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Energia

- Publicada em 21 de Outubro de 2021 às 17:30

Leilão da Sulgás será disputado nesta sexta-feira na B3

Reajuste da Sulgás está sendo analisado pela Agergs

Reajuste da Sulgás está sendo analisado pela Agergs


Janine Pontes / Divulgação Sulgás/JC
Depois de vender a CEEE-D e a CEEE-T (áreas de distribuição e transmissão de energia por, respectivamente, R$ 100 mil e R$ 2,67 bilhões), o governo gaúcho fará nesta sexta-feira (22) o leilão da sua terceira estatal: a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). O certame está marcado para ocorrer às 14h na B3, a bolsa de valores do Brasil, e o preço mínimo a ser pago pelo controle da empresa é de R$ 927,8 milhões.
Depois de vender a CEEE-D e a CEEE-T (áreas de distribuição e transmissão de energia por, respectivamente, R$ 100 mil e R$ 2,67 bilhões), o governo gaúcho fará nesta sexta-feira (22) o leilão da sua terceira estatal: a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). O certame está marcado para ocorrer às 14h na B3, a bolsa de valores do Brasil, e o preço mínimo a ser pago pelo controle da empresa é de R$ 927,8 milhões.
O governo alienará 51% das ações que possui na distribuidora de gás natural (os outros 49% pertencem à Gaspetro). Os estudos e a modelagem do leilão têm a coordenação do BNDES e será o primeiro no setor após o estabelecimento do novo mercado do gás no País, que prevê uma maior abertura dessa área.
Como nas privatizações anteriores efetuadas pelo governo gaúcho, a da Sulgás também divide opiniões. O presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, considera a desestatização algo benéfico, porque entende que o Estado deve focar em atividades que sejam mais próprias a sua competência (como segurança, educação etc). “Empresa de distribuição de gás é do setor privado”, defende. O dirigente sustenta que o Estado tem que agir como um gerenciador, controlando se o agente privado está cumprindo suas funções dentro dos parâmetros legais.
Sobre o fato da Sulgás ser uma empresa lucrativa (lucro líquido de R$ 79,4 milhões no ano passado), Menzel admite que a distribuidora “para de pé sozinha” e rende recursos para o governo gaúcho. No entanto, ele indaga por que não potencializar o desempenho da companhia, passando para a iniciativa privada que poderia aumentar os investimentos em expansão da rede de gasodutos. “Exatamente por isso ela precisa ir para o setor privado, para que essa lucratividade seja reinvestida na expansão da própria empresa”, argumenta.
Menzel projeta que haverá interessados pela estatal no leilão desta sexta-feira, porém ele diz que é difícil prever o “apetite” desses grupos pela companhia, quanto estariam dispostos a desembolsar pelo ativo. O governo do Estado tem guardado sigilo sobre os possíveis concorrentes pela empresa. Entretanto, há rumores que apontam que a Sulgás está na mira de companhias como a Compass (do Grupo Cosan), a Ultrapar (que recentemente tentou comprar a refinaria Alberto Pasqualini - Refap), a espanhola Cobra (que possui projeto de uma térmica e de um terminal de gás natural liquefeito a serem desenvolvidos em Rio Grande) e a norte-americana New Fortress Energy (que também havia se interessado no passado no empreendimento rio-grandino de gás).
Apesar da iminência do leilão, a Associação dos Empregados da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Assulgás) ainda mantém a expectativa que a Sulgás possa permanecer pública. A secretária-geral da entidade, Sandra Paravisi, detalha que há duas ações questionando o processo de privatização. Uma diz respeito ao data room (sala de informações) do processo de venda, solicitando uma auditoria por parte do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), e a outra é relativa ao que será feito com a área de pesquisa e desenvolvimento da estatal. “Se for fazer o leilão, que seja feito da forma correta”, frisa Sandra.
Já o presidente da Assulgás, Rafael Marczewski Gonçalves, ressalta que a Sulgás é uma companhia enxuta e estratégica para o Rio Grande do Sul. Uma das críticas de Gonçalves ao processo de desestatização foi a celeridade dada pelo governo do Estado ao tema. “Foram tempos muito exíguos para análise do data room e a realização do próprio leilão”, reclama o dirigente.
Gonçalves enfatiza que, mesmo em um período de pandemia do coronavírus, a distribuidora continuou rendendo resultados financeiros positivos e aumentando sua malha de gasodutos. Um dos destaques feitos pelo dirigente é que em agosto a Sulgás passou a marca de mais de 100 postos de combustíveis abastecidos com gás natural veicular (GNV). O presidente da Assulgás reitera que a empresa dá uma resposta de alto nível às demandas apresentadas.

Números da Sulgás (base setembro de 2021):

Rede de Distribuição - 1.335,1 quilômetros
Municípios atendidos - 42
Funcionários - 128
Distribuição média de gás natural ao dia - 2 milhões de metros cúbicos
Clientes Consumindo - 68.116
66.322 residências
1.483 estabelecimentos comerciais
171 indústrias
101 postos de GNV
36 geração ponta/climatização/cogeração
2 cogeração (dentro do Programa Prioritário de Termelétricas)
1 térmica
Fonte: Sulgás