Na manhã desta quinta-feira (30), a subestação de energia do Consórcio Chimarrão em Gravataí recebe a sua licença ambiental de operação que permite o início do funcionamento do complexo. O empreendimento ganha em relevância, pois faz parte de um conjunto de obras no setor de transmissão que permitirão que o Rio Grande do Sul eleve significativamente sua capacidade para escoar energia.
O secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, ressalta que a expansão energética regional e no Brasil é vital. “Vivemos uma grave crise de energia e aumentar a possibilidade de transmissão é muito importante”, frisa. Além da subestação gravataiense, o dirigente recorda que o mesmo grupo, há cerca de um mês, obteve licença para conduzir outros empreendimentos na área de transmissão dentro do solo gaúcho (linhas que somam 534 quilômetros de extensão). A própria subestação de Gravataí integra o sistema de linhas de transmissão de energia que liga a Região Metropolitana ao Sul do Estado.
Essas e outras obras estavam, inicialmente, sob responsabilidade da Eletrosul, porém a estatal não teve condições financeiras de ir adiante com os projetos, que acabaram sendo relicitados em 2018 e absorvidos por outros empreendedores, entre os quais o Consórcio Chimarrão. Somente esse grupo, que tem a CYMI Construções e Participações como líder, desenvolverá estruturas de transmissão no Rio Grande do Sul estimadas em R$ 2,4 bilhões.
A imposição de outro cronograma para os projetos, devido à necessidade de ofertá-los novamente, fez com que nos últimos anos o Rio Grande do Sul tivesse dificuldade de colocar novas usinas em operação por não ter meios de escoar essa geração. No entanto, com a retomada dessas obras de transmissão, o Estado volta a ter condições de disputar leilões de energia que são promovidos pelo governo federal para garantir a expansão da oferta elétrica.
Uma prova disso, é que nesta quinta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizarão o primeiro leilão de energia nova A-5 (cinco anos para a entrega da geração) de 2021, com uma participação expressiva do Rio Grande do Sul. Foram inscritos no certame 89 empreendimentos a serem desenvolvidos em território gaúcho, sendo 81 eólicos, cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e três usinas a carvão. Os complexos somam uma potência de 4.148 MW (o que representa cerca de 40% da capacidade já instalada no Estado).
No total do País, o leilão registrou o cadastramento de 1.694 projetos, que alcançam 93.859 mil MW de potência instalada (praticamente metade da capacidade de produção de energia elétrica hoje no Brasil). As fontes habilitadas a participar da concorrência são a eólica, solar, recuperação energética de resíduos sólidos urbanos, hidrelétrica e termelétrica (biomassa, carvão mineral nacional e gás natural).