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Economia

- Publicada em 21 de Setembro de 2021 às 10:42

Brasileiros reduzem consumo de carne e de pão

Carne bovina deixou de ser consumida por 67% dos entrevistados

Carne bovina deixou de ser consumida por 67% dos entrevistados


YASSER AL-ZAYYAT/AFP/JC
Cristine Pires
O aumento do preço dos alimentos está mudando o perfil dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros. A grande maioria (85%) diminuiu a compra de algum item alimentício desde o começo do ano, conforme revela Pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 13 e 15 de setembro.
O aumento do preço dos alimentos está mudando o perfil dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros. A grande maioria (85%) diminuiu a compra de algum item alimentício desde o começo do ano, conforme revela Pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 13 e 15 de setembro.
As quedas mais significativas ocorreram na carne bovina, que deixou de ser consumida por 67% dos entrevistados, seguida por refrigerantes e sucos (51%), leite, queijos e iogurtes (46%) e pão francês, pão de forma e outros tipos pães (41%). Itens básicos também passaram a ser menos consumidos, caso do macarrão (38%), feijão (36%) e arroz (34%).
A tendência, nesses casos, é de substituição. “Com a alta dos preços das proteínas animais, alguns consumidores também migraram para outros produtos, mudando seus hábitos”, explica o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo.
É o caso do ovo que, segundo o Datafolha, registrou aumento de 50% na procura como alternativa à carne. Outro sinal de que a inflação está pesando no bolso da população, segundo o dirigente, é a redução do tíquete médio (o valor gasto por compra). “O tíquete médio está menor, até em função das pesquisas que o cliente está fazendo em mais de uma loja”, diz Longo.
Os itens que sofreram maior queda são justamente aqueles que registram as principais altas de preço. O Datafolha aponta que o valor da alimentação em domicílio subiu 17% em 12 meses, enquanto o índice de inflação ao consumidor, no mesmo período, é de quase 10%. Os itens com reajustes mais expressivos foram o arroz (33%), ovos (14%) e leites e derivados (12%).
E se engana quem pensa que são as famílias com menor renda que protagonizam essas mudanças de consumo. Embora a perda de renda causada pelo aumento do desemprego na pandemia pressione o poder de compra dos mais pobres, 67% das famílias com renda acima de 10 salários-mínimos declararam ter cortado algum desses produtos. O percentual cresce na faixa de renda de até dois salários, chegando a 88%. Por ocupação, destacam-se abaixo da média os empresários (67%).
“Vemos com preocupação a perda do poder de compra do consumidor, ao mesmo tempo em que aprendemos diariamente com ele. A gestão dos recursos que o trabalhador gaúcho está fazendo é invejável”, diz o presidente da Agas.
Segundo Longo, hoje, o cliente consegue minimizar a inflação trocando de loja, de marca e de tipo do produto, dando uma aula de atenção aos preços e de valorização do seu dinheiro. “É uma aula de administração”, destaca. Por região, o Datafolha aponta que o percentual de redução de itens alimentícios fica em 75% no Sul do País, enquanto no Nordeste chega a 89%.
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