A gaúcha BSBios anunciou, por nota, a compra de 100% da fábrica MP Biodiesel localizada em Domdidier, no Cantão de Friburgo, na Suíça. A operação foi confirmada nesta quarta-feira (2) e faz parte do plano de investimento para tornar a empresa com sede no Rio Grande do Sul entre as três maiores produtoras de biocombustíveis do mundo.
Segundo a BSBios, o mais recente negócio, cujo valor não foi divulgado, "marca uma nova etapa da inserção da empresa no mercado internacional, com destaque para o mercado europeu". O grupo já atuava há cinco anos na Europa, a partir de uma subsidiária na Suíça, que, em maio de 2021, passou a ser chamada de BSBios Switzerland.
A holding representa os investimentos em biocombustíveis avançados, contribuindo para alcançar as ambiciosas metas de redução de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) aprovadas pela União Europeia, explica a companhia.
“Com a operação, nos tornamos um produtor multinacional de combustível renovável, negociando e operando biocombustíveis de segunda geração”, explica Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBios, citando como estratégicos a localização da fábrica no Centro da Europa e seu potencial de crescimento.
A unidade oferece uma solução ambiental para a questão do destino adequado do Óleo de Cozinha Usado (UCO), diz a empresa gaúcha. A planta utiliza exclusivamente o UCO de canola e, em menor proporção, de girassol como matéria-prima, o que cumpre legislação local. Será ampliada a estrutura de coleta e recepção do UCO na Suíça.
"Outro destaque é a qualidade do biodiesel produzido, que tem o ponto de entupimento a frio (CFPP) à -20ºC. No Brasil, o ponto é de -5ºC. Na Suíça, a mistura mínima do biocombustível ao diesel fóssil é de 7% (B7)", acrescenta o presidente.
Para a nova base de produção, estão previstos investimentos em melhoria na eficiência do processo de fabricação, aumento da capacidade e na equipe comercial. "A BSBios estuda a ampliação de oferta no curto prazo por meio de parceria com redes de distribuição e ampliação da estrutura de abastecimento", adianta, na nota.
Em fevereiro de 2019, foi lançado o projeto Omega Green, para produzir diesel renovável ou HVO, sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado, e querosene de aviação renovável ou SPK/SAF, combustíveis que emitem menos gases de efeito estufa e que serão destinados à exportação para os Estados Unidos, Canadá e países da Europa.