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Energia

- Publicada em 08 de Julho de 2021 às 15:36

Leilões de energia viabilizam investimento de R$ 423,8 milhões em PCHs gaúchas

Pequena Central Hidrelétrica Chimarrão será construída no rio Turvo

Pequena Central Hidrelétrica Chimarrão será construída no rio Turvo


Chimarrão Energética/Divulgação/JC
O Rio Grande do Sul teve um desempenho positivo nos leilões de energia promovidos pelo governo federal nesta quinta-feira (8). No total, cinco projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) a serem desenvolvidos no Estado conseguiram comercializar suas gerações nos certames A-3 (três anos para a entrega de energia) e A-4 (quatro anos para atender ao contrato) e demandarão um investimento total de cerca de R$ 423,8 milhões.
O Rio Grande do Sul teve um desempenho positivo nos leilões de energia promovidos pelo governo federal nesta quinta-feira (8). No total, cinco projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) a serem desenvolvidos no Estado conseguiram comercializar suas gerações nos certames A-3 (três anos para a entrega de energia) e A-4 (quatro anos para atender ao contrato) e demandarão um investimento total de cerca de R$ 423,8 milhões.
As usinas terão uma capacidade instalada de 62,1 MW (1,7% da demanda média de energia elétrica do Rio Grande Sul). Saíram vencedores do leilão A-3 os projetos Cachoeira Cinco Veados e Rincão São Miguel, a serem desenvolvidos no rio Toropi, e Tio Hugo, no rio Jacuí. Já no A-4 foram bem-sucedidas as PCHs Chimarrão, no rio Turvo, e Linha Onze Oeste, no rio Ijuí.
O diretor da Chimarrão Energética, Nelson Dornelas, informa que o começo da implantação das obras da usina no rio Turvo depende da obtenção da licença ambiental de instalação, as ser emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). “Não acreditamos que ocorram problemas, porque todo o projeto foi desenhado para atender às questões ambientais”, enfatiza o executivo. Ele espera que o licenciamento seja obtido neste segundo semestre, para iniciar a obra da PCH entre janeiro e fevereiro do próximo ano.
Já o presidente da cooperativa Coprel, Jânio Vital Stefanello, informa que a PCH Tio Hugo possui licença de instalação e os trabalhos de construção do complexo devem ser realizados a partir de agosto. “Estamos com as negociações bem adiantadas com fornecedores e estamos fechando a operação com os bancos, com a probabilidade muito forte do BRDE ser o grande parceiro desse empreendimento”, comenta o dirigente. Ele informa que a expectativa é de que a unidade possa gerar energia em fevereiro de 2023. Como ficará pronta antes do tempo do acordo de entrega de energia estabelecido pelo leilão, a planta poderá vender, até o prazo de cumprimento do contrato, sua produção no mercado livre (formado por grandes consumidores que podem escolher de quem vão comprar a geração).
Stefanello destaca ainda que a Coprel é parceira da cooperativa Ceriluz na PCH Linha Onze Oeste, outro projeto que saiu vencedor dos leilões disputados nessa quinta-feira. Conforme o presidente da Ceriluz, Iloir de Pauli, a venda da energia é importante para o andamento do complexo, pois permite garantias para o financiamento da obra. “Dá segurança para os investidores, para a comunidade onde a usina vai ser instalada e, nesse caso específico, também para os associados das cooperativas envolvidas” frisa o dirigente.
No total dos certames, foram cadastrados 1.841 projetos únicos, sendo 1.501 para participação no A-3 e 1.787 no A-4 (houve iniciativas que concorreram em ambas as disputas), totalizando mais de 66 mil MW de oferta. Os leilões foram operacionalizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com coordenação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No A-3, 33 usinas no País venderam energia, utilizando fontes como a hidrelétrica, a solar, a eólica e a biomassa (matéria-orgânica). A potência instalada desses empreendimentos é de 547,3 MW e o investimento previsto nos complexos é de R$ 2,2 bilhões. Foram negociados 18,6 milhões de MWh, a um preço médio de R$ 165,11 o MWh, com um deságio de 30,83%. Já no A-4, houve 18 vencedoras, envolvendo as mesmas fontes de energia do outro certame. A potência instalada foi de 437,3 MW e o investimento estimado é de R$ 1,8 bilhão.
Foram transacionados 16,5 milhões de MWh, a um custo médio de R$ 174,62 o MWh e deságio de 28,82%. Os contratos terão duração de 20 e 30 anos e início de suprimento em janeiro de 2024 e janeiro de 2025. As distribuidoras que compraram energia nos certames foram as do Grupo Equatorial, que atendem ao Pará e ao Maranhão, e a fluminense Light.

Projetos de PCHs no Rio Grande do Sul que comercializaram suas gerações nas disputas:

Leilão A-3:
-Empreendimento -Local -Investimento -Potência
*Cachoeira Cinco Veados *Rio Toropi *R$ 96 milhões *16,2 MW
*Rincão São Miguel *Rio Toropi *R$ 75,6 milhões *9,7 MW
*Tio Hugo *Rio Jacuí *R$ 71 milhões *9,2 MW
Leilão A-4:
-Empreendimento -Local -Investimento -Potência
*Chimarrão *Rio Turvo *R$ 58,5 milhões *11,5 MW
*Linha Onze Oeste *Rio Ijuí *R$ 122,7 milhões *15,5 MW
Fonte: CCEE