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EVENTOS

- Publicada em 16 de Agosto de 2021 às 18:15

Reestruturação de negócios e serviços marca retomada gradual do setor de eventos

Opinião reabriu em 6 de agosto, em formato de pub, com espetáculos acústicos para público restrito

Opinião reabriu em 6 de agosto, em formato de pub, com espetáculos acústicos para público restrito


MATHEUS PÉ/DIVULGAÇÃO/JC
Prestes a completar três meses da publicação do decreto municipal que adequou, em 19 de maio, as atividades do setor de eventos às regras estaduais de controle da pandemia, os profissionais que atuam na área de lazer, entretenimento e eventos corporativos têm se desdobrado para reestruturar e manter os negócios após mais de 15 meses parados, em função das restrições impostas pela crise sanitária. Ainda atuando com limitações financeiras, de público e espaço, para manter os protocolos e regras de distanciamento, e tendo de driblar a insegurança e cautela dos clientes que começam, aos poucos, a recuperar o hábito de sair de casa para celebrar, se divertir ou participar de congressos, gestores de três diferentes áreas de eventos mostram como têm se adaptado ao novo momento e falam dos desafios enfrentados até aqui.
Prestes a completar três meses da publicação do decreto municipal que adequou, em 19 de maio, as atividades do setor de eventos às regras estaduais de controle da pandemia, os profissionais que atuam na área de lazer, entretenimento e eventos corporativos têm se desdobrado para reestruturar e manter os negócios após mais de 15 meses parados, em função das restrições impostas pela crise sanitária. Ainda atuando com limitações financeiras, de público e espaço, para manter os protocolos e regras de distanciamento, e tendo de driblar a insegurança e cautela dos clientes que começam, aos poucos, a recuperar o hábito de sair de casa para celebrar, se divertir ou participar de congressos, gestores de três diferentes áreas de eventos mostram como têm se adaptado ao novo momento e falam dos desafios enfrentados até aqui.
Em comum, o fato de terem apostado todas as fichas na reformulação de seus negócios, adaptado os serviços oferecidos às exigências pandêmicas, e encontrado alento na união da categoria, que transformou as divergências naturais da concorrência acirrada em combustível para buscar alternativas e cobrar do poder público soluções que permitissem ao setor, o primeiro a ter as atividades suspensas, em março do ano passado, vislumbrar um projeto de retomada. "
Pra mim, a união que obtivemos do setor foi fundamental para que conseguíssemos montar e aprovar protocolos junto aos governos. Sem isso, essa retomada teria sido ainda mais tardia. Esse período também serviu para que víssemos a grande capacidade que o segmento tem de se reinventar e de mudar", comenta Eliana Azeredo, proprietária da Capacità Eventos e uma das lideranças à frente do Grupo Live Marketing RS, que representa no Estado mais de de 340 empresas de eventos.
Para Neka Sanford, à frente da Cia Lúdica, especializada em recreação e festas infantis, o apoio dos colegas foi fundamental para ajudar a segurar as pontas durante os meses sem poder trabalhar. "Criamos um grupo de WhatsApp dos gestores de casas de festas, para compartilhar experiências e trocar informações. Dessa forma mantivemos uma rotina de troca que fortaleceu a todos. Assim conseguimos dirimir dúvidas, formatar protocolos e lutar com muita força para a reabertura segura dos eventos", ressalta.
"Não tem como o setor não voltar a trabalhar, acreditamos muito no nosso trabalho e no que ele representa, e é isso que nos motivou esse tempo todo a buscar a retomada", completa Cláudio Fávero, sócio do Opinião.
No último sábado (14), o governo do Estado publicou novo decreto com alterações nas regras válidas para prevenção e enfrentamento à pandemia em algumas atividades, entre elas eventos sociais, de entretenimento e corporativos. Os novos protocolos permitem ampliação do limite máximo de pessoas em festas, casas de shows, casas noturnas, restaurantes, bares e similares (de 150 para 350 pessoas nos protocolos obrigatórios, e de 70 para 150 nos protocolos variáveis); redução na metragem mínima por pessoa nos ambientes (de 8 metros quadrados para 6 metros quadrados) para feiras e exposições corporativas, convenções, congressos e similares; redução no distanciamento mínimo entre módulos de estandes, bancas ou similares (de 3 metros para 1,5 metros) e novo regramento para autorização de eventos conforme faixas de público e trabalhadores presentes.
Para serem aplicadas a pleno, as regras dependem ainda de adequação dos decretos municipais. No caso de Porto Alegre, segundo a prefeitura, a publicação deve ocorrer nos próximos dias. O Paço Municipal ainda aguarda a definição do Estado para a liberação de grandes eventos, tema que deve voltar à pauta no mês de setembro.

