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Economia

- Publicada em 23 de Dezembro de 2021 às 19:39

Descolado de NY, Ibovespa cai 0,33% e fecha semana com perda de 2,15%

Índice teve giro de apenas R$ 15,8 bilhões

Índice teve giro de apenas R$ 15,8 bilhões


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
Agência Estado
O Ibovespa encerra seu último pregão antes do feriado de Natal com giro baixo e sem fôlego para acompanhar o tom positivo das Bolsas americanas, que subiram escoradas na percepção de que a economia global não será tão abalada pela variante ômicron do coronavírus. Até o momento, a nova cepa aparenta ter baixa letalidade e pode ser combatida com as vacinas já existentes.
O Ibovespa encerra seu último pregão antes do feriado de Natal com giro baixo e sem fôlego para acompanhar o tom positivo das Bolsas americanas, que subiram escoradas na percepção de que a economia global não será tão abalada pela variante ômicron do coronavírus. Até o momento, a nova cepa aparenta ter baixa letalidade e pode ser combatida com as vacinas já existentes.
Por aqui, preocupações com crescimento anêmico no ano que vem, inflação elevada e temores de aumento de gastos em ano eleitoral mantêm os investidores na defensiva. A aprovação do Orçamento de 2022 com uma brecha para reajuste de policiais federais levou diversas categorias de servidores a também pleitear aumento salarial, em um "efeito cascata" que ameaça soterrar o pouco que resta da credibilidade fiscal do governo Jair Bolsonaro.
O IPCA-15 de dezembro até veio abaixo das estimativas, com alta de 0,78%, enquanto a mediana de Projeções Broadcast era de 0,82%. A aceleração dos preços no setor de serviços e o aumento do índice de difusão, contudo, não autorizam leituras mais assertivas de arrefecimento dos índices de preços.
Com o IPCA ainda pressionado e a ausência de uma ancoragem mais forte das expectativas de inflação, a perspectiva é a de que o Banco Central mantenha o ritmo de aperto monetário, com alta da taxa básica em 1,50 ponto porcentual em fevereiro, e leve a Selic para um nível ao redor de 12% no fim do ciclo - o que aumenta bastante o custo de oportunidade para investimentos em renda variável.
"O headline do IPCA veio bom. Quando você olha nos detalhes, vê que a parte de serviços e a difusão aumentaram. Isso pressionou os juros e contribuiu para a performance ruim da Bolsa", afirma o CIO da Legend, Rodrigo Santin, acrescentando que movimentos de ajustes de carteira em meio à liquidez baixa também "pressionaram o índice acionário um pouco para baixo".
Em tal ambiente, nem mesmo a surpresa positiva com o Caged, que revelou criação de 324.112 postos de trabalho formais em novembro, bem acima da mediana de Projeções Broadcast (216.500), deu alento ao mercado acionário local.
O Ibovespa até ensaiou uma alta na abertura dos negócios, escorado no clima externo de apetite ao risco. Mas logo virou para o campo negativo e perdeu a linha dos 105 mil pontos ainda pela manhã, descendo até a mínima aos 104.637,08 pontos no início da tarde.
Com giro de apenas R$ 15,8 bilhões, o Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (23) em queda de 0,33%, aos 104.891,32 mil pontos. Isso levou o índice a uma baixa de 2,15% na semana, depois de ter já perdido 0,52% na semana anterior. Mesmo assim, o Ibovespa ainda mantém uma valorização acumulada de 2,92% em dezembro - um resultado que não permite, contudo, falar em rali de fim de ano.
Para o head de renda variável da Venice Investimentos, Celso Fonseca, o "principal fator" para a falta de fôlego do índice é o "cenário fiscal um pouco pior", que acaba ofuscando dados positivos, como a geração de empregos revelada pelo Caged. "A questão fiscal é o que tem pesado mais para que a Bolsa fique no campo negativo nesses últimos dias", diz Fonseca. "Lá fora, as bolsas respondem bem aos estudos que mostram menor letalidade da Ômicron em relação a outras variante do coronavírus".
Iniciada ontem, a debandada de auditores fiscais da Receita Federal já soma 635 renúncias a cargos de chefia e de comissão, segundo informou o sindicato da categoria. Hoje, 44 conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) entregaram pedido de afastamento. A saída em massa se dá em protesto ao fato de o Orçamento de 2022 reservar R$ 1,7 bilhão para reajuste apenas de policiais federais, segundo pleito do presidente Jair Bolsonaro. Servidores do Banco Central e da Advocacia-Geral da União também estariam se mobilizando.
"Tem um ruído fiscal com esse caso de servidores entregando cargos. No ano que vem, vai ter muita pressão para reajuste de servidor público, o que pesa no orçamento. Isso não ajuda a Bolsa", diz Santin, da Legend.
Entre as blue chips, as ações da Petrobras fecharam em leve alta (PN subiu 0,60% e ON, 0,73%), em dia valorização do barril do Petróleo. O Brent subia para fevereiro subiu 2,07%, a US$ 76,85 o barril. A petroleira informou que finalizou a venda para a PetroRecôncavo da totalidade de sua participação em 12 campos terrestres de exploração e produção (Polo Remanso), localizados no Estado da Bahia.
Os papéis dos bancos tiveram comportamento misto, em meio à perspectiva de alta da Selic e a um movimento de rotação de carteira. As ações PN do Itaú chegaram a figurar, em partes o pregão, no grupo das dez maiores valorização da carteira teórica, mas diminuíram o ritmo e fecharam com alta de apenas 0,52%. Bradesco PN subiu 0,31%, mas ON caiu 0,12%%.
Na contramão, o setor metálico pesou no desempenho do índice, apesar da alta superior a 2% do minério de ferro na China. A ação ON da Vale caiu 0,96%. Entre as siderúrgicas, amargaram queda forte as ON da Gerdau (-1,93%).
No time das maiores altas na carteira teórica, destaque para Marfrig ON (+4,17%), Embraer ON (+3,18%) e BRF ON (1,98%). Já as três maiores baixas foram da ON de Meliuz (-6,34%), da unit da GetNet (-5,91%) - que ontem havia liderado as altas com avanço de 23,40% - e da ON da Hapvida (-4,16%).
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