“É inspirador.” O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, definiu de forma direta o impacto ao conhecer as instalações do Instituto Caldeira, um dos mais recentes hubs de inovação abertos no Rio Grande do Sul que deve ultrapassar até o fim de 2021 o número de 120 startups atuando na sede na Zona Norte de Porto Alegre.
A passagem de Freitas pelo ambiente, na manhã desta segunda-feira (30), abriu a agenda na Capital, com foco em inovação, mais precisamente em medidas que gerem menos burocracia e agilizem o fluxo no setor de transportes.
O acordo será firmado com o governo estadual, pelo braço da Secretaria da Fazenda (Sefaz). Com isso, o Estado é a primeira unidade da federação a celebrar a cooperação para intercâmbio de procedimentos e informações, que deve preparar a implantação do DT-e.
"O Estado sai na frente para a futura implementação", avisou o ministro, que projeta a efetivação do sistema nos próximos anos, pois é preciso fazer a integração tanto entre os órgãos federais, da Receita Federal à Anvisa, como nas unidades estaduais.
No Caldeira, a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado (Fetransul) e o hub firmaram também um termo de cooperação para que a entidade, que representa o setor, possa ter uma unidade no local com foco em tecnologias para o segmento.
"Vamos desenvolver e criar tecnologias para todo o setor", projeta o presidente da federação, Afrânio Kieling.
Sobre o documento que deve ser adotado nos fluxos de mercadorias e que deve formalizar muitos caminhoneiros pelo País, a Medida Provisória 1051/2021 sobre o DT-e foi aprovada em julh na Câmara dos Deputados. A votação no Senado deve ser em 28 de setembro. A Fetransul foi uma das articuladoras para apoio e aprovação dos parlamentares.
Freitas ressaltou, ao falar para uma plateia do segmento de empresas de transportes reunida no Caldeira, que o aumento da produtividade tão buscado no Brasil não será apenas por aportes bilionários em obras, como nas estradas.
"Não podemos mais achar que estes investimentos serão suficientes. É preciso uma nova abordagem, e a abordagem é o uso da tecnologia", vinculou o titular da pasta de Infraestrutura, citando uso de novas frequências em telecomunicações, como o 5G, que em breve terá o leilão.
O ministro passeou pelos espaços, onde ficam as startups, muitas ligadas a grandes e médias empresas. Foto: Patrícia Comunello/JC
No passeio pelo hub com mais de 22 mil metros quadrados, o minstro pôde conferir o perfil de empresas que habitam o local e ainda as conexões com o setor que dirige.
"A adoção de tecnologias de comunicação como 5G e Internet das Coisas (IoT) é nossa praia. A gente não entende muito de infraestrutura, mas de tecnologia", resume Valério, citando que ramos tradicionais se instalaram na área, além de segmentos emergentes, e até mesmo a área pública, como a sede da Secretaria de Desenvolvimento de Porto Alegre que tem sua sala no hub.
"A gente acredita que é a partir dessas conexões que conseguiremos criar um ambiente de negócio com mais liberdade, competitividade e pró-mercado", arremata o diretor executivo do Caldeira.