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Energia

- Publicada em 21 de Junho de 2022 às 16:06

Geração distribuída diminui necessidade do uso de térmicas e pode baixar conta de energia

Levantamento aponta que atividade pode reduzir R$ 34 bilhões em repasses ao consumidor até 2031

Levantamento aponta que atividade pode reduzir R$ 34 bilhões em repasses ao consumidor até 2031


george campos/usp/divulgação/jc
Jefferson Klein
 O emprego da geração distribuída (na qual o consumidor produz sua própria energia, prática muito difundida pela instalação de painéis fotovoltaicos) pode resultar em economia não somente para quem instalou o equipamento. A tese consta no estudo “Contribuições da geração própria de energia solar na redução da conta de luz de todos os brasileiros” e indica o barateamento em R$ 34 bilhões dos custos de energia repassados aos consumidores do País (mesmo os que não possuem geração distribuída) até 2031. Ou seja, se não houvesse essa atividade no País, as contas de luz de todos os usuários seriam 5,6% mais caras nesse período.
 O emprego da geração distribuída (na qual o consumidor produz sua própria energia, prática muito difundida pela instalação de painéis fotovoltaicos) pode resultar em economia não somente para quem instalou o equipamento. A tese consta no estudo “Contribuições da geração própria de energia solar na redução da conta de luz de todos os brasileiros” e indica o barateamento em R$ 34 bilhões dos custos de energia repassados aos consumidores do País (mesmo os que não possuem geração distribuída) até 2031. Ou seja, se não houvesse essa atividade no País, as contas de luz de todos os usuários seriam 5,6% mais caras nesse período.
A projeção se baseia em fatores como a menor necessidade da utilização de térmicas alimentadas com combustíveis fósseis. Esse cenário não abrange eventuais secas severas que comprometeriam a operação das hidrelétricas, o que tornaria a geração distribuída mais fundamental. Levando em consideração ainda pontos como a redução de perdas técnicas de distribuição e transmissão, menos deslocamento de energia entre as regiões, diminuição da pressão no atendimento do horário de pico do consumo, entre outros, os benefícios sistêmicos para o setor elétrico são na casa de R$ 86,2 bilhões.
O levantamento foi feito pela consultoria Volt Robotics, a pedido da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). “Na hora que o consumidor começa a gerar a sua energia, ele tem um benefício próprio, mas, além disso, as térmicas mais caras deixam de gerar, porque tem menos carga para ser atendida, e essas usinas deixando de produzir amenizam a exposição de todo mundo ao preço dos combustíveis, inclusive de quem não tem o seu painel solar”, detalha o sócio fundador da consultoria Volt Robotics, Donato da Silva Filho.
Ele lembra que, conforme afirmação da então secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, a crise hídrica do ano passado custou R$ 28 bilhões ao País em medidas emergenciais adotadas para evitar o colapso do setor elétrico. Silva Filho diz que, se não existisse a geração distribuída para reforçar o abastecimento, esse gasto saltaria para R$ 41,6 bilhões.
Para a elaboração do estudo, a Volt Robotics baseou-se no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2031, feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O trabalho aponta que a capacidade instalada de geração distribuída no País passará de cerca de 8 mil MW, em 2021, para em torno de 37 mil MW, em dez anos. Silva Filho argumenta que, com a evolução da tecnologia, gerar energia tornou-se algo mais simples e o custo disso vem diminuindo globalmente. Na Austrália, que é o país com maior participação da geração distribuída no atendimento do seu consumo, com 12% de representatividade, o custo de 1 kW de painel solar instalado caiu de US$ 7 mil para US$ 1 mil, entre 2010 e 2020.
Já o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, salienta que, quando os consumidores investem em sua própria geração, também permitem que o País postergue investimentos que precisariam ser feitos em infraestrutura elétrica, como linhas e subestações de transmissão, cujo custo precisaria ser dividido por todos os consumidores. “E a geração distribuída fortalece a nossa economia, ajuda na distribuição de renda e na competitividade dos setores produtivos, assim como contribui para proteger o meio ambiente e trazer mais sustentabilidade”, enfatiza.
Sauaia considera que o trabalho apresentado pela Volt Robotics pode auxiliar os próximos passos decorrentes da lei 14.300, aprovada pelo Congresso Nacional no começo do ano e que institui o marco legal da microgeração e minigeração distribuída. O presidente executivo da Absolar destaca que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) precisará estabelecer as diretrizes para contabilizar os benefícios técnicos da atividade no Brasil.
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