Capacità investe na formatação de eventos híbridos

Eventos digitais garantiram ampliação de público e novas possibilidades ao segmento corporativo

Eventos digitais garantiram ampliação de público e novas possibilidades ao segmento corporativo


CAPACITÁ EVENTOS/DIVULGAÇÃO/JC
À frente da Capacità Eventos, em Porto Alegre, a empresária Eliana Azeredo investiu na formatação de eventos digitais, híbridos e online, para enfrentar as limitações aos presenciais. Ao longo de 2020, com a necessidade de adequação de clientes e empresas aos novos formatos, foram 42 eventos promovidos. Já em 2021, até agora, 23 realizados.
"O ano passado foi melhor para nós, porque os eventos online eram novidade e foram a forma de manter a agenda funcionando. Mesmo assim, nosso faturamento caiu 70%, em função do cancelamento de muitos eventos internacionais grandes. Agora, além de as pessoas estarem cansadas de eventos online, muitos clientes nem cogitaram retomar os eventos programados, e ainda estão receosos com o presencial, apesar de toda a segurança e cumprimento de protocolos que adotamos", comenta.
Apesar disso, a meta da empresa é de fechar o ano pelo menos empatando com o número de eventos promovidos em 2020. Para isso, a empresa teve de se reorganizar e investir nas novas modalidades, e montou um estúdio próprio em Brasília, voltado à promoção de eventos online, o que permite realizar mais de um por dia, alterando apenas cenários e layout. "O formato híbrido ganhou força e veio pra ficar. No entanto, a maioria dos nossos eventos ainda são de negócios e, nesse sentido, precisam do olho no olho para funcionar bem", relata.
Com orçamentos menores do que os dos presenciais, e com a possibilidade de contratar palestrantes internacionais a custo menor, em função de não necessitar de deslocamento, os eventos online também têm alcance maior de público. Nos híbridos realizados pela Capacità, alguns formatos permitem público limitado no espaço em estúdio, proporcionando ao grupo seleto a experiência de assistir a palestras presencialmente, enquanto as mesmas estão sendo transmitidas online para o restante dos participantes.
"Isso para nós tem sido bom também porque nos traz de volta aquele frio na barriga da chegada do público que o formato híbrido tem permitido. Também aquele frio relacionado à conexão da internet e se está tudo certo com o streaming", brinca a empresária.

