADES

- Publicada em 16 de Julho de 2019 às 03:00

Desburocratização é a principal bandeira da Fecomércio

Prédio da Fecomércio conta com Impostômetro, para mostrar quantidade arrecada pelo governo

Prédio da Fecomércio conta com Impostômetro, para mostrar quantidade arrecada pelo governo


CLAITON DORNELLES /JC
Não há empresário que não reclame da burocracia, sobretudo quando o assunto é acertar as contas com o poder público. A complexidade em entender certos instrumentos regulatórios, fazer apuração de impostos sobre produtos, serviços, funcionários e afins gera dor de cabeça mensal para quem empreende. O próprio início e fim de uma empresa não costuma ser fácil, com dezenas de documentos comprobatórios e trâmites que torturam a vida de quem sonha em começar no ramo comercial.
Não há empresário que não reclame da burocracia, sobretudo quando o assunto é acertar as contas com o poder público. A complexidade em entender certos instrumentos regulatórios, fazer apuração de impostos sobre produtos, serviços, funcionários e afins gera dor de cabeça mensal para quem empreende. O próprio início e fim de uma empresa não costuma ser fácil, com dezenas de documentos comprobatórios e trâmites que torturam a vida de quem sonha em começar no ramo comercial.
Para tentar simplificar a vida dos empresários, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) é defensora da desburocratização nos mais diferentes níveis do empreendedorismo. O presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, percebe que o empresário do comércio muitas vezes gasta mais tempo tentando resolver problemas dessa ordem do que se dedicando à atividade fim do estabelecimento. Para ele, isso traz prejuízo em diferentes formas. "Mensalmente, você precisa entregar uma série de relatórios sobre faturamento, compras, funcionários e isso, além de ser difícil, toma muito tempo. Nem sempre se consegue fazer esses envios em tempo hábil", explica.
Por exigir um conhecimento acima do normal para compreender todas as normas, geralmente o empresário se vale de uma empresa de contabilidade para gerir os problemas, mas com um custo embutido dentro da projeção mensal. "Além de não ser fácil, há esse custo, sobretudo para o pequeno empreendedor. As coisas deveriam ser bem mais simples", afirma Bohn.
Para ele, existe por parte dos poderes estadual e federal uma vontade de diminuir a burocracia, mas nem sempre é possível devido a imposições feitas desde o início que, nem sempre, podem ser desfeitas, apenas reduzidas.
Bohn cita como exemplo o caso da Substituição Tributária do ICMS. O governo criou essa forma de tributação para equalizar as alíquotas nas relações de comércio interestaduais cujo percentual é diferente, o que pode gerar créditos para alguns empresários de um estado e débitos para outros.
O líder da Fecomércio disse que há uma discussão em curso sobre o tema na Justiça Federal, mas que o tema segue dando dor de cabeça na relação de consumo. "Quando surgiu o tema, fomos favoráveis ao tema junto com o governo por entender que facilitaria a fiscalização. Porém, com a evolução e aplicação para quase todos os produtos, gerou insegurança jurídica", analisa.
A questão burocrática se impõe como maior dificuldade para as pequenas empresas, segundo Bohn. Esse é um dos motivos, conforme explica, para o fechamento dos comércios nas cidades. A dificuldade em lidar com as regras e a pouca experiência são fatores que, combinados, se transformam em um complicador para o empresário.
Por isso, o presidente da entidade defende uma diferenciação de tratamento para esse tipo de negócio. "É preciso fazer valer a Constituição, que já prevê isso (diferença a favor do pequeno empresário)", afirma. O dirigente percebe uma preferência dos governos em incentivar a instalação de grandes empresas, devido à geração de impostos e possíveis empregos gerados, em detrimento de difundir mais empresas que podem crescer e se tornarem potenciais.

Reformas estruturais e tecnologia podem ajudar os empreendedores e desenvolver mais o consumo

Bohn entende que é necessário, também, fomentar empresas menores

Bohn entende que é necessário, também, fomentar empresas menores


/LUIZA PRADO/JC
As reformas estruturantes, bem como a questão de privatizações, são vistas pelo presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul(Fecomércio-RS) como pontos importantes para o desenvolvimento da economia. Para Luiz Carlos Bohn, a parte que cabe às esferas governamentais é permitir um ambiente capaz de criar condições para ampliar o consumo e gerar novas empresas, sobretudo na área de comércio e serviços.
Segundo Bohn, o movimento feito pelo governo estadual para a venda de estatais foi certeiro. Ele entende que as empresas elencadas (CEEE, Sulgás e CRM) foram criadas em um momento cujo o poder público precisava ajudar o setor privado, incapaz de fazer investimentos nesses setores, mas, com o crescimento das empresas, com melhor gestão e potencial para colocar dinheiro em desenvolvimento, a melhor alternativa passou a ser a concessão.
Em relação à reforma da Previdência, Bohn entende que é fundamental a participação de estados e municípios nessa readequação. "Nosso Estado tem um déficit enorme a cada ano, com aumento acima da inflação em gastos previdenciários. A reforma perderá muito efeito sem a inclusão de todos", analisa.
A questão tecnológica também é vista pelo líder da entidade como uma forma de desenvolver o consumo. Novas experiências com ferramentas e propostas de integração entre on-line e off-line devem permear as ações dos comerciantes.
Recentemente, Bohn esteve em diversas cidades do Interior e viu os empresários preparados em relação ao tema. "Nas cidades menores, há uma preza pelo atendimento personalizado. As lojas têm vantagens, por conseguirem se adaptar mais rapidamente às sazonalidades. Fiquei surpreso positivamente, pois também estão alinhadas às questões tecnológicas", afirmou.