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Especiais#Cenário Digital 2019

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2019 às 23:00

Custo mais baixo ajuda na disseminação de softwares

Ingrid vê IA ser descentralizada e também chegar ao consumidor

Ingrid vê IA ser descentralizada e também chegar ao consumidor


NICE/DIVULGAÇÃO/JC
O mercado de Inteligência Artificial (IA) em todo mundo aumenta a cada ano. Hoje, a área de desenvolvimento é responsável por US$ 1 trilhão para o Produto Interno Bruto (PIB) global, conforme estudo do Sberban, maior banco da Rússia. A expectativa é que esse número chegue a US$ 16 trilhões até 2030, e tal qual o crescimento econômico, a previsão de elevação da demanda pela IA também exigirá maior número de profissionais envolvidos na criação dos algoritmos cognitivos.
O mercado de Inteligência Artificial (IA) em todo mundo aumenta a cada ano. Hoje, a área de desenvolvimento é responsável por US$ 1 trilhão para o Produto Interno Bruto (PIB) global, conforme estudo do Sberban, maior banco da Rússia. A expectativa é que esse número chegue a US$ 16 trilhões até 2030, e tal qual o crescimento econômico, a previsão de elevação da demanda pela IA também exigirá maior número de profissionais envolvidos na criação dos algoritmos cognitivos.
Esse aumento de oferta e procura pela tecnologia é possível de entender sob dois aspectos principais, segundo a gerente de soluções avançadas da Nice Systems, Ingrid Imanishi. O primeiro é pela redução de custos para o desenvolvimento da tecnologia e implantação nas mais diversas interfaces. Com uma maior popularização do segmento ao longo dos próximos anos, a tendência de queda deve ser mantida, o que facilita a entrada de softwares em vários setores da economia. "A Inteligência Artificial esteve mais presente em sistemas operacionais, e agora começa a chegar mais diretamente aos clientes e consumidores", explica Ingrid.
O segundo ponto é uma "disseminação exponencial" da IA, fruto da necessidade de obter com mais rapidez respostas e agilizar a tomada de decisões por parte das empresas e até mesmo dos consumidores finais. "A tecnologia é essencial no tratamento de grandes volumes de dados, pois houve o entendimento que, com os algoritmos, era possível agrupar os dados e obter respostas concretas a partir de uma infinidade de informações", conta a gerente. Áreas como logística, mapeamento geográfico e relacionamento com o cliente por parte de grandes empresas, como telecomunicações e marketing, foram impactadas positivamente por esses mecanismos mais céleres.
Ingrid também observa que o Brasil é mais consumidor do que desenvolvedor dessas tecnologias, algo não necessariamente negativo sob o ponto de vista da gerente. "Faz parte da IA ser democrática no seu uso, e as experiências são válidas quando é possível tê-las em diversos pontos do mundo", avalia.

Evolução passa também por debate ético e moral

Robôs são programados para tomar decisões inerentes a humanos

Robôs são programados para tomar decisões inerentes a humanos


AJUSTIN SULLIVAN/AFP PHOTO/JC
Com a evolução sólida dos conceitos tecnológicos, alguns cientistas passaram a ampliar seu espectro de atuação, sobretudo nos robôs. Além de programá-los para funções, alguns protótipos receberam uma espécie de humanização, com respostas a sentimentos, decisões entre certo e errado e desenvolvimento de outras habilidades a partir dos desdobramentos destas escolhas.
Ingrid Imanishi, gerente de soluções avançadas da Nice, alerta que esse é um tema sensível para debate, mas precisa ser colocado em pauta. "Ainda não sabemos qual é o limite de utilização da Inteligência Artificial e esse é um problema. Você pode perder o controle sobre um algoritmo, e dessa forma ele 'aprende sozinho' o que fazer, sem o nosso controle", explica a executiva.
As questões éticas e morais são importantes para o desenvolvimento, na visão de Ingrid, pelo caráter personalíssimo das criações dos cientistas. "O que é certo e errado para um pode não ser a outro pesquisador", exemplifica. Alguns dos criadores criam questionários, respondidos por pessoas, sobre como lidariam com certas situações. As respostas são levadas em conta na programação dos robôs. Ingrid traz como exemplo os testes feitos com os carros autônomos, sem motorista. Na visão dela, os resultados colhidos podem impactar diretamente na tomada de decisão e até sacramentar sobre a possibilidade da IA causar um acidente ou não e, por isso, precisam ter um maior cuidado na elaboração as perguntas e mensuração das respostas.

Brasil tem grande avanço em setores de tecnologia

Líder da Accenture Analytics na América Latina, o diretor Robert Duque Ribeiro avalia que o Brasil tem vantagem importantes em relação ao tema de Inteligência Artificial, quando comparado com países vizinhos. Segundo o mandatário, as questões territoriais e o alto volume de informações que circulam pelo País devido à elevada população - o Brasil é o quinto mais populoso do mundo, com mais de 208 milhões de habitantes - criaram uma "necessidade" de expansão no controle dos dados em todo o território nacional.
Para Ribeiro, o monitoramento de questões financeiras como fraudes em cartões de crédito, abertura de contas com dados incorretos e a rastreabilidade desses infratores está bastante consolidado pelas empresas brasileiras, e possíveis de serem administradas principalmente por softwares capazes de cruzar os dados e desvendar ilicitudes. "Os executivos das empresas estão mais abertos às tecnologias e o nível técnico das pessoas que trabalham com setores de inteligência é bom", avalia o diretor. Ele também percebe mudanças em áreas essenciais, como no campo, com a introdução da IA para prever, mapear e analisar dados referentes a lavouras.
O executivo também faz uma conjectura sobre o mercado de IA no Brasil, a partir do seu desenvolvimento. Ribeiro entende que tão importante quanto incentivar a pesquisa sobre o tema é fortalecer os agentes já presentes na sociedade, a fim de torná-los eficientes para a sua finalidade. "Antes de criar algo novo, alavanque o que você já tem. Trabalhar em cima de algo já existente é tão importante quanto fazer algo do zero", afirma. Ele percebe que as universidades brasileiras têm seguido esse caminho e, por consequência, atingem bons resultados.
Já em relação ao trabalho e tecnologia, o empresário prevê "mudanças drásticas" na maneira como trabalhos predominantemente braçais serão feitos, e alerta para a velocidade dessas mudanças. "Em outros períodos de Revolução Industrial, tínhamos tempo para nos prepararmos para as mudanças. Hoje, elas chegam de repente", entende o diretor.