A aprovação do processo de
recuperação judicial concedida no fim desta quarta-feira (11) trouxe alívio a Planalto Transportes. A partir de agora, a empresa tem 60 dias para apresentar o plano de reestruturação, que havia sido iniciado antes mesmo da formalização do pedido.
“Agora é momento de fazer os ajustes necessários, pois o plano dependerá muito das negociações com os credores, que devem começar nas próximas semanas”, afirma advogado responsável pelo processo de recuperação judicial da Planalto, João Pedro Scalzilli, que calcula em torno de R$ 150 milhões as dívidas da companhia gaúcha.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, o especialista explicou a empresa optou pelo pedido como forma de se precaver à crise provocada pela pandemia de Covid-19. O setor de transportes foi um dos mais atingidos pelas medidas de isolamento social, necessárias para conter o avanço do novo coronavírus.
Com os protocolos sanitários definidos por cada região ou município, a Planalto deixou de operar momentaneamente algumas rotas e teve a capacidade de passageiros restrita a 50% dos passageiros, percentual que agora está em 75%. “A expectativa é que, assim como no transporte aéreo, o rodoviário tenha liberada graças ao avanço da vacinação e possa operar com os ônibus a pleno”, diz Scalzilli. A empresa chegou a transportar cerca de 4,5 milhões de passageiros por ano no período pré-pandemia.
Mesmo no período em que sofreu as restrições e agora, com o pedido de recuperação judicial, a Planalto Transporte circulou com todas as linhas de ônibus, cumprindo os horários determinados, destaca o advogado da companhia. Outro ponto, enfatiza ele, é que a empresa conseguiu manter os cerca de 800 empregos que gera de forma direta.
A Planalto atua em viagens intermunicipais, estaduais e nacionais há 73 anos, com uma frota de mais de 300 ônibus que, segundo a companhia, é uma das mais modernas do Rio Grande do Sul. São atendidas mais de 250 localidades por 98 linhas, mais de 75 somente no Rio Grande do Sul. As linhas interestaduais ligam o Rio Grande do Sul/RS aos estados de Santa Catarina/SC, Paraná/PR, São Paulo/SP, Minas Gerais/MG, Goiás/GO, Distrito Federal/DF, Bahia/BA e Tocantins/TO. Já as linhas internacionais operadas pela Planalto ligam o Brasil ao Uruguai e à Argentina.