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Economia

- Publicada em 05 de Outubro de 2021 às 18:10

Brasil, Argentina e Uruguai analisam novos modelos logísticos

Pedro Calazans preside a Câmara Empresarial Argentino Brasileira do Rio Grande do Sul

Pedro Calazans preside a Câmara Empresarial Argentino Brasileira do Rio Grande do Sul


MARCELO G. RIBEIRO/ARQUIVO/JC
Osni Machado
A proposta de novos modelos logísticos para o Rio Grande do Sul e para o Brasil vão ser abordados, nesta quinta-feira (7), às 14h, no encontro A Logística Disruptiva – Caminho para o desenvolvimento. A atividade é uma realização da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura (Câmaralog), da Câmara Empresarial Argentino Brasileira do Rio Grande do Sul (Ceab-RS), da Câmara Brasil-Uruguai, e conta com o apoio da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
A proposta de novos modelos logísticos para o Rio Grande do Sul e para o Brasil vão ser abordados, nesta quinta-feira (7), às 14h, no encontro A Logística Disruptiva – Caminho para o desenvolvimento. A atividade é uma realização da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura (Câmaralog), da Câmara Empresarial Argentino Brasileira do Rio Grande do Sul (Ceab-RS), da Câmara Brasil-Uruguai, e conta com o apoio da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
O evento terá a palestra de Paulo Menzel, autoridade internacional em logística e presidente da Câmaralog. O presidente da Câmara Empresarial Argentino Brasileira do Rio Grande do Sul (Ceab-RS), Pedro Calazans, explica que o evento é direcionado a empresários e serve como um bom momento para debater e ampliar pautas importantes sobre o assunto. Calazans explica que o modelo desta atividade é dividido, sendo uma parte com uma palestra de 30 minutos e a outra, com 20 minutos, destinado às perguntas dos participantes.
Entre os assuntos que são alvo de questionamentos estão: problemas com estradas sucateadas, as longas distâncias existentes no Brasil; as logísticas desenvolvidas atualmente por via marítima, além de debates sobre o sistema ferroviário adequado. O presidente da Ceab-RS também destaca, por exemplo, países como o Paraguai, que tem apresentado bom resultado em seu transporte de navios via cabotagem.
De acordo com Calazans, são muitos os temas envolvidos e um dos desafios está relacionado a custos. O dirigente cita, neste caso, os custos marítimos que afetam diretamente sobre os transportes de cargas, passando até para assuntos que envolvem pontos em comum para que ocorra a integração nacional e internacional, entre eles, a adoção de modais eficientes entre países como Argentina e Uruguai.
De acordo com Menzel, palestrante do encontro, a sociedade civil e também as instituições organizadas devem assumir uma posição mais propositiva em relação a este tema e não ficar tão reativa, ou seja, não pode ficar esperando pelos governos. O especialista diz que quando se fala em logística e infraestrutura, há um senso comum de que o Brasil está muito atrasado neste campo.
“Embora, nos últimos anos, tenhamos uma atenção especial para esta área – Tarcísio de Freitas, o ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro tem um olhar especial para esta questão, porém, o Brasil tem mais de 50 anos de atraso em relação ao que o mundo já tem em logística e infraestrutura”, salienta Menzel.
Menzel explica que este atraso resulta em um custo logístico, que segundo ele, é algo na ordem de 21,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul. “Esse custo logístico não deveria ser mais do que 6,3% do PIB pelas características de nossa economia, pelas características de nossas cadeias produtivas, de nossas cadeias logísticas”, avalia.
O especialista diz que são necessários novos modelos logísticos inovadores, porque só assim, o Rio Grande do Sul e o Brasil voltam a ter condições de voltar a ser competitivos. Um custo logístico tão alto, explica Menzel, retira a capacidade competitiva, principalmente, quando se olha para o exterior. “Sem competitividade, nós não somos produtivos, ou seja, sem uma logística inovadora perdemos a capacidade de vendermos mais. E não temos preços competitivos, porque a nossa logística é muito cara”, explica.
“Nós precisamos fazer algo diferente e estamos diante de uma bela oportunidade para fazer isto de um modo inovador e de uma forma disruptiva para a logística”, cita. Quando se fala em modelo disruptivo, segundo Menzel, está se falando em interromper um longo processo de “letargia”, de inércia e dependência que as soluções venham do governo federal, ou nas palavras do especialista de “Brasília”.
Como investir no desenvolvimento de novos modelos? Menzel diz que diante deste questionamento, a resposta é não temos recursos suficientes. O próprio governo federal, de acordo com ele, entende que é o momento para fazer um grande chamamento da sociedade, para que a iniciativa privada também venha a fazer investimentos nesta área. “Devemos estar todos alinhados à esta ideia”, diz.
Ele acrescenta que, embora o Brasil paute por um alinhamento e que o governo também esteja olhando para os novos caminhos e novos sistemas logísticos, ainda assim, na atualidade não existe um plano logístico a seguir ou que venha a ser seguido por vários governos. “Nas últimas décadas o Brasil vem vivendo de plano em plano em busca de soluções, porém, não existe continuidade. Nós necessitamos de um plano sólido, ou seja, que seja eficaz por um longo tempo, algo entre 40, 50 anos no futuro”, cita.
Um modelo ideal em logística no mundo, conforme Menzel, é apresentado pelos Estados Unidos. “O custo logístico dos Estados Unidos é da ordem de 7,5% do PIB do país. Os Estados Unidos devem ser vistos como uma forma de exemplo.
Em relação ao Rio Grande do Sul, Menzel diz que o Estado não deve ser visto como aquele que está na ponta de baixo do Brasil, porém, observado sobre um outro aspecto, ele está no centro do Mercosul. E, deste modo, ocupa uma posição geográfica privilegiada. “Precisamos olhar o Rio Grande do Sul dentro deste aspecto positivo. O Estado tem produtos, que são excelentes e que apresentam qualidade mundial, mas esquecemos do aspecto importante da logística, esquecemos da infraestrutura e estamos sofrendo com tudo isto e agora é o momento de fazer a mudança”, acrescenta.
O evento online desta quinta-feira será transmitido pela plataforma Teams, pelo link: http://bityli.com/mta8N1.
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