Com o objetivo de dar uma destinação a rejeitos e ainda agregar valor com esse trabalho, a Calçados Beira Rio, em parceria com a Ambiente Verde, está desenvolvendo uma usina de energia que aproveitará os resíduos da atividade calçadista como combustível. A planta-piloto do projeto já obteve a licença prévia da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e a expectativa é que o complexo totalmente concluído esteja operando dentro de dois anos.
O diretor industrial da Calçados Beira Rio, João Henrich, informa que nesta etapa experimental, que prevê a geração de energia em menores volumes a partir de janeiro, deverão ser investidos cerca de R$ 2 milhões. Atualmente, o projeto encontra-se na fase de compra de equipamentos. “Para a planta total, a estimativa de investimento é algo entre R$ 12 milhões a R$ 15 milhões”, adianta o integrante da Calçados Beira Rio. O empreendimento concluído deverá consumir cerca de 400 toneladas de resíduos ao mês e terá uma capacidade para gerar 1,45 MW.
Parte da produção elétrica será destinada ao autoconsumo e o excedente será disponibilizado na rede, comercializado através do mecanismo de mercado livre (ambiente formado por grandes consumidores que podem escolher de quem vão comprar a energia que utilizam). A planta-piloto será implementada no município de Taquara e o complexo com escala industrial ficará situado em Igrejinha.
Henrich destaca que esse reaproveitamento das sobras do processo de fabricação de calçados para a geração elétrica será adotado quando não for viável usá-las na transformação em outros produtos. Serão empregados como combustível materiais sintéticos, espumas, EVA, entre outros.
Conforme o diretor da Calçados Beira Rio, os rejeitos serão transformados em gás de síntese, que alimentará a unidade geradora de energia elétrica e ainda haverá um material residual que será destinado para a produção de componentes para calçados. Levando em consideração toda a cadeia movimentada por essa iniciativa, Henrich estima a criação de aproximadamente 200 postos de trabalho com a ação. Ele destaca ainda que o projeto conta com o acompanhamento da Universidade de Caxias do Sul (UCS).