Linha Turismo de Porto Alegre será retomada pela iniciativa privada a partir desta quinta

Fora de operação desde o início da pandemia, os ônibus da Linha Turismo de Porto Alegre voltarão a percorrer os principais pontos turísticos da Capital a partir desta quinta-feira (28). A retomada dos passeios para visitantes e porto-alegrenses foi garantida graças à parceria do município com a iniciativa privada, e terá como grande diferencial a possibilidade de trajeto no modelo "hop on/hop off", no qual o passageiro poderá descer do veículo em um ponto desejado e retornar à condução no mesmo local.

A nova Linha Turismo será operada por duas propostas vencedoras, uma coordenada em conjunto pelas empresas Orgatur Navegação e Turismo e Turis Silva Transportes, e que terá o passeio inaugural nesta quinta, a partir das 10h, com foco principal nos atrativos do Centro Histórico da cidade. Outra, será conduzida pela empresa Bustour Turismo.

O roteiro que começa a ser ofertado nesta quinta terá percurso total de cerca de 1h30min, com embarque e desembarque no Cais Mauá, marco zero do passeio organizado pela Orgatur-Turis Silva. O serviço estará disponível de terça-feira a domingo, inclusive nos feriados, das 10h30min às 18h, com intervalo de aproximadamente duas horas, e os valores variam entre R$ 30,00 e R$ 80,00. Com locução turística incluída, a atração apresentará um pouco da cultura, geografia e história das regiões central e de partes das Zonas Sul e Leste da Capital, com destaque para cerca de 40 pontos da cidade.

Ao contrário da linha municipal que era operada pela Carris anteriormente, esses ônibus não serão abertos, estilo double decker inglês, para permitir a funcionalidade em dias de chuva. Serão seis veículos fechados em operação, que trarão a logomarca de Porto Alegre em seu layout, com o intuito de valorizar a identidade visual da Capital. Os ingressos para o passeio, com total de 28 quilômetros de trajeto, poderão ser adquiridos antecipadamente via site ou por Whatsapp (51 99912-2837) e também serão comercializados na bilheteria do Armazém B3 do Cais Mauá, mesmo local de embarque do Barco Cisne Branco.

O ponto de partida será no Cais e a rota percorre as imediações do Estádio Beira-Rio, passa pela avenida Praia de Belas, Parque Moinhos de Vento (Parcão), Centro Histórico Alto, Mercado Público e retorna ao local de embaqrue. Segundo os organizadores, em alguns horários o trajeto ainda poderá incluir o Museu Iberê Camargo e o Museu de Tecnologia da PUC no passeio. Serão permitidas viagens com rota completa ou com paradas em pontos do trajeto.

Para a diretora geral da Orgatur, Adriane Hilbig, a retomada dos passeios, além de estimular a economia local, permitindo que empresas da cidade operem o serviço, qualifica a atividade turística de Porto Alegre. "É uma imensa conquista para a capital gaúcha, que passará a ter uma mobilidade turística facilitada e acessível, promovendo maior integração entre os nossos atrativos e produtos turísticos. Ainda, para nós, é motivo de orgulho, pois vamos estimular o desenvolvimento econômico da cidade", comenta.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre, Vicente Perrone, a retomada do serviço era uma demanda dos porto-alegrenses, concretizada com a desestatização do Linha Turismo, autorizada pela administração municipal no ano passado. Para ele, a condução do serviço pela iniciativa privada permitirá a oferta de mais linhas, horários e concorrência por preço e qualidade. "Estamos vendo com satisfação a retomada das linhas de turismo pela iniciativa privada. Esta é uma demanda da própria sociedade e que antes dependia do poder público para circular. Desde que foi desestatizada, a linha ganhou a liberdade que merece, com possibilidade de opções de rotas, além de qualidade e preços competitivos", aponta Perrone.

Em janeiro, a Carris realizou duas tentativas de leilão para a venda de dois ônibus da antiga Linha Turismo, cancelada em março de 2020. O certame, no entanto, não recebeu interessados. Como decreto municipal autorizou no ano passado que empresas privadas passassem a ofertar o serviço, sem licitação, foi aberta, então, a possibilidade de credenciamento dos novos operadores.