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Economia

- Publicada em 23 de Setembro de 2021 às 15:00

Resina reciclada é valorizada dentro do mercado do plástico

Apenas cerca de 3% do resíduo gerado no País passa por reciclagem

Apenas cerca de 3% do resíduo gerado no País passa por reciclagem


LUIZA PRADO/JC
Jefferson Klein
O fortalecimento de ações envolvendo a economia circular (que prega um uso mais consciente de recursos) e o ESG (do inglês, Environmental, Social and Corporate Governance, que diz respeito ao conceito de meio ambiente, social e de governança responsável) afetarão o setor do plástico nos próximos anos. A perspectiva é que os produtos reciclados ganhem cada vez mais força e com isso o valor desse material se aproximará dos preços cobrados pelas resinas termoplásticas virgens.
O fortalecimento de ações envolvendo a economia circular (que prega um uso mais consciente de recursos) e o ESG (do inglês, Environmental, Social and Corporate Governance, que diz respeito ao conceito de meio ambiente, social e de governança responsável) afetarão o setor do plástico nos próximos anos. A perspectiva é que os produtos reciclados ganhem cada vez mais força e com isso o valor desse material se aproximará dos preços cobrados pelas resinas termoplásticas virgens.
O engenheiro de materiais, especializado em Economia Circular, Inovação e Novos Negócios e fundador da PlasticXperience, Manoel Lisboa, adianta que daqui a dois ou três anos o insumo reciclado, em alguns momentos, poderá até ultrapassar o preço da resina virgem, porque as empresas terão que cumprir metas de sustentabilidade. De 2020 para cá, o que está se percebendo é uma valorização de ambos os materiais.
Lisboa cita que uma tonelada de resíduos de PET, em janeiro de 2020, valia em torno de R$ 2,3 mil e passou para R$ 4 mil, em abril de 2021. No mesmo período, o chamado flake (floco formado depois do produto plástico ser moído) passou de R$ 3,9 mil para R$ 6,1 mil e a resina virgem de R$ 5,16 mil para R$ 8,2 mil.
Essa valorização do material, segundo o engenheiro, incentivará o descarte adequado dos produtos plásticos e que se veja menos lixo nas ruas. “Seria quase como jogar dinheiro fora (não dar uma destinação correta aos resíduos)”, compara. Já a engenheira sanitarista e ambiental Vanessa Falcão reforça que é essencial trabalhar a educação do consumidor para quando ele for descartar seus rejeitos não misturar o orgânico com o inorgânico. “Com isso, o potencial (de reciclagem) sobe significativamente”, aponta a engenheira.
Apesar da estimativa de que os resíduos gerem mais valor e da propagação da consciência ambiental, o volume de reciclagem no Brasil é ainda baixo. Vanessa informa que apenas cerca de 3% do material gerado no País (envolvendo todos os tipos de itens, como plástico, papelão, alumínio, entre outros) é reciclado. Na Região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) esse índice aumenta para 7%. Ela acrescenta que os gaúchos contam com 83% dos seus municípios com coleta seletiva.
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), em 2019 a produção de resinas plásticas pós-consumo recicladas (PCR) no País foi de 838,5 mil toneladas, contra 757,6 mil toneladas no ano anterior. Ainda segundo a entidade, a cada tonelada de material reciclado produzido se reduz, em média, 1,1 tonelada de resíduo plástico disposto em aterros. Além disso, são gerados 3,16 empregos para catadores.
Para tratar do tema plástico, o Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), em parceria com a Braskem, está promovendo o Seminário Plástico e Políticas Públicas: alternativas & soluções. A terceira edição do evento neste ano acontecerá nesta sexta-feira (24), às 10h, via Zoom, sendo voltado principalmente a vereadores, assessores parlamentares e secretários municipais do Meio Ambiente de Porto Alegre e de cinco municípios do interior: Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Lajeado. As inscrições devem ser feitas antecipadamente pelo site www.sympla.com.br para obter o acesso à sala do Zoom.
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