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Conjuntura Internacional

- Publicada em 23 de Maio de 2022 às 16:21

Economistas em Davos preveem alto risco inflacionário e reversão da globalização no mundo

Alerta consta em relatório assinado por um grupo de 47 nomes destacados no Fórum Econômico Mundial

Alerta consta em relatório assinado por um grupo de 47 nomes destacados no Fórum Econômico Mundial


Fabrice COFFRINI / AFP)
A Guerra da Ucrânia e as decorrentes pressões inflacionárias, combinadas ao temor de menor crescimento na China e à crise energética, vão provocar novos solavancos na economia global e adiar uma recuperação pós-pandemia, com riscos de escalada de preços especialmente nos países latino-americanos e nos Estados Unidos, afirmam economistas.
A Guerra da Ucrânia e as decorrentes pressões inflacionárias, combinadas ao temor de menor crescimento na China e à crise energética, vão provocar novos solavancos na economia global e adiar uma recuperação pós-pandemia, com riscos de escalada de preços especialmente nos países latino-americanos e nos Estados Unidos, afirmam economistas.
O alerta está em um relatório de tom marcadamente sombrio assinado por um grupo de 47 nomes destacados em grandes bancos e multinacionais afiliados ao Fórum Econômico Mundial e distribuído nesta segunda-feira (23) no encontro anual da entidade em Davos (Suíça).
A pesquisa anterior, de novembro de 2021, apontava para riscos inflacionários de curto prazo. O cenário mudou, impulsionado sobretudo pela Guerra da Ucrânia e pela expectativa de crescimento fraco ou muito fraco na China, algo previsto por 37% dos respondentes.
Para 86% do colegiado, há alto risco de inflação na América Latina neste ano, sendo que os que projetam risco "muito alto" são 47%, o maior índice de todas as regiões. No caso americano, 96% veem alto ou muito alto risco, sendo 38% os que apontam para "muito alto".
Quanto à Europa, 93% veem risco alto ou muito alto (17% sendo "muito alto"). A inflação também assombra a África Subsaariana (77% veem alto risco) e o Oriente Médio e norte da África (75%).
"Estamos à beira de um círculo vicioso que pode afetar as sociedades durante anos", escreve Saadia Zahidi, diretora-gerente do Fórum, no relatório. "Os líderes enfrentam escolhas difíceis e barganhas domésticas no que tange a inflação, dívida e investimento."
Ao mesmo tempo em que a inflação sobe e políticas monetárias mais austeras são adotadas (ou seja, juros maiores), os economistas veem necessidade de algum afrouxamento fiscal. Eles também recomendam especial atenção com o setor de energia e com as medidas para mitigar a crise climática. No caso dos países mais pobres, há risco de insegurança alimentar.
Quase 9 em 10 dos entrevistados afirmam que será necessário subsidiar alimentos -cujos preços estão mais pressionados-- em economias de baixa renda. No caso dos países mais ricos, seria necessário subsídio de energia, segundo a enquete.
Em todas essas regiões a expectativa inflacionária é pelo menos moderada para o grupo de economistas, entre os quais estão os brasileiros Mansueto Almeida (BTG), Fernando Honorato (Bradesco) e Mario Mesquita (Itaú Unibanco).
Os especialistas ainda se mostram pouco otimistas em relação ao andamento da globalização nos próximos três anos e preveem maior politização das cadeias de produção, com tendência à nacionalização. Em outras palavras, o protecionismo aumentará, com efeito negativo na integração econômica.
A maior parte deles espera maior fragmentação nas cadeias de bens (79%), tecnologia (65%) e no mercado de trabalho (54%). Apenas no setor de serviços a expectativa de desintegração, embora predominante, não é majoritária (46%, sendo que 39% esperam estabilidade).
"As incertezas, risco e tensionamento da economia global são extremamente altos no momento. Os desdobramentos da Guerra da Ucrânia estão pressionando economias já enfraquecidas pela pandemia até o limite de sua capacidade, revelando dependências estruturais e trazendo consequências imprevistas", diz o relatório resultante da pesquisa.
"O potencial de uma crise secundária devastadora é alto."
No mercado de trabalho o quadro pintado pela pesquisa se mostra especialmente preocupante para os entusiastas da globalização: nenhum dos integrantes do grupo espera maior integração até 2025.
Os especialistas também se manifestaram a respeito do impacto das sanções contra a Rússia na duração da Guerra da Ucrânia. Para 53%, esse efeito é pequeno ou nulo, ante 38% que acham que é grande e 10%, muito grande.
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