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Editorial

- Publicada em 31 de Março de 2021 às 03:00

A troca de ministro e a mudança na política externa

Ainda que fosse uma mudança esperada desde a semana passada, após muitos questionamentos no Congresso, a saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores - entre as seis surpreendentes trocas de ministros - pode representar o início de uma alteração na política externa.
Ainda que fosse uma mudança esperada desde a semana passada, após muitos questionamentos no Congresso, a saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores - entre as seis surpreendentes trocas de ministros - pode representar o início de uma alteração na política externa.
Araújo será substituído pelo diplomata Carlos Alberto França. O novo titular da pasta tem posição mais de acordo com o histórico da diplomacia nacional. A gestão de Araújo foi marcada não só por um distanciamento em relação às posições do Brasil no xadrez internacional, mas também por uma redefinição sobre quais atores globais seriam considerados aliados prioritários.
Ernesto Araújo tinha relação simbiótica com um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, frequentemente considerado influente na atual postura internacional do Brasil. Para diversos diplomatas, Araújo era o mensageiro das ideias que, a rigor, provinham do Palácio do Planalto, e não o formulador da diplomacia.
Histórica aliada de países em desenvolvimento e de organismos multilaterais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU), a diplomacia brasileira sob Araújo passou a atacar esses instrumentos. Pior, provocou atritos retóricos e desnecessários com a China, maior parceiro comercial do Brasil.
Com Ernesto Araújo, o Brasil enfraqueceu a cooperação com os vizinhos do Mercosul, países africanos e do bloco dos emergentes, como o composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics). Entrou em jogo alinhamentos aos posicionamentos dos Estados Unidos, sob o comando do então presidente republicano Donald Trump, e Israel, sob a batuta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Os dois líderes citados são conhecidos como expoentes da direita conservadora e populista, com a qual o governo Bolsonaro se empenhou em estreitar laços.
Em muitos assuntos, o Brasil era respeitado em fóruns internacionais, caso do meio ambiente. Nesse contexto, o presidente Joe Biden convidou Jair Bolsonaro para participar de encontro sobre o clima. Espera-se que aceite e tenha posição conciliadora, explique o que o Brasil está fazendo para evitar o aquecimento global. Mais ainda, na preservação da Amazônia com o combate às queimadas, como quer o mundo. É preciso uma diplomacia pragmática, de acordo com os interesses do Brasil.
 
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