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Editorial

- Publicada em 18 de Novembro de 2020 às 03:00

Acordo Ásia Pacífico contrapõe liderança norte-americana

Após oito anos de negociações, no domingo, a China e 14 outras nações, do Japão à Nova Zelândia e Myanmar, assinaram um dos maiores acordos regionais de livre-comércio do mundo. Foi pacto moldado por Pequim, funcionando como um contraponto à influência dos Estados Unidos na região.
Após oito anos de negociações, no domingo, a China e 14 outras nações, do Japão à Nova Zelândia e Myanmar, assinaram um dos maiores acordos regionais de livre-comércio do mundo. Foi pacto moldado por Pequim, funcionando como um contraponto à influência dos Estados Unidos na região.
Trata-se da Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), que é limitada, mas carrega um peso simbólico considerável. O pacto atinge 2,2 bilhões de pessoas e deve ajudar a consolidar ainda mais a imagem da China como potência econômica dominante em sua vizinhança.
O tratado vem após a retirada dos EUA de acordos comerciais abrangentes, algo que remodelou as relações globais. Há quatro anos, o presidente Donald Trump tirou os EUA da Parceria Transpacífica (TPP em inglês), um acordo mais amplo do que a RCEP, que era visto como uma resposta liderada por Washington à crescente influência da China na região.
Para especialistas em comércio global, esse novo acordo mostra que o resto do mundo não vai esperar pelos Estados Unidos. A União Europeia também conduziu negociações comerciais em um ritmo agressivo. À medida que outros países assinam novos acordos, os exportadores americanos podem perder terreno gradualmente.
Embora os Estados Unidos estejam focados em questões domésticas, entre elas pandemia e reconstruir economia e infraestrutura, a situação indica que o resto do mundo não está disposto a esperar que os EUA resolvam seus problemas internos e que Joe Biden tome posse.
Assim, Washington terá que fazer algumas ações reativas ao que a China está conseguindo. Com a pandemia, a assinatura do acordo foi incomum, com cerimônias realizadas em cada um dos 15 países membros, todas conectadas por vídeo.
O primeiro-ministro Li Keqiang classificou o pacto como uma vitória do multilateralismo e do livre-comércio. Ele abrange os 10 países da Associação das Nações do Sudeste Asiático, além de Austrália, China, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.
O pacto formalizará - em vez de estabelecer - os negócios entre os países. A RCEP elimina tarifas de bens que já se enquadram no tratamento de isenção de impostos dos acordos de livre-comércio existentes. E também permite que os países mantenham tarifas de importação em setores que considerem especialmente importantes ou sensíveis.
Resta aguardar como e quando os norte-americanos darão uma resposta econômico-comercial ao avanço chinês no comércio mundial.
 
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