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Combustíveis

- Publicada em 15 de Março de 2022 às 18:14

Apesar de queda do petróleo, Sulpetro vê mercado de combustíveis ainda volátil

João Carlos Dal'Aqua tomou posse ontem em seu segundo mandato

João Carlos Dal'Aqua tomou posse ontem em seu segundo mandato


MARCELO AMARAL/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
Mesmo com a diminuição do custo do petróleo no cenário internacional, é cedo para prever uma redução dos preços dos combustíveis no Brasil, avalia o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua. O dirigente, que nesta terça-feira (15) assumiu o seu segundo mandato à frente do Sulpetro, para os anos de 2022 a 2026, reforça que o mercado continua volátil, dificultando qualquer prognóstico em curto prazo. 
Mesmo com a diminuição do custo do petróleo no cenário internacional, é cedo para prever uma redução dos preços dos combustíveis no Brasil, avalia o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua. O dirigente, que nesta terça-feira (15) assumiu o seu segundo mandato à frente do Sulpetro, para os anos de 2022 a 2026, reforça que o mercado continua volátil, dificultando qualquer prognóstico em curto prazo. 
Jornal do Comércio (JC) - A redução do preço do petróleo (nesta terça-feira o barril chegou a ser vendido um pouco abaixo de US$ 100 pela primeira vez no mês) abre margem para diminuições dos preços de combustíveis no Brasil e no Rio Grande do Sul?
João Carlos Dal’Aqua - Se a Petrobras seguir a linha dela e do mercado, ela dará um tempo para ver qual será a sinalização. Nós estamos naquela situação que colocaram o bode na sala e estão tirando, achando que está bom e não é assim. O barril a US$ 100 ainda é muito alto. Mas, acho que temos que acompanhar as flutuações, ter uma calibragem adequada para não se desestimular investimentos. Porém, o mercado está volátil, nem saímos da pandemia e o conflito (Rússia e Ucrânia) não sinaliza nada concreto. Então, acho que é esperar, mas os ventos nessa semana estão mais favoráveis do que foram na semana passada.
JC - Então, em princípio é cedo para apontar uma possível queda dos custos dos combustíveis?
Dal’Aqua - Acho que tudo é cedo, a não ser que tenhamos fatores políticos que influenciem. Se for uma questão só econômica é uma situação, mas tem que ver as pressões políticas, o ano eleitoral, essas coisas todas, que podem influir.
JC - Na sexta-feira (11), foi sancionado pela presidência da República o projeto que determina alíquota única de ICMS para os combustíveis (os valores aplicados para gasolina, etanol, diesel, biodiesel, GLP e GNV serão definidos pelo Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz). O que o senhor achou da iniciativa?
Dal’Aqua - Ele (presidente Jair Bolsonaro) está colocando a mão em um vespeiro, mas é muito importante que tenha colocado. É um assunto que há horas discutíamos muito seriamente: como é cobrado o ICMS. Nós não queremos que os estados quebrem, não é esse o foco, mas temos que adequar esse modelo.
JC - A medida é um avanço?
Dal’Aqua - Nós entendemos que sim, porque isso vai trazer segurança e vai inibir manobras tributárias que tumultuam o mercado. Temos que parar de ter uma alíquota diferente de Santa Catarina, onde alguém, ilegalmente, compra lá e descarrega aqui (no Rio Grande do Sul) tendo um benefício que prejudica o restante do mercado.
JC - Com as mudanças nos impostos, que também incluíram zerar o PIS/Cofins sobre o diesel, o presidente Bolsonaro disse que esperava uma redução de R$ 0,60 no litro desse combustível e que cobraria do Ministério de Minas e Energia explicações sobre o que já foi feito para notificar os postos que não diminuíram o preço. Como o senhor vê essa declaração?
Dal’Aqua - Eu vejo com cautela, porque hoje o que temos de realidade é uma obrigação de baixar o PIS/Cofins. As distribuidoras teriam que baixar isso para os postos, o que daria aproximadamente R$ 0,33 (por litro). Os postos estão recebendo (diesel) desde segunda-feira (14) com reduções, mas não ouvi falar de nenhum que tenha recebido na integralidade esses R$ 0,33. Os postos vão, certamente, se adequando, recebendo produto novo, fazendo um mix e vão operando nas novas condições.
JC - Dentro dessa lógica, é possível dizer que vai haver uma diminuição no custo na bomba com as mudanças dos impostos, mas não é possível afirmar de quanto será essa redução?
Dal’Aqua - Não, porque a gente compra de uma distribuidora e eu não sei qual a política de preços que essa distribuidora vai repassar. E nesses R$ 0,60 (de queda no diesel mencionada por Bolsonaro) já está incluindo o ICMS, que ainda é objeto de outras definições. Claro, o presidente tem os seus argumentos políticos, mas não é o posto que vai resolver isso sozinho, o revendedor está no final dessa cadeia econômica toda. Não estamos preocupados com notificações, porque, se vierem, vamos responder da maneira adequada. É do interesse do posto receber o combustível com preço mais baixo, porque vai estimular as vendas.
JC - Qual a sua avaliação sobre a política de preços de combustíveis da Petrobras, que defende a paridade com o mercado internacional?
Dal’Aqua - Preço caro é muito ruim, mas a falta de produto é muito pior. Alguma flutuação, acompanhamento, vai ter que ter sempre, para que não se desestimule o setor. Agora, claro que poderá ser discutido um fundo de amortização. Uma parte dos custos é nacional, então é possível avaliar um equilíbrio que não seja atrelado ao dólar e ao barril e se coloque um item de produção interna para amortizar (o custo do petróleo), mas não tem muito como fugir da flutuação, é uma commodity.
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