Opinião azeita a máquina à espera da grande retomada pós-vacina

Após um ano e meio fechado, em razão das medidas restritivas ao setor de eventos, o Opinião reabriu suas portas aos clientes no dia 6 de agosto, em novo formato. Para se adequar às exigências sanitárias e liberações do poder público, o bar passou por uma reforma para adotar temporariamente a configuração de pub, com a antiga pista de dança transformada em salão com 75 mesas, de onde o público saudoso pode acompanhar, sentado, shows em formato acústico, aos finais de semana. Além disso, o mezanino foi reformulado, recebendo a denominação de "inferninho", para permitir maior interação, de acordo com o que é permitido no momento.
O formato mais intimista do Opinião permite agora a entrada de apenas 200 pessoas, bem distante da estrutura original, marcada por shows e festas com capacidade para até 1,7 mil pessoas, mas é a forma encontrada pelos gestores da casa para voltar a funcionar e, aos poucos, promover o reencontro do público com o local, prestes a completar 38 anos.
Nos próximos dias, após publicação de novo decreto municipal, o público deverá ser estendido para 300 pessoas, sob rigoroso controle e de acordo com a regras de enfrentamento à pandemia. "Essa retomada agora foi marcada para azeitar a máquina, sair da inércia e voltar a receber nosso público", destaca Cláudio Fávero, o Magrão, um dos sócios do Opinião.
Segundo ele, a proposta está adequada aos protocolos de funcionamento de bares e restaurantes, e os shows do projeto Acústico Opinião, com músicos locais, estão sendo viabilizados via lei de incentivo e patrocínio. Magrão lembra que o DNA do Opinião é de aglomeração e que, enquanto não há possibilidade para isso, o formato pub será mantido.
Ele percebe que as pessoas ainda estão cautelosas, mas acredita que, aos poucos, irão retomar o hábito de sair. "Até que a vacina avance e possamos pensar nisso, provavelmente no ano que vem, seguiremos em formato de pub, mas com um palco e uma baita estrutura de luz para shows. Essa reabertura tem pra nós um valor simbólico, de que conseguimos passar a pandemia, começar de novo e nos reorganizar, com a expectativa de voltar com tudo em um futuro próximo", enfatiza.

Ajustes de modelo e readaptação das festas na Cia Lúdica

Retomada na Cia Lúdica tem festas mais intimistas, com respeito ao distanciamento e demais protocolos

Retomada na Cia Lúdica tem festas mais intimistas, com respeito ao distanciamento e demais protocolos


CIA LÚDICA/DIVULGAÇÃO/JC
Na Cia Lúdica, empresa especializada em recreação e festas voltadas aos público infantil, a retomada vem ocorrendo nas três unidades - Ipanema, Viva Open Mall e na Brinquedoteca do Shopping Iguatemi-, porém, em formatos mais intimistas e mediante todos os cuidados e protocolos para enfrentamento da pandemia.
De acordo com a proprietária da empresa, Neka Sanford, foram realizados ajustes no modelo do negócio, com organização de um "orçamento da retomada", com vistas à reabertura das casa. Além disso, para ajudar na orientação das crianças, foi criado o personagem Detevid, que mostra nas festas e apresentações a importância de manter a higienização correta dos locais e o uso de máscaras e do álcool gel.
"Tivemos de adequar nossos serviços e as casas aos protocolos aplicáveis, de forma que nos permitissem operar com toda a segurança. As pessoas estão, aos poucos, voltando às festas e querendo celebrar, porém, com muito cuidado e número menor de participantes", conta.
Segundo ela, as festas têm ocorrido com público entre 40 e 60 pessoas no máximo, metade do permitido em tempos pré-pandemia, e com alterações na formatação das mesas, para respeitar o distanciamento de 2 metros exigido (foto), e no serviço de alimentação, já que algumas adaptações tiveram de ser feitas diante das exigências sanitárias, que proíbem, entre outras coisas, exposição de comida como em mesas de doces. "Hoje, toda a comida servida chega à mesa embalada em kits, as pessoas recebem pratos e talheres para uso individual e são servidas por um garçom com luvas, máscara, sem tocar nas bandejas e sem prato comum à mesa", explica.
Além de dispenser de álcool gel, avisos lembrando da necessidade de higienização frequente das mãos e de respeito ao distanciamento também foram colocados nas casas e pisos. "A pandemia impactou bastante nos negócios, hoje nosso faturamento chega a 60% do que tínhamos antes", explica.
Neka conta que também apostou em festas online, a domicílio e em projetos lúdicos e pedagógicos junto a escolas, aplicados durante as aulas remotas. "Nos reinventamos o tempo todo, se não fosse isso não estaríamos de pé, não sei como teria sido. A reestruturação foi a forma de seguirmos funcionando e, mesmo assim, tivemos, infelizmente, de reduzir a equipe", complementa.