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South Summit

- Publicada em 05 de Maio de 2022 às 15:22

Governo federal avalia aperfeiçoamento na legislação de startups

Atividades do Summit terminam nesta sexta-feira no Cais Mauá

Atividades do Summit terminam nesta sexta-feira no Cais Mauá


JEFFERSON KLEIN/especial/JC
Apesar da legislação que trata do marco legal das startups (Lei Complementar nº 182/21) ser recente (ela foi sancionada em junho do ano passado), novos aprimoramentos da regulamentação para essas empresas já estão sendo estudados pelo governo federal.
Apesar da legislação que trata do marco legal das startups (Lei Complementar nº 182/21) ser recente (ela foi sancionada em junho do ano passado), novos aprimoramentos da regulamentação para essas empresas já estão sendo estudados pelo governo federal.
O diretor do Departamento de Empreendedorismo Inovador do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Cesar de Oliveira Pinto, destaca que sempre há possibilidades de alguns temas ainda serem melhorados.
“Um ponto específico no radar é a questão da compensação de prejuízos para investidores-anjo, que é algo que a gente precisa trabalhar dentro do governo, construir uma redação boa e eventualmente levar esse debate para o Congresso Nacional”, aponta o integrante do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações. Ele detalha que esse tópico precisa ser assunto de uma nova lei, pois foi vetado na anterior.
Pinto ressalta que no caso de startups é muito natural que ocorram perdas com vários projetos, entretanto também é normal que se lucre muito com apenas um deles que dê certo. “E se você não consegue compensar as perdas com o ganho, você acaba tendo um impacto fiscal indesejado e sabemos que precisamos evoluir nisso”, frisa o dirigente.
Mesmo admitindo que existem avanços a serem feitos, ele enfatiza que a lei aprovada em 2021 já é um progresso. A norma tem como objetivo melhorar o ambiente de negócios, aumentar a disponibilidade de investimentos e facilitar o uso de startups para o desenvolvimento de soluções para as políticas públicas.
O diretor do Departamento de Empreendedorismo Inovador do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações foi um dos palestrantes desta quinta-feira (5) do South Summit, que será encerrado nesta sexta-feira (6), em Porto Alegre. Outro participante do evento que ocorre no cais da capital gaúcha foi o CEO da Favela Holding e fundador da Central Única das Favelas (CUFA), Celso Athayde, que compartilhou durante o encontro um pouco da sua história de vida.
O empreendedor social lembrou que morou na rua entre os seis e doze anos, indo depois para um abrigo. Conforme Athayde, ele iniciou sua trajetória de empreendedorismo vendendo bala e cachorro-quente e depois foi trabalhar como camelô. “Virei sócio de duas grandes empresas, aos 15 anos de idade, da Nike e da Adidas”, brinca.
Posteriormente, envolveu-se no ramo musical lançando bandas de rap e trabalhando com nomes como MV Bill e Racionais MCs, além de ter montado a CUFA, que busca o desenvolvimento de oportunidades econômicas e justiça social nas favelas brasileiras.
Sobre a relação com a favela, Athayde argumenta que o 1º setor (Estado) tem ignorado a realidade que ali acontece e o 2º setor (mundo corporativo) não consegue atender às necessidades apresentadas. “A favela não precisa apenas consumir, ela precisa fazer gestão”, defende o empreendedor.
Já quanto ao 3º setor (sociedade civil organizada), Athayde salienta que esse segmento trata o lucro “como pecado” e as favelas também são locais em que moram cerca de 17 milhões de pessoas, que movimentam bilhões de reais todo o ano, e que não podem ser tratadas apenas com um viés de carência. O 4º setor para, o empreendedor social, será efetivamente a economia da favela.
“Como essas pessoas, esses territórios, vão interagir com outros ecossistemas e com o ecossistema da própria favela”, afirma o fundador da CUFA. Em fevereiro, Athayde lançou o Favelas Fundos, com recursos de R$ 50 milhões, para apoiar startups criadas nesses espaços das cidades.

Colaboração conjunta gera ganhos em inovação

O velho ditado que a “união faz a força” também é verdade para as empresas inovadoras. A executiva do Tecnopuc, Flavia Fiorin, destaca que um ecossistema de inovação não é isolado e prevê atividades compartilhadas entre seus agentes. Essa ideia de estabelecimento de uma mesma agenda foi um dos pilares para a criação do Pacto Alegre, um movimento que visa tornar a capital gaúcha uma referência como um ambiente global de inovação.
Flavia ressalta que universidades, empresas e esferas públicas precisam buscar pontos de convergência, identificando desafios em comum, para adotarem ações conjuntas que serão benéficas para todos e desdobradas em projetos estruturantes. Para desenvolver ainda mais essa cultura de cooperação, a representante do Tecnopuc cita que o maior desafio é a mudança na forma de pensar. “De estar disposto a se colocar na dificuldade e no desafio do outro e identificar o que é colaborar”, argumenta.
O vice-presidente executivo e Chief Transformation Officer (CTO) das Empresas Randon, Daniel Ely, concorda sobre a necessidade de interligação dos empreendedores para se crescer na área de inovação. O dirigente comentou em sua apresentação no South Summit sobre a iniciativa Hélice, que além da Randon possui participação de empresas como Marcopolo, Florense e Soprano. A ação busca oferecer processos para inovação aberta, aprendizado e desenvolvimento de conexões para o crescimento das companhias associadas. “As empresas começaram a trabalhar com a lógica da abundância e não da escassez”, salienta o executivo.
Ely reitera que é importante definir os empecilhos que são semelhantes entre as companhias, contudo uma dificuldade é que as empresas podem pensar que expor seus problemas é um sinal de fraqueza. Porém, a criação de um ecossistema de inovação saudável, segundo o vice-presidente executivo das Empresas Randon, passa pela articulação entre os participantes e a divisão do protagonismo.