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Conjuntura

- Publicada em 24 de Setembro de 2021 às 17:11

Pesquisa do Sebrae RS aponta elevação no fechamento de pequenas empresas

Inflação é uma das dificuldades enfrentadas pelos empreendedores gaúchos

Inflação é uma das dificuldades enfrentadas pelos empreendedores gaúchos


CAMILA DOMINGUES/ SECOM/DIVULGAÇÃO/JC
Apesar da pandemia do coronavírus gerar cada vez menos impactos na economia, a 15ª edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, realizada pelo Sebrae RS, apontou a elevação do número de pequenas empresas fechadas no Estado. Conforme dados coletados entre 16 de agosto e 3 de setembro, 25% das companhias gaúchas dessa natureza não se encontravam mais em funcionamento, ou seja, uma em cada quatro. O percentual é bem maior do que o registrado em julho, que foi de 12%.
Apesar da pandemia do coronavírus gerar cada vez menos impactos na economia, a 15ª edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, realizada pelo Sebrae RS, apontou a elevação do número de pequenas empresas fechadas no Estado. Conforme dados coletados entre 16 de agosto e 3 de setembro, 25% das companhias gaúchas dessa natureza não se encontravam mais em funcionamento, ou seja, uma em cada quatro. O percentual é bem maior do que o registrado em julho, que foi de 12%.
O diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy, admite a preocupação com o resultado. Ele detalha que o Rio Grande do Sul totaliza em torno de 2,7 milhões de pequenos negócios, o que significa que cerca de 675 mil deixaram de operar. Porém, um ponto mais contundente é que, desse conjunto de empreendedores que interromperam suas atividades, 16%, ou aproximadamente108 mil, não previam abrir novamente as suas portas.
Entre as principais razões para as empresas deixarem de funcionar estão a falta de clientes (39%) e o fato de não conseguirem reposicionarem os seus empreendimentos (22%). A média de empregados que giram em torno dos pequenos negócios é de cinco pessoas. Então, Godoy ressalta que o fechamento definitivo dessas empresas representa um impacto potencial em cerca de meio milhão de gaúchos, que terão sua renda comprometida, podendo causar um ciclo de retração da economia.
O levantamento do Sebrae-RS indica também uma reversão na curva de recuperação dos negócios, sendo que 44% das empresas registraram perdas no faturamento. “Nós vínhamos desde março com uma curva crescente de aumento de faturamento das empresas e em agosto esse percentual caiu”, destaca Godoy. Entre os segmentos mais afetados estão o da indústria, de comércio e de serviços. O dirigente acredita que esse cenário reflita uma tendência puxada pelos mais recentes indicadores macroeconômicos do País, como o processo inflacionário, decorrente de uma série de fatores como os aumentos da energia elétrica e dos combustíveis.
Ele ressalta que a elevação da inflação tende a inibir o consumo das famílias, gerando um reflexo direto na atividade econômica. “As pessoas ficam com medo que a crise se acentue e restringem seus gastos para terem segurança”, comenta. Outro ponto de impacto foi a maior necessidade de capital de giro, com as empresas com menos caixa para operar.
Godoy acrescenta que o resultado da pesquisa revela que as dificuldades das pequenas empresas não estão mais tão vinculadas à Covid-19, já que a quantidade de vacinados cresceu e as restrições de circulação diminuíram. A causa está mais ligada a efeitos externos. “Não vindo uma nova variante do vírus, com a vacinação avançando, a preocupação para a economia deixa de ser a pandemia e passa a ser a própria economia”, frisa o dirigente.
Dentro desse panorama, o diretor-superintendente se diz mais cauteloso quanto ao futuro. Ele prevê que a recuperação econômica continuará, porém deverá diminuir de ritmo. Já a pesquisa do Sebrae-RS indica que 65% dos empresários confia na melhora das condições para os negócios do seu ramo de atividade nos próximos três meses. Sobre as expectativas positivas dos pesquisados, Godoy atribui ao otimismo que é próprio do empreendedor e à proximidade de datas como as festas do final do ano e a Black Friday.

Empresas em funcionamento:

Janeiro
Sim: 88% Não: 12%
Fevereiro
Sim: 84% Não: 16%
Março
Sim: 65% Não: 35%
Abril
Sim: 81% Não: 19%
Maio
Sim: 86% Não: 14%
Junho
Sim: 85% Não: 15%
Julho
Sim: 88% Não: 12%
Agosto
Sim: 75% Não: 25%
Fonte: Sebrae RS