Após cerca de um mês que assumiu o controle da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), o Grupo Equatorial realiza os primeiros diagnósticos quanto às ações que precisam ser tomadas para melhorar a qualidade de fornecimento de energia prestado pela antiga estatal. Conforme o presidente da distribuidora, Maurício Velloso, uma das constatações feitas é que aproximadamente 30% das subestações da concessionária estão operando acima de 95% de suas capacidades.
O dirigente explica que esse cenário significa que há uma limitação de carga para uma eventual expansão de consumo elétrico. “Se uma indústria quiser se instalar (na área de concessão da empresa), ficará limitada à capacidade de carga das próprias subestações da CEEE-D”, frisa o executivo. Para solucionar essa situação, Velloso adianta que será desenvolvido um plano de ampliação de subestações.
O presidente da concessionária gaúcha participou nesta terça-feira (17) do evento online MenuPOA, promovido pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). Na ocasião, o dirigente também mencionou a questão dos religadores, que são equipamentos que permitem que a rede elétrica seja religada automaticamente quando surge um problema como, por exemplo, uma árvore encostando em uma linha. “Quando chegamos na companhia, tínhamos 700 religadores instalados e só 350 funcionando, porque os demais estavam desconectados”, comenta Velloso.
De acordo com o executivo, o objetivo é resolver essas dificuldades e qualificar o atendimento da companhia, já que os indicadores de qualidade FEC (número de vezes que o cliente fica sem energia elétrica ao longo de um ano) e DEC (tempo médio que cada consumidor fica sem fornecimento ao longo de um ano) estão acima dos níveis regulatórios. Em ranking elaborado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quanto à continuidade do serviço de fornecimento de energia em 2020, que analisou 29 distribuidoras com número de unidades consumidoras maior que 400 mil, a CEEE-D aparece na última posição entre as avaliadas.
Ainda no encontro promovido pela ACPA, Velloso falou sobre a elaboração do Plano de Demissão Voluntária (PDV) para os funcionários da empresa. Ele diz que, no momento, está sendo desencadeado um processo de avaliação de todo o quadro de empregados da companhia. “A gente precisa ajustar o quadro à realidade da necessidade que a concessão tem e estamos fazendo esse estudo”, afirma o dirigente. Não foi indicado um prazo de quando ocorrerão esses desligamentos.