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Editorial

- Publicada em 24 de Novembro de 2020 às 03:00

Violência, desníveis sociais no Brasil e discriminação

Chocou a nacionalidade e repercutiu em outros países o assassinato de João Alberto Silveira Freitas em supermercado da rede Carrefour, multinacional francesa, em Porto Alegre, por seguranças, sem que ninguém conseguisse interferir, tal a agressividade insana dos que perpetraram o ato, filmado e divulgado à exaustão nas redes sociais e na mídia.
Chocou a nacionalidade e repercutiu em outros países o assassinato de João Alberto Silveira Freitas em supermercado da rede Carrefour, multinacional francesa, em Porto Alegre, por seguranças, sem que ninguém conseguisse interferir, tal a agressividade insana dos que perpetraram o ato, filmado e divulgado à exaustão nas redes sociais e na mídia.
Mesmo que a agressão tenha começado com a vítima, nada justifica a saraivada de socos e o sufocamento que levaram à morte o cliente.
Sabe-se que há, no Brasil, uma tendência, velada ou não, de julgar pessoas negras como suspeitas em furtos, roubos e distúrbios quando elas estão presentes. Para estudiosos, herança maldita do período da escravidão, que trouxe milhões de negros africanos para trabalhos insalubres, com péssima alimentação e sem quaisquer direitos que não fosse produzir e servir aos seus donos, literalmente, com direito até de vida e morte sobre eles.
Com o fim da escravidão em 1888, mas jogados à própria sorte, analfabetos quase todos, sem moradia, alimentação e sem saber nada além do que faziam quando nas senzalas abaixo de chicotadas para que desempenhassem o que seus amos impunham, a marginalização dos negros na sociedade daqueles anos se manteve por mais tempo.
Se formalmente não há divisão social nem preconceito racial no Brasil, a segregação acontece no cotidiano. Negros têm menos oportunidades em cargos de decisão. Uma consequência - e aí se incluem moradores menos favorecidos de periferias das cidades brasileiras - para pessoas com menos estudo, sem moradia digna, com dificuldades para ter saneamento básico e água potável, às vezes até sem luz elétrica formal.
Essa situação na sociedade brasileira para negros e pobres faz transbordar o número dos que acabam caindo na marginalidade.
Ainda que milhares de negros tenham subido na escala social graças aos seus esforços e, geralmente, dos seus pais que não mediram sacrifícios para colocar nas escolas seus filhos, eles acabam sendo exceção, não a regra.
Escola, assistência à saúde, moradia e estrutura familiar com ações governamentais, o que a extrema pobreza normalmente não permite, esse o caminho para diminuir a marginalização e reduzir a discriminação no Brasil. Em decorrência e com o passar dos anos, teremos a diminuição do preconceito racial. Aí, certamente, serão menos assassinatos de negros e brancos.
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