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Conjuntura

- Publicada em 10 de Janeiro de 2022 às 09:50

IPCA para 2022 permanece em 5,03%, acima do teto da meta, projeta Focus

Após três semanas de estabilidade, os economistas voltaram a elevar a projeção para a taxa Selic

Após três semanas de estabilidade, os economistas voltaram a elevar a projeção para a taxa Selic


MARCELLO CASAL JR/ebc/jc
Agência Estado
A mediana apurada no Relatório Focus para o IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 marcou a sexta semana consecutiva acima do teto da meta (5,00%), apontando para o segundo ano seguido de rompimento do objetivo a ser perseguido pelo Banco Central (BC). A projeção continuou em 5,03%, contra 5,00% do teto da meta deste ano. Há um mês, a previsão era de 5,02%.
A mediana apurada no Relatório Focus para o IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 marcou a sexta semana consecutiva acima do teto da meta (5,00%), apontando para o segundo ano seguido de rompimento do objetivo a ser perseguido pelo Banco Central (BC). A projeção continuou em 5,03%, contra 5,00% do teto da meta deste ano. Há um mês, a previsão era de 5,02%.
Isso ocorreu mesmo com a desaceleração da estimativa para 2021, que voltou a indicar um resultado aquém de dois dígitos para o ano passado, cuja taxa será conhecida nesta terça-feira (11). A mediana passou de 10,01% para 9,99%, mas ainda fica muito distante da banda superior do objetivo inflacionário de 2021 (5,25%) e também é a maior variação dos preços desde 2015 (10,67%). A estimativa era de 10,05% há quatro semanas.
Considerando as 61 atualizações nos últimos cinco dias, a estimativa para 2022 subiu de 4,97% para 5,04%. Para 2021, houve 63 atualizações, com a mediana variando de 9,96% para 9,98%.
Em prazos mais longos, a expectativa para o IPCA em 2023 passou de 3,41% para 3,36%, enquanto, para 2024, a mediana continuou em 3,00%.
Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,46% e 3,09%, respectivamente. A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 10,2% em 2021, 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 9,25% ao ano.
Os economistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o IPCA em dezembro de 2021, 0,68% para 0,67%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,72%.
Para janeiro, a projeção no Focus passou de alta de 0,47% para 0,45%, de 0,54% há quatro semanas. Já para o IPCA de fevereiro de 2022, a projeção subiu de 0,71% para 0,75%. Há um mês, estava em 0,69%
A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 5,07% para 5,04% de uma semana para outra - há um mês, estava em 5,21%.
PIB
O cenário de crescimento econômico do Brasil em 2022 continuou a piorar. A projeção para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) este ano minguou de 0,36% para 0,28%. Há um mês, estava em 0,50%. Para 2021, a mediana continuou em 4,50%, de 4,65% há quatro semanas.
Considerando apenas as 34 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2021 passou de 4,46% para 4,48%. Para 2022, também foram feitas 34 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa cedendo de 0,28% para 0,25%.
Para 2023, a projeção de crescimento também caiu, de 1,80% para 1,70%, de 1,90% há um mês. Para 2024, a estimativa seguiu em 2,00%, mesma taxa de quatro semanas atrás.
O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à baixa quantidade de respostas para esse indicador.
Déficit primário
O relatório mostrou nova melhora na relação entre déficit primário e o PIB de 2021, com a estimativa se aproximando de zero. A mediana passou de 0,13% para 0,05%. No caso deste ano, a relação passou de 1,05% para 1,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 0,60% e 1,20%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 5,60% para 5,40%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, variou de 7,40% para 7,75%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 5,70% e 7,10%, nesta ordem. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
No boletim desta segunda-feira, a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 caiu de 58,75% para 58,25%. Há um mês, estava em 58,95%. Para 2022, a expectativa passou de 63,00% para 62,48%, ante 63,00% de um mês atrás.
Os economistas do mercado financeiro pioraram a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, de US 21,59 bilhões para US 24,25 bilhões. Há um mês era negativa em US 21,50 bilhões. Para 2021, as estimativas pioraram de US 20,00 bilhões para US 22,84 bilhões, de US 19,50 bilhões de um mês atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 continuou em US 52,00 bilhões, mesmo valor de um mês antes. Para 2022, a expectativa passou de US 58,05 bilhões para US 58,00 bilhões, ante US 58,10 bilhões de um mês antes.
No caso da balança comercial em 2022, a estimativa de superávit aumentou de US 55,00 bilhões para US 55,50 bilhões, de US 55,80 bilhões de um mês atrás.
Selic
Após três semanas de estabilidade, os economistas do mercado financeiro voltaram a elevar a projeção para taxa Selic no fim de 2022. A mediana subiu de 11,50% para 11,75% ao ano. Há um mês, era de 11,50%. Considerando apenas as 50 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para a Selic no fim deste ano também avançou de 11,50% para 11,75% ao ano. Após aumentar a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 7,75% para 9,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou, no comunicado de dezembro, mais uma alta da mesma magnitude em fevereiro, o que levaria a taxa a 10,75%.
O colegiado ainda garantiu que irá perseverar na estratégia de aperto monetário "até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", preocupado com o aumento das projeções de inflação e o risco de descolamento da inflação em prazos mais longos.
No Boletim Focus, o cenário para a taxa básica de juros da economia foi mantida para os anos seguintes. A estimativa do Focus para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 8,00%, ante o igual porcentual há quatro semanas. Para 2024, ficou em 7,00%, mesma taxa de um mês atrás.
Câmbio
O relatório divulgado pelo pelo Banco Central (BC) ainda trouxe manutenção no cenário da moeda norte-americana em 2022. A estimativa para o câmbio continuou em R$ 5,60, de R$ 5,55 há quatro semanas. Para 2023, por sua vez, passou de R$ 5,40 para R$ 5,45, de R$ 5,40 de um mês antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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