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Agronegócio

- Publicada em 10 de Novembro de 2021 às 09:54

Com a soja em destaque, RS bate recorde na exportação agrícola no trimestre

Exportações de soja no último trimestre mais que dobraram no Rio Grande do Sul

Exportações de soja no último trimestre mais que dobraram no Rio Grande do Sul


CAMILA DOMINGUES/ARQUIVO/PALÁCIO PIRATINI/JC
O agronegócio acompanhou o ritmo de retomada da economia em 2021. Conforme o governo do Estado, as exportações do setor do Rio Grande do Sul atingiram US$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021, uma alta de 59,5% em valor em relação ao mesmo período do ano anterior.
O agronegócio acompanhou o ritmo de retomada da economia em 2021. Conforme o governo do Estado, as exportações do setor do Rio Grande do Sul atingiram US$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021, uma alta de 59,5% em valor em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em termos nominais, sem considerar a inflação, o valor exportado no período foi o maior de toda a série histórica, iniciada em 1997, superando a marca anterior, registrada no terceiro trimestre de 2013. Em termos absolutos, o incremento nas vendas de julho a setembro foi de US$ 1,8 bilhão.
Entre os setores mais representativos do agronegócio gaúcho, o complexo da soja registrou vendas de US$ 2,9 bilhões no período, 60% do total comercializado no segmento, uma alta de 105,1% na comparação com igual período de 2020.
As informações sobre as exportações no terceiro trimestre e o acumulado do ano fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado na nesta quarta-feira (10) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e elaborado pelos analistas Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior.
A produção recorde da soja em 2021, em contraste com a estiagem que prejudicou o cultivo no ano passado, é uma das explicações para o desempenho no período. "Uma parcela significativa do crescimento observado é explicada pelo retorno à média dos níveis de produtividade da safra de 2021, somada à variação nos preços médios do produto em dólar, fruto da dinâmica do mercado internacional", explica Leusin Júnior.

China segue sendo o principal destino das exportações gaúchas

Em relação aos principais destinos das exportações, a China segue na liderança, responsável por 56,7% de tudo que o agronegócio do Rio Grande do Sul vende para outros países. A nação asiática registrou um crescimento absoluto de US$ 1,3 bilhão (+93,5%) de janeiro a setembro. A sequência do ranking é composta pela União Europeia (10,2%), Estados Unidos (4,1%), Coreia do Sul (2,3%) e Emirados Árabes Unidos (1,7%). Esses cinco destinos são responsáveis por 75% do total das vendas.
Além do complexo soja, os setores de carnes (US$ 645,4 milhões em vendas, com alta de 25,1%), produtos florestais (US$ 461,9 milhões e alta de 101,1%), couros e peleteria (US$ 115,8 milhões e crescimento de +52,3%) e máquinas agrícolas (US$ 106,7 milhões e aumento de 59,4%) apresentaram desempenho positivo no terceiro trimestre, enquanto fumo e seus produtos (US$ 249,4 milhões em vendas e queda de 29,9%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 112,9 milhões em vendas e redução de 27,5%) registraram baixas nas vendas.
No complexo soja, a alta no trimestre é explicada pelas vendas do grão (+112,1%), do farelo (+42,9%) e do óleo (+393,6%). No setor de carnes, as exportações de carne de frango (+38,7%) e carne suína (+17,7%) sustentaram o resultado. Nos produtos florestais, o desempenho da celulose (+125%) foi o principal responsável pelos números positivos.
Entre as baixas, o arroz puxou a queda nos números do setor de cereais, farinhas e preparações (menos US$ 54,7 milhões em vendas, com queda de 37,3%), e o fumo não manufaturado (menos US$ 86,8 milhões e redução de 28,1%) foi o responsável pelo desempenho negativo da indústria fumageira.

De janeiro a setembro, agro exportou US$ 11,5 bilhões

Entre janeiro e setembro de 2021, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 11,5 bilhões, o que correspondeu a 74% do total exportado pelo Rio Grande do Sul no período. Em relação aos nove primeiros meses do ano passado, a alta chegou a 42,7% em valor, o que representa um incremento de US$ 3,4 bilhões em termos absolutos.
Quanto aos setores do segmento, o complexo soja (US$ 6,1 bilhões), carnes (US$ 1,8 bilhão), produtos florestais (US$ 1,1 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 849,7 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 458,6 milhões) foram os principais destaques.
"Até setembro o Rio Grande do Sul exportou um volume equivalente a 60% da produção de soja colhida no território. Nos próximos meses, a comercialização irá concorrer em concorrência com a soja norte-americana, o que pode gerar pressões nos preços no mercado internacional", destaca Leusin.
Como costuma ocorrer, o Rio Grande do Sul registrou saldo negativo de 3.264 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio no terceiro trimestre de 2021. O resultado é reflexo da sazonalidade da produção agrícola gaúcha e das atividades da indústria ligada ao segmento. No mesmo período de 2020 a redução foi de 1.137 empregos. Ao final do terceiro trimestre de 2021, o agronegócio contava com 353.553 vínculos ativos de emprego com carteira assinada no Rio Grande do Sul.
"O segundo e o terceiro trimestres são marcados pela desmobilização parcial da mão de obra admitida por tempo determinado nos primeiros meses do ano para a safra de verão. Em 2021, refletindo a recuperação da produção agrícola, a contratação de trabalhadores temporários foi maior no primeiro trimestre e isso ajuda a explicar a maior perda de empregos nos últimos meses", analisa Feix.