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Conjuntura internacional

- Publicada em 23 de Maio de 2022 às 03:00

Fórum Econômico Mundial inicia sob sombra de guerra e inflação

Autoridades e líderes de entidades globais participam do encontro

Autoridades e líderes de entidades globais participam do encontro


/Fabrice COFFRINI / AFP)
O Fórum Econômico Mundial inicia seu encontro anual hoje em Davos, na Suíça, com a missão de reconectar autoridades, executivos e lideranças do terceiro setor pelo mundo sob a sombra da Guerra da Ucrânia, de uma crise inflacionária global e dos temores de desaceleração chinesa após um hiato de dois anos e quatro meses provocado pela pandemia.
O Fórum Econômico Mundial inicia seu encontro anual hoje em Davos, na Suíça, com a missão de reconectar autoridades, executivos e lideranças do terceiro setor pelo mundo sob a sombra da Guerra da Ucrânia, de uma crise inflacionária global e dos temores de desaceleração chinesa após um hiato de dois anos e quatro meses provocado pela pandemia.
Pelas ruas do balneário alpino suíço, desta vez sem o charme da neve que costuma recobri-lo em janeiro, mês tradicional dos encontros, passarão menos chefes de Estado e governo do que de costume: 32, do alemão (e estreante) Olaf Schölz ao ruandês Paul Kagame, e apenas dois latino-americanos desta vez, o colombiano Iván Duque, prestes a deixar o cargo, e o costa-riquenho Rodrigo Chaves, que acaba de tomar posse.
O Brasil será representado pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Marcelo Queiroga, este último sem compromissos públicos relacionados ao Fórum.
Também vieram a Davos o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e a coordenadora de investimento da Apex, Helena Bonna Brandão; presidentes e economistas chefes dos principais bancos do país e da Vale, e, dentro do esforço da organização para expandir suas discussões para além dos donos do dinheiro e responsáveis por governos, empreendedores sociais.
Incluindo ministros, demais executivos, acadêmicos, jornalistas, pesquisadores e líderes do terceiro setor, o encontro protelado deve atrair cerca de 2.000 pessoas à cidade de pouco mais de 12 mil habitantes revelada ao imaginário mundial em "A Montanha Mágica", a obra-prima do escritor Thomas Mann.
Líderes de entidades globais, como a búlgara Kristalina Georgieva, do FMI (Fundo Monetário Internacional), a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, da OMC (Organização Mundial do Comércio), e a francesa Christine Lagarde, do Banco Central Europeu, também tomarão parte das apresentações e painéis que buscam apontar caminhos para o cenário global enevoado pela guerra.
A trinca reflete também a crescente participação feminina no evento criado pelo economista Klaus Schwab em 1971, em uma tentativa do Fórum, nos últimos anos, de tornar seus participantes menos masculinos, brancos e europeus e buscar refletir melhor as mudanças políticas e sociais globais.
Mas é uma ausência, mais do que qualquer nome, que chama a atenção nos debates deste ano. Após décadas de forte presença russa, representantes do governo em Moscou foram desligados da entidade, que assumiu sem poréns o lado ucraniano na guerra. Punições à parte, será estranho debater soluções e caminhos para o conflito com apenas um dos lados envolvidos presente.
Volodimir Zelenski, aliás, será o primeiro chefe de Estado a fazer um pronunciamento no evento deste ano, status máximo. Embora o Fórum indique a participação presencial de Zelenski, ele deve discursar por telão aos participantes na manhã desta segunda (6h15 no horário do Brasil, com transmissão ao vivo no site do evento).
Parlamentares e políticos regionais ucranianos também participarão dos painéis com status de protagonistas em um ano em que nomes pop ficaram de fora.
Além da guerra - discutida sem Putin - e da difícil equação econômica global - debatida sem o chinês Xi Jinping e o americano Joe Biden -, estarão no centro das mais de 400 sessões espalhadas por quatro dias a crise climática e o processo de cicatrização global da pandemia de coronavírus, ainda um risco à espreita sobretudo pela possibilidade de novos lockdown na China.
Com pouco a mostrar nessas duas frentes, o Brasil deve aparecer como vidraça no primeiro caso e ser uma não voz no segundo. Debates e apresentações sobre a Amazônia, por exemplo, até a última hora aconteceriam sem a participação de autoridades brasileiras - Montezano foi incluído a poucos dias do evento -, e outras discussões sobre ambiente passarão ao largo do governo brasileiro, como a encabeçada pelo representante americano para o clima, John Kerry, amanhã, e o debate sobre o cada vez mais estratégico mercado de crédito de carbono, hoje.

Agenda de Guedes inclui Escobari e BTG

Ministro tem compromissos
já nesta segunda-feira

Ministro tem compromissos já nesta segunda-feira


/Washington Costa/ASCOM/ME/JC
O ministro da Economia, Paulo Guedes, terá em Davos uma reunião com Martin Escobari, copresidente da gestora General Atlantic e chefe das operações na América Latina do fundo de private equity, que administra US$ 86 bilhões.
A reunião com Escobari está marcada para esta segunda-feira, às 19h pelo horário local (14h de Brasília). A General Atlantic tem feito investimentos regulares no Brasil e é um dos acionistas do banco digital Neon. Na semana passada comprou um bloco de ações da Locaweb em leilão na B3.
Após Escobari, Guedes participa de um jantar do BTG Pactual, que acontece em um hotel em evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial. O banqueiro André Esteves, que em abril voltou ao comando do conselho do banco, está participando do evento. Em Davos, Guedes participa de dois debates do Fórum, um sobre ESG (práticas de governança, sociais e ambientais) na terça-feira e outro sobre aumento do endividamento mundial, na quarta-feira.