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Economia

- Publicada em 09 de Novembro de 2021 às 18:35

Famílias gastaram R$ 230 bilhões com pagamentos de juros no primeiro semestre de 2021

Valor cresceu 7,25% de janeiro a junho deste ano, na comparação com os R$ 217,7 bilhões na primeira metade de 2020

Valor cresceu 7,25% de janeiro a junho deste ano, na comparação com os R$ 217,7 bilhões na primeira metade de 2020


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
No primeiro semestre de 2021, em um cenário ainda bastante marcado pelos estragos provocados pela pandemia, o gasto das famílias brasileiras com o pagamento de juros alcançou a marca de R$ 233,5 bilhões.
No primeiro semestre de 2021, em um cenário ainda bastante marcado pelos estragos provocados pela pandemia, o gasto das famílias brasileiras com o pagamento de juros alcançou a marca de R$ 233,5 bilhões.
A projeção faz parte de um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) que busca quantificar o volume de recursos destinados para o pagamento de juros em operações de crédito livre, bem como os níveis de inadimplência. O estudo não considera as operações lastreadas em recursos direcionados.
Segundo o trabalho, os juros ocupam a segunda posição entre os itens de maiores despesas dos brasileiros, atrás apenas do gasto com aluguel, e superando os custos totais com educação, serviços de saúde e vestuário ao ano.
Para dar uma dimensão do montante comprometido para fazer frente às cobranças de juros, o estudo  aponta que o valor corresponde a cerca de 14 vezes os R$ 16,8 bilhões desembolsados via o pagamento do auxílio emergencial na primeira metade deste ano. Ou ainda, a aproximadamente 73%, se comparado com os R$ 320,3 bilhões pagos de auxílio emergencial ao longo de todo o ano passado.
"Os recursos que vieram para aumentar a massa de rendimentos das famílias e estimular a economia foram bastante comprometidos com o pagamento de juros, que foram canalizados para o sistema financeiro", aponta o estudo conduzido por Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP.
As projeções apontam ainda que o valor cresceu 7,25% de janeiro a junho deste ano, na comparação com os R$ 217,7 bilhões na primeira metade de 2020.
O juro médio efetivo à pessoa física indicado pelo estudo foi de 2,94% ao mês, ou 19% no intervalo do primeiro semestre de 2021. Em igual período de 2020, a taxa mensal foi de 3,28%, chegando a 21,4% no acumulado do período.
A pequena redução nas taxas, no entanto, não representa alívio, uma vez que ocorreram avanço da inflação e queda no rendimento.
O IPCA, índice oficial de inflação, teve alta de 0,10% no primeiro semestre do ano passado. Neste ano, a alta acelerou para 3,77% no mesmo período. O rendimento médio real do trabalho, por sua vez, nos trimestres encerrados em junho, ficou em R$ 2.735 no ano passado e caiu para R$ 2.554 neste ano.
No caso da inadimplência, o estudo indica que a taxa de atrasos acima de 90 dias foi de 4,12% entre as pessoas físicas ao final de junho de 2021. Em igual período de 2020, a taxa era de 5,30%, e de 4,78% em junho de 2019.
Além do controle sobre o orçamento doméstico, a federação destaca o pagamento do auxílio emergencial e a renegociação e ampliação de prazos para pagamento dos empréstimos como motivadores para a queda da inadimplência.
Para realizar o levantamento, a federação se valeu de informações disponibilizadas pelo BC (Banco Central) em suas notas sobre operações de crédito livre realizadas pelo sistema financeiro nacional, não contemplando aquelas lastreadas em recursos direcionados.
As estimativas são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e na Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"A importância do controle fiscal, mediante reformas estruturantes, é óbvia e, agora, muito mais explícita. Minimizar e postergar esta questão implicará a permanência de uma sociedade exaurida por uma carga tributária de 35% do PIB e obrigada a pagar quase 8% do PIB semestral em juros, a fim de manter o nível de consumo, arcando com as consequências de um Estado gigantesco que gasta muito (e mal)", defende a FecomercioSP.
Agência Folhapress